No outro
dia, estive trocando idéias sobre se somos servos da Luz ou servos das Trevas.
Como é que sabemos, mesmo, lá dentro de nós, para onde vamos quando estamos
dormindo, se não temos plena consciência do lugar para onde vamos! E o nosso
companheiro de batalhas ao nosso lado, a qual banda pertence?
Quando estamos
encarnados, torna-se difícil entender se estamos de um lado, de outro ou de
nenhum lado, em cima do muro. Estamos todos caminhando lado a lado, disputando
dia a dia, não uns contra os outros, mas disputando conosco mesmos. Eu estou
disputando comigo mesmo, tentando definir de qual lado eu estou. É uma tarefa
muito difícil, pois os obstáculos surgem no cotidiano, a todos os momentos,
todos os dias.
As situações
surgem, a ocasião faz o ladrão, dizem. São armadilhas que nos pregam,
são testes aos quais somos submetidos, em todos os momentos. E lá está, quando
menos esperamos.
Como encarnados,
somos desatentos, acreditamos que todos os pensamentos que vêm à nossa mente
são nossos. Grande erro! Boa parte deles pode ser, na verdade, sugestões
externas, provindos de espíritos que nos acompanham. – Dos dois lados! Abaixo
os maus pensamentos. Dê atenção somente às boas sugestões.
O espírito,
quando desencarnado, não muda, se foi bom, continuará bom e seguirá para
esferas mais elevadas. Se foi ruim, continuará ruim, com um agravante: ficará
na crosta do planeta ou irá para o Umbral, ou para as trevas. Ele agora terá
mais tempo para exercer a sua tendência.
ORAI E VIGIAI!
Dizem os
mentores, que nos locais onde nos reunimos para trabalhos espirituais, metade
são de um lado, metade são do outro. Quando sai um das trevas, entra outro.
Quando entra um da luz, acaba entrando outro das trevas. Assim, o equilíbrio se
mantém. Os da Luz são provados, os das Trevas são provados. Então todos nós
estamos sendo provados. Acredito que eles fazem referência às nossas tendências
mais profundas, aquelas que nem nós mesmos fazemos questão de examinar.
Vai ser difícil
mesmo é para quem fica em cima do muro. Nenhum dos lados vai querer ficar com
estes. Mas fica difícil definirmos se nós estamos em cima do muro.
Em Mateus,
Capítulo 22, Versículos 28 a
32, Jesus contou a parábola dos dois filhos, um era malcriado e respondão, mas
depois entendia, voltava atrás, e fazia como o pai havia pedido, com a maior
boa vontade. O outro era bonzinho, educado, respondia direitinho ao pai, só que
não fazia nada conforme havia dito que faria.
No mundo em que
vivemos, nem sempre a coisa aparece tão nítida assim, pois acontecem
devagarinho, passo a passo. De repente, o filho que se fazia de bonzinho,
começa a fingir que faz como o pai desejava. Arruma intriga com um, prega peças
num outro, magoa um terceiro, desmancha o serviço de um quarto, a um quinto dá
ordens erradas, e por aí afora. Às vezes, ele apronta só uma de cada vez, dá um
tempo, apronta outra. E por aí vai.
Isso já me cansei
de ver em centro espírita. Um médium trabalha bem, mas quando outro vai
ajudá-lo, maltrata e magoa o ajudante. Se esse segundo é de boa índole, sofre
em silêncio a humilhação e faz conforme deseja o primeiro. Quando chega em
casa, sente uma dor no peito e chora. Pensa em largar tudo. Talvez o ideal
fosse que ele bronqueasse logo de cara, assim as coisas se acertariam sem
demora. Mas provas são provas. Por quais delas estamos passando?
Tem o outro que
dirige trabalhos, incorpora espíritos de cura, orienta pessoas, lê o evangelho,
mas quando dorme, apenas põe a cabeça no travesseiro, o seu corpo astral sai
todo lépido para mais uma noitada na casa de massagem, senão para lugar pior.
Acorda cansado, nem se recorda do que fez.
Outra ainda, por
inveja, ciúme ou sei lá o que, dirige palavras ásperas à vidente que conta o
que se passava com o paciente. A vidente engole em seco e a partir daí deixa de
esclarecer a todos os participantes. E assim por diante.
Nós vivemos em um
mundo de ilusões, quem somos nós realmente? O que acontece conosco quando
estamos libertos do corpo físico? Aí sim, no Astral, somos quem realmente
somos, com todos os nossos defeitos e qualidades. Com certeza, ajudará bastante
se quando formos dormir, orarmos e pedirmos que sejamos levados a lugares de
estudos ou de auxílio, para que finalmente sejamos afastados dos males, vícios
e más companhias.
Quando voltamos a
vestir de novo o corpo carnal e acordamos, voltamos anestesiados, nos
esquecemos da nossa verdadeira personalidade e vivemos um papel, uma ilusão. E
nem sabemos mais de qual lado do muro nós estamos. Talvez estejamos todos em
cima do muro.
Qual a resposta
para tudo isso? Se, quando nós estivermos despertos no mundo físico, lutarmos
contra os nossos sentimentos mesquinhos como a intriga, o orgulho, a inveja, a
crítica mordaz, o ciúme e tantos outros vícios de postura, estaremos sim
trabalhando na nossa reforma íntima. Não só parecendo bonzinhos, mas sendo
realmente bonzinhos, obedecendo ao Pai, ou ainda, sendo menos agressivos como o
primeiro filho, da historia acima, mas ainda assim, em obediência.
Pois então, se
nós, estamos todos trabalhando para a Luz, de um jeito ou de outro, vamos
tentar, ao menos, harmonizar aquilo que somos, tanto dormindo como acordados. É
necessário ser vigilante, fazer o bem, coisas construtivas, pois a Lei de Causa
e Efeitos é clara: Se você fizer o bem, receberá coisas boas. Colheremos aquilo
que semearmos.
Jesus ainda nos
deixou os dois maiores mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao
próximo como a nós mesmos.
E que a Paz do
Senhor esteja sempre conosco.
Escrito
por: Ricardo Placa-Lar Assistencial Rubataiana
PAZ E LUZ!
Um comentário:
Muito lindo este texto! Também fico refletindo sobre este tema as vezes e realmente não sei em que lado do muro estou... Quando acordado é fácil pensarmos estar do lado do bem e mantermos um pensamento firme, porém ao adormecer, nem sempre estamos onde gostaríamos quando acordado... Mas sempre há tempo para se melhorar!!
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