quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Transição planetária



            São perceptíveis as mudanças ocorridas nas últimas décadas. Refiro-me não apenas às alterações climáticas, mas também ao amadurecimento da mentalidade humana – hoje mais exigente e coerente com a ética, embora em luta constante com os desrespeitos às minhas noções de civilidade e cidadania e às surpreendentes modificações na vida social.
            Isso tudo sem falar nos avanços da tecnologia e da ciência em todas as áreas.
            Tais mudanças estão provocando evidente seleção nos princípios morais que adotamos. É como se usando a conhecida expressão da separação do joio do trigo, começássemos a separar o que serve e o que não serve para a construção de uma humanidade melhor.
            É fácil perceber os prejuízos causados à mentalidade humana, analisada individual ou coletivamente, pelos comportamentos egoístas ou ciumentos, ou quando a regra adotada é a corrupção ou a vingança, e até mesmo, pela indesejável inveja.
            O que dizer, então, da maledicência, das manipulações de bastidores, do orgulho ferido, da crítica contumaz a comportamentos alheios e mesmo à manutenção de mágoas ou outras violências diariamente verificada na vida social?
            Pois é! Tudo isso ainda está na vida humana. Mas o tempo e suas transformações em todas as direções, na verdade, nos convidam a uma mudança decisiva de atitudes para substituir tais sentimentos pela esperança, pela coragem, pela solidariedade na busca contínua de valores e necessidades nos semelhantes.
            É o tempo de focar os pensamentos em ações de fraternidade, de desfocar tantos interesses individuais que escravizam para nos entendermos mais as mãos na direção da tolerância e da compreensão que tanto precisamos.
            O planeta despojará comportamentos que colidam com uma nova era de progresso moral que lidam com uma nova era de progresso moral que já se instala. Ficaremos deslocados, convidados à mudança de casa, destinados a outros planetas, ainda em condição primitiva e, portanto, de acordo com os sentimentos que temos alimentado para sermos lá exilados em situação de alavancar o progresso onde tudo está por ser feito, face ao estágio primitivo em que se encontram.
            A nova fase do planeta Terra não suportará indiferença, desrespeito ou maldade.
            Prognóstico sombrio? Não! Apenas coerência. Tais reflexões provocam o riso da ironia em muita gente, todavia, é forçoso admitir que só avançam os que se esforçam.
            Os que são negligentes, rebeldes, egoístas, orgulhosos, indiferentes ou semeadores de qualquer ordem, podem ostentar vitória aparente durante algum tempo, mas a sabedoria da vida coloca-os no devido lugar, igualmente, no tempo devido.
            E isso não é castigo, pois que inexiste castigo na ordem natural das coisas, mas simplesmente conseqüência de escolhas.

Responsabilidade planetária
            As escolhas sábias nos levam para o progresso e para a felicidade. E convenhamos: como alcançar felicidade se distribuímos infelicidade, se somos semeadores de discórdia?
            Como alcançar serenidade e paz interior se provocamos calúnia ou corrupção, se deturpamos ou manipulamos para atender interesses próprios; se ainda optamos pela indiferença, mágoa e pela vingança? Impossível!
            O bem pessoal e coletivo requer decisão e iniciativa individual. É pela soma de ações individuais, solidárias e fraternas que construiremos o bem geral.
            O novo tempo requer de todos nós a postura da responsabilidade, da honestidade, do amor! E isto, em sua amplitude, só é alcançado com o sacrifício do interesse próprio em favor do interesse coletivo. Difícil, não é mesmo? Todos bem o sabemos o quanto é difícil, todavia, é a senha da harmonia que se espera para a sofrida humanidade que todos nós integramos.
            É o combate ao pior inimigo que ainda habita dentro de nós: o egoísmo!

Orson Peter Carrara – RCE
PAZ E LUZ!
  
                     

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

A verdadeira propriedade

O espiritismo nos explica que a nossa verdadeira propriedade está nos nossos conhecimentos, nos sentimentos vivenciados e situações experienciadas. 

Diz uma antiga lenda budista que uma Rei andava pelos campos com o príncipe herdeiro, então uma criança de 10 anos de idade. Mostrava a ele todo o reino. Este, encantado com tanta coisa, pergunta ao Pai :
- Pai, tudo isso é seu ?
O Rei então responde – Não filho, só peguei emprestado de você.
Vivemos em um mundo movido pelo dinheiro. A maior aspiração da humanidade é ficar extremamente rica, e de preferência, rapidamente, com o menor esforço possível. Ao longo dessa caminhada, nem sempre muito ética, vamos deixando pra trás valores simples e saudáveis e nos apegando a coisas supérfluas, que nos afastam do nosso verdadeiro destino e pior, nos fazem perder a saúde física e mental. Essa corrida impensada atrás do dinheiro, nos faz viver como se nunca fossemos morrer, e morrer como se nunca tivéssemos nascido. (Dalai Lama)
O espiritismo nos explica que a nossa verdadeira propriedade está nos nossos conhecimentos, nos sentimentos vivenciados e situações experienciadas.
Se refletirmos um pouco chegaremos rapidamente a algumas conclusões :
- Verdadeiramente não possuímos nada nesse mundo. Vejamos quantas fortunas foram dilapidadas, quantas famílias milionárias perderam tudo num piscar de olhos. Além do mais, diz a célebre frase – “Caixão não tem gaveta!”
- Pense no seu corpo físico. Ele não é você! Ele nem chega a ser seu. Você o pegou emprestado das substâncias do planeta Terra que sua mãe ingeriu pela alimentação, e você devolverá essas substâncias quando desencarnar. Ele é uma roupa perfeita, extremamente bem construída, que você temporariamente utiliza para se manifestar nesse plano físico. Cabe a você cuidar dele o melhor que puder, mas um dia ele fatalmente volverá ao manancial terráqueo.
- Nossos Pais e filhos. Eles também não são nossos! Por mais incomodo que seja isso, eles são criaturas independentes, que em outras vidas tiveram outras personalidades, e que nessa vida precisam evoluir tanto quanto você, e para isso vão sofrer, vão adoecer e um dia vão desencarnar, como todos nós.
Refletindo sobre isso chegamos a conclusão de que a única propriedade verdadeira é aquela que não enxergamos. Tudo que for palpável, não pode ser uma propriedade eterna, eu simplesmente estou utilizando-a temporariamente.
Nossos sentimentos, esses sim, nós os carregamos e eles são nossos. O prazer que tenho em conversar com um amigo, o amor que sinto pelos meus entes queridos, a felicidade de estar junto aos nossos quando eles necessitam, a alegria de poder ajudar ao próximo e me manter no caminho da evolução crística...
A vida passa muito rápido, e é formada de pequenas coisas, de lembranças, de situações cotidianas, que nos deixam mais ou menos integrados com a espiritualidade superior. Ela deve ser um exercício contínuo de desapego. Desapegar-se do dinheiro, das posses, da pose, de cargos, de pessoas que nos escravizam, desapegar-se do próprio sofrimento, e assumir aquilo que temos de melhor, deve ser a nossa orientação.
Vamos acumular dinheiro celestial, que é o amor. Essa moeda é a única capaz de pagar nossas despesas no plano espiritual, e nós a obtemos abundantemente quando passamos a enxergar todas as situações como sendo importantes para nos melhorarmos e para ajudar ao próximo mais próximo. Jesus dizia que a casa do meu Pai tem muitas moradas. Qual morada você quer escolher para sua próxima vida?

Sergio Vencio -  RCE
PAZ E LUZ!