sábado, 26 de maio de 2012

Reciclando nosso conceito de Karma


Em recente novela da Globo, o personagem Shankar, representado por Lima Duarte, sempre mencionava um conceito de Karma que eu jamais quero esquecer. Ele dizia: “Karma é você estar condenado a agir. Agir para vencer a roda da vida.”
Esse tema tem causado muita confusão e sofrimento na vida de multidões. A interpretação da palavra karma, quase sempre é associada a idéia de ser condenado a uma dor e não ter saída. Uma visão bem ocidental de um tema milenar na cultura oriental.
Estamos sim condenados a passar alguma experiência nem sempre agradável. A vida, porém, não quer castigar e sim educar.  Que bom pensar desse modo! Isso muda muita coisa!
Quem pensa que tem que passar por algo ruim e acredita que isso não pode ser mudado, pode estar, em verdade, se acomodando na chamada zona de conforto. Para muitas pessoas, permanecer em algum karma, pode ser “vantajoso” diante do trabalho que vai dar para sair dele através do encerramento de determinados ciclos de aprendizado.
Quando a gente pensa karma como algo que precisa acontecer, mas do qual podemos nos libertar, o tema ganha um bom senso incomparável. Usando inteligência, disposição sincera de aprender, boa vontade e uma farta dose de coragem, podemos e devemos encerrar muitos ciclos a que fomos condenados. Condenados, diga-se de passagem, a agir para sair deles...
Essa, aliás, é a única condenação aceitável diante do raciocínio lógico que nos leva a construir uma visão misericordiosa de Deus e Suas Sábias Leis.


Em outras palavras, as dores e problemas da nossa existência só acontecem para que aprendamos como sair deles. E saindo deles somos transportados a um novo mundo de experiências, sentimentos e sabedoria.
Ninguém, em são juízo, deve buscar a dor intencionalmente, todavia, quando ela chegar é muito bom saber que traz junto um recado de Deus que pode ser traduzido mais ou menos assim: “Filho eu lhe entrego essa dor apenas para que olhes no espelho da vida, e perceba o quanto precisas aprender acerca daquilo que ela veio para te ensinar, diante de tuas próprias escolhas.”

Ufa! Vamos tomar um cafezinho e relaxar?
Escrito por Wanderley Oliveira
Paz e Luz! 

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Assédio das Sombras, amparo da Luz


Neste momento da humanidade, já sabemos, já lemos e já experienciamos que todos somos assediados espiritualmente. Esse assédio pode ser por parte da Luz ou das Sombras.
A nossa sintonia pessoal, a qual é construída com base nas nossas emoções, pensamentos, sentimentos e atitudes, determinam o que vamos atrair: assedio da luz ou das sombras.  Mesmo assim, ainda podemos estar sintonizados em vibrações nobres e sermos assediados pelas sombras, como também podemos estar sintonizados em condições precárias a ainda assim, sermos assediados pelos seres de Luz.
Quando o assédio é feito por seres destituídos de amor e respeito, sem fins de moral elevada, os consideramos obsessores.
Quando o assédio é feito por seres com objetivos elevados, sintonizados com o bem maior, os consideramos como amparadores, guias, mentores o amigos espirituais.
Pela natureza da vida sabemos, a interação entre plano espiritual e plano físico é tão íntima como a relação do ovo e da sua casca, pois estão intimamente ligados.  Um existe para que o outro exista, portanto estão interagindo o tempo todo.
O plano físico e o plano espiritual coexistem no espaço de nossa existência, ou seja, não temos como bloquear essa interação, mas temos como trabalhar no sentido de fazer com que essa “troca” seja a mais saudável possível...
Não há como evitar, o assédio espiritual é constante, atuante, exatamente como o ar que respiramos. A nossa escolha é se respiraremos um ar puro ou poluído, que na prática quer dizer, se nossa sintonia será estabelecida com os assediadores do bem ou do mal.
Agora, nesse exato momento que você lê esse texto, você está naturalmente em sintonia com o plano espiritual, então faça uma oração de coração aberto, receptivo, com intenção pautada no amor, para que os seres de luz venham até você e lhe inspirem os melhores valores e sentimentos. Só isso basta por hora!
Então silencie a mente e sinta a melhoria no seu padrão vibracional, pois sua energia pessoal melhorará em instantes.  Se você gosta de testar tudo na prática, então avalie agora e veja os resultados.
O mais importante é que saibamos definitivamente, que quando agirmos com descaso, sem consciência, sem atenção a princípios e valores de elevada moral, pautados no amor, no equilíbrio, no respeito e na regra de ouro* presente em todas as religiões, como consequência natural, seremos assediados pelo lado sombra da existência espiritual.
Quanto mais assédio do mal, mais medo, mais egoísmo, mais distração consciencial, mais doença, mais ignorância.
Quanto mais assédio do bem, mas coragem, mais altruísmo, mais prosperidade, mas consciência espiritual e mais alegria de viver.
Não precisamos enxergar ouvir ou ver o assédio da luz para que ela aja em nossas vidas, assim como não precisamos ver a energia elétrica para que ela atue, bem como não precisamos ver o ar para respirá-lo. Entretanto, de forma simples e objetiva, precisamos focar nossos pensamentos e atitudes no sentido do bem maior, para desfrutarmos de assédios espirituais de seres de elevado quilate moral, e dessa forma recebermos as bênçãos que é viver nessa sintonia. É simples, é fácil e é transformador viver com essa atenção e essa consciência.
*Regra de ouro: não faça para o seu próximo o que não gostaria que lhe fizesse e ame seu próximo como a ti mesmo.
por: Bruno J. Gimenes - orientado espiritualmente por Cristopher
PAZ E LUZ!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A casa mental e a reforma íntima sem martírio


“Não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que, porém, se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fora um castelo de três andares: no primeiro situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados; no segundo localizamos o domicílio das conquistas atuais, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a casa das noções superiores, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro.” – André Luiz, capítulo 3, No Mundo Maior, FEB.

Entendendo a casa mental

O estudo deste tema é fundamental em quaisquer assuntos da transformação íntima. É um tema de fácil entendimento e usaremos da ilustração para ajudar a compreensão.

André Luiz fez uma comparação dos níveis mentais com uma casa. O porão é onde guardamos tudo aquilo que poderá nos servir em algum momento. É o armazém ou depósito da mente, denominado pelo autor espiritual como subconsciente, no qual se encontram todas as experiências boas ou infelizes, representando todo o nosso passado desde que fomos criados por Deus. Tudo que nós fazemos é registrado nessa parte da mente.

A parte social da residência é o local no qual mais movimentamos, assim como a cozinha, quarto, sala e demais cômodos mais usados em uma casa. É o nível chamado de consciente e corresponde a todas as operações relativas ao momento presente, constituindo a personalidade atual desde o renascimento na matéria até o momento atual.

O sótão é a parte da casa que mais raramente utilizamos no intuito de relaxar, descansar ou refletir. Representa o superconsciente ou região nobre da mente onde se encontram todos os germens divinos da perfeição, em estado latente. É o nosso futuro.

Na ilustração você pode ver uma relação entre as cores amarelo, branco e preto como sendo superconsciente, consciente e subconsciente e os respectivos andares da casa.

Os três níveis mentais têm correspondência com três áreas da vida cerebral no corpo físico, mas não vamos aqui aprofundar esse aspecto que poderá ser estudado no livro de André Luiz.


Os moradores dos três níveis

Segundo o autor espiritual André Luiz, no subconsciente mora o automatismo e o hábito. No consciente reside o esforço e a vontade e no superconsciente encontramos o ideal e a meta.

A compreensão dos mecanismos de interação entre estes moradores auxilia-nos imensamente entender como se opera o grande objetivo espiritual da transformação íntima.

Conceituando transformação íntima

Essas três partes da vida mental estão em constante interatividade. Do subconsciente partem apelos automatizados que foram consolidados ao longo de várias reencarnações e que podem dominar nossas ações, pensamentos e sentimentos. Por exemplo: quem já tenha fumado em outras reencarnações ou tenha desenvolvido o talento de tocar piano terá impulsos para fumar novamente e grande facilidade para aprender piano na presente existência corporal.
Na transformação íntima, como temos que superar muitos impulsos ou tendências do passado é necessário que os moradores do consciente, ou seja, o esforço e a vontade, sejam manejados decididamente para tomar conta da vida mental e escolher com sabedoria o que queremos fazer, pensar e sentir, diante dos ideais de transformação moral. Aqui temos um primeiro conceito de transformação íntima: a ascendência da vontade e do esforço sobre nossos milenares hábitos cristalizados no subconsciente.

O conflito interior nasce dessa luta entre consciente e subconsciente. É preciso muita disciplina para conter os impulsos, nem sempre nobres, dessa parte subconsciente da vida mental. 

Outro conceito importante de transformação íntima é o aprendizado de despertar os valores divinos que se encontram adormecidos no superconsciente. Educação é exatamente esse ato de extrair ou colocar para fora os tesouros de nossa divindade que se encontram adormecidos nesse nível. Todos nós os temos guardado nesse campo da vida mental superior. Por exemplo: quando buscamos a calma, a alegria, a fé e tantos outros patrimônios espirituais, em verdade todos eles já se encontram no superconsciente.
 
A meditação, a oração, o desenvolvimento da honestidade em relação aos nossos sentimentos, o hábito do auto-amor através do cuidado conosco e o serviço do bem são algumas das muitas formas de acessar essa zona mental nobre, e recolher o conteúdo energético que nos fará sentir o bem-estar de uma vida saudável e plena. 

A casa mental e a transformação íntima sem martírio

O estudo da casa mental lança uma luz sobre o tema transformação íntima, porque auxilia-nos a entender que não destruímos nada daquilo que fomos, apenas transformamos para melhor.

O subconsciente não morre, não acaba. Ele faz parte do processo de ascensão do Espírito. Ali estão gravadas as experiências felizes e infelizes e, ambas, serão importantes para seu progresso.

Portanto, focar o conceito da melhoria espiritual ou transformação íntima apenas na ótica de “matar o homem velho” ou exterminar o passado (subconsciente), pode conduzir-nos a um esforço de contenção e disciplina muito acentuado ao ponto de criarmos o martírio.

Mais do que contenção ou repressão, precisamos de educação, isto é, aprender a trabalhar o desenvolvimento das potencialidades que estão no superconsciente. Ninguém faz transformação íntima legítima apenas disciplinando o subconsciente.
 
Escrito por Wanderlei Oliveira        
PAZ E LUZ!

domingo, 13 de maio de 2012

A origem espiritual das doenças


O controle das energias é feito através dos pensamentos e dos sentimentos, portanto, possuimos energias que nos causam doenças porque somos indisciplinados mental e emocionalmente. Em Nos Domínios da Mediunidade, André Luiz explica que “assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que lhe degradam, com reflexos sobre as células materiais”.
Permanentemente, recebemos energia vital que vem do cosmo, da alimentação, da respiração e da irradiação das outras pessoas e para elas imprimimos a energia gerada por nós mesmos. Assim, somos responsáveis por emitir boas ou más energias às outras pessoas. A energia que irradiamos aos outros estará impregnada com nossa carga energética, isto é, carregada das energias de nossos pensamentos e de nossos sentimentos, sendo necessário que vigiemos o que pensamos e sentimos.

Tipos de doenças

Podemos classificar as doenças em três tipos: físicas, espirituais e atraídas ou simbióticas. As doenças físicas são distúrbios provocados por algum acidente, excesso de esforço ou exagero alimentar, entre outros, que fazem um ou mais órgãos não funcionarem como deveriam, criando uma indisposição orgânica.

As doenças espirituais são aquelas provenientes de nossas vibrações. O acúmulo de energias nocivas em nosso perispírito gera a auto-intoxicação fluídica. Quando estas energias descem para o organismo físico, criam um campo energético propício para a instalação de doenças que afetam todos os órgãos vitais, como coração, fígado, pulmões, estômago etc., arrastando um corolário de sofrimentos.

As energias nocivas que provocam as doenças espirituais podem ser oriundas de reencarnações anteriores, que se mantêm no perispírito enfermo enquanto não são drenadas. Em cada reencarnação, já ao nascer ou até mesmo na vida intra-uterina, podemos trazer os efeitos das energias nocivas presentes em nosso perispírito, que se agravam à medida que acumulamos mais energia negativa na reencarnação atual. Enquanto persistirem as energias nocivas no perispírito, a cura não se completará.
Já as doenças atraídas ou simbióticas são aquelas que chegam por meio de uma sintonia com fluidos negativos. O que uma criatura colérica vibrando sempre maldades e pestilências pode atrair senão as mesmas coisas? Essa atração gera uma simbiose energética que, pela via fluídica, causa a percepção da doença que está afetando o organismo do espírito que está imantado energeticamente na pessoa, provocando a sensação de que a doença está nela, pois passa a sentir todos os sintomas que o espírito sente. Aí, a pessoa vai ao médico e ele nada encontra.

André Luiz afirma que “se a mente encarnada não conseguiu ainda disciplinar e dominar suas emoções e alimentam paixões (ódio, inveja, idéias de vingança), ela entrará em sintonia com os irmãos do plano espiritual, que emitirão fluidos maléficos para impregnar o perispírito do encarnado, intoxicando-o com essas emissões mentais e podendo levá-lo à doença”.

Revista Cristã de Espiritismo
PAZ E LUZ!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Psicanálise e reencarnação


A psicanálise é um método de investigação psicológica do procedimento humano em individual e uma orientação terapêutica-psicoterápica que se propõe a corrigir os desajustes emocionais causadores das neuroses e psicoses.
Sigmund Freud, médico austríaco, natural de Viena, foi quem desenvolveu tanto o método de investigação quanto os pilares que sustentam a orientação terapêutica da psicanálise. Psiquiatra e neurologista, professor NE neurologia na Universidade de Viena, iniciou seus trabalhos utilizando hipnotismo, mas abandonou esta técnica para tentar a sugestão.
Foi a partir deste ponto que, celeremente, aprofundou-se em suas teorias, que culminaram nos métodos conhecidos como psicanálise. Seus conceitos, principalmente no tocante à interpretação dos sonhos ou a atribuição de quase todos os casos de neurose às repressões de desejos sexuais provocaram grande impacto e controvérsias no meio científico da época. Freud, nascido 1856, desde a última década do século XIX utilizou o método clínico para o estudo da personalidade humana.
Embora Sigmund Freud fosse quem tivesse desenvolvido o que hoje consideramos psicanálise, a ideia original não foi sua. Essa surgiu na mente de um médico, também vienense, Josef Breuer.
Foi o Dr. Breuer quem comunicou ao ainda jovem Freud as suas ideias sobre o fenômeno histérico da conversão, em que um episódio vivido conflitivamente pela paciente havia desaparecido de sua memória consciente e se transformado em memória ou registro corporal.
A ideia de trazer à memória consciente o episódio, e o efeito terapêutico deste fato, acabaram na descoberta de uma estrutura psíquica que passou a ser denominada de inconsciente. Forças mentais, que representam preconceitos morais, impedem o aparecimento consciente de memórias e, assim, surgem conflitos e ansiedades.
Segundo Freud, o procedimento humano tem imensa relação com os instintos sexuais e a sua não aceitação pela moral de nossa sociedade (repressão). Esse fato seria o conflito fundamental, motivador das neuroses.
Embora não possamos considerar o pai da psicanálise como adepto da teoria do renascimento, o tema também mereceu algumas considerações por parte do eminente médico.
Na obra Pensamentos para Tempos de Guerra e Morte, podemos extrair o seguinte trecho:
“Essas existências subsequentes não foram, de princípio, mais que apêndices à existência que a morte levara a um fim; eram existências ensombradas, vazias de conteúdo e pouco valendo. Só mais tarde as religiões conseguiram representar esse após-vida como o mais desejável, como o realmente válido. Depois disso, o estender da vida para trás, para o passado, formar a noção de existências anteriores, da transmigração das almas e da reencarnação foi apenas coisa consequente, tudo com o propósito de despojar a morte de seu significado como término da vida”.


Muitos foram os colaboradores e seguidores de Freud, mas Carl Gustav Jung (1875-1961) destacou-se sobremaneira.
Jung, psicólogo suíço, após se identificar com as bases do pensamento freudiano, passou a estudar o inconsciente e, com o passar do tempo, a divergir de algumas opiniões de Freud, levando-o a separar-se do médico vienense.
Jung valoriza muito o exercício constante das virtudes humanas e chegava a afirmar que a única forma de conservarmos a civilização, ameaçada pela desumanidade e pelas forças do barbarismo, seria pelo desenvolvimento e uso eficaz das virtudes humanas.
Se Freud apenas tangenciou a questão da reencarnação e até relacionou esta teoria com a necessidade humana de encontrar uma saída lógica ou mecanismo psicológico de não admitir o término da vida, a posição de Jung parece-nos bem mais explicitada em seus trabalhos.
Jung proferiu uma conferência intitulada “A respeito do renascimento”, na qual encontramos as seguintes citações:
“Metempsicose: o primeiro dos cinco aspectos de renascimento com os quais desejo atrair a atenção é a metempsicose, ou transmigração das almas. De acordo com este ponto de vista, nossa vida é prolongada no tempo, passando através de diferentes existências corpóreas, ou, de um outro ponto de vista, é uma vida em sequência, interrompida por diferentes reencarnações. Não há certeza de ser ou não garantida a continuidade da personalidade. Pode haver, apenas, uma continuidade do karma.
Reencarnação: esse conceito de renascimento implica, necessariamente, a continuidade da personalidade. Aqui, a humana personalidade é vista como contínua e acessível à memória, de forma que, quando alguém é encarnado ou nasce, pode, pelo menos potencialmente, recordar aquele que viveu através de existências anteriores, sendo essas vidas as dele próprio, isto é, vidas que tinham na mesma forma–EU da vida presente. Via de regra, a reencarnação quer dizer renascimento num corpo humano.
O renascimento não é um processo que possamos, seja como for, observar. Não podemos medir nem pensar, nem fotografar tal coisa. Isso fica inteiramente para além do senso de percepção. Temos de nos ver, aqui, como uma realidade puramente psíquica, que nos é transmitida indiretamente através de declarações pessoais. Um fala sobre renascimento, um professa o renascimento, um está repleto de renascimento. Isso aceitamos como suficientemente real. Sou de opinião que a psique é o fato mais tremendo da vida humana. O simples fato de pessoas falarem sobre renascimento e de haver um tal conceito, significa que um cabedal de experiências psíquicas, designadas com aquele termo, deve realmente existir.
(...) O renascimento é uma afirmação que deve ser contada entre as afirmações primordiais da humanidade. Essas afirmações primordiais são baseadas naquilo que nós chamamos de arquétipos. Deve haver acontecimentos psíquicos subjacentes nessas afirmações, assunto que à psicologia cabe discutir, sem entrar em todas as suposições metafísicas e filosóficas em relação à sua importância.”
Carl Gustav Jung tornou-se famoso pela criação do conceito do “inconsciente coletivo” , segundo o qual o homem é um ser coletivo, isto é, um representante de sua espécie num determinado momento de desenvolvimento, desde os tempos ancestrais. Chamou atenção para os arquétipos, que são imagens primitivas (arquiprimitivas) gravadas na mente desde a fecundação. Pertencem ao patrimônio comum da humanidade; encontram-se em todas as mitologias e são expressão do “inconsciente coletivo”.
Os enfoques nitidamente espiritualistas, bem como as reflexões acerca das vidas sucessivas que Jung deixou para seus pósteros, lamentavelmente são pouco conhecidas e difundidas. Até ao dialogarmos com psicanalistas, alguns deles demonstram desconhecerem ou até negam, peremptoriamente, ser Carl Gustav Jung também um reencarnacionista...

Ricardo Di Bernardi é médico homeopata e
Presidente do Instituto de Cultura Espírita de Florianópolis – ICEF
PAZ E LUZ!

terça-feira, 1 de maio de 2012

SOMOS SERVOS DA LUZ OU DAS TREVAS?


 No outro dia, estive trocando idéias sobre se somos servos da Luz ou servos das Trevas. Como é que sabemos, mesmo, lá dentro de nós, para onde vamos quando estamos dormindo, se não temos plena consciência do lugar para onde vamos! E o nosso companheiro de batalhas ao nosso lado, a qual banda pertence?
Quando estamos encarnados, torna-se difícil entender se estamos de um lado, de outro ou de nenhum lado, em cima do muro. Estamos todos caminhando lado a lado, disputando dia a dia, não uns contra os outros, mas disputando conosco mesmos. Eu estou disputando comigo mesmo, tentando definir de qual lado eu estou. É uma tarefa muito difícil, pois os obstáculos surgem no cotidiano, a todos os momentos, todos os dias.
As situações surgem, a ocasião faz o ladrão, dizem. São armadilhas que nos pregam, são testes aos quais somos submetidos, em todos os momentos. E lá está, quando menos esperamos.
Como encarnados, somos desatentos, acreditamos que todos os pensamentos que vêm à nossa mente são nossos. Grande erro! Boa parte deles pode ser, na verdade, sugestões externas, provindos de espíritos que nos acompanham. – Dos dois lados! Abaixo os maus pensamentos. Dê atenção somente às boas sugestões.
O espírito, quando desencarnado, não muda, se foi bom, continuará bom e seguirá para esferas mais elevadas. Se foi ruim, continuará ruim, com um agravante: ficará na crosta do planeta ou irá para o Umbral, ou para as trevas. Ele agora terá mais tempo para exercer a sua tendência.
ORAI E VIGIAI!
Dizem os mentores, que nos locais onde nos reunimos para trabalhos espirituais, metade são de um lado, metade são do outro. Quando sai um das trevas, entra outro. Quando entra um da luz, acaba entrando outro das trevas. Assim, o equilíbrio se mantém. Os da Luz são provados, os das Trevas são provados. Então todos nós estamos sendo provados. Acredito que eles fazem referência às nossas tendências mais profundas, aquelas que nem nós mesmos fazemos questão de examinar.
Vai ser difícil mesmo é para quem fica em cima do muro. Nenhum dos lados vai querer ficar com estes. Mas fica difícil definirmos se nós estamos em cima do muro.
Em Mateus, Capítulo 22, Versículos 28 a 32, Jesus contou a parábola dos dois filhos, um era malcriado e respondão, mas depois entendia, voltava atrás, e fazia como o pai havia pedido, com a maior boa vontade. O outro era bonzinho, educado, respondia direitinho ao pai, só que não fazia nada conforme havia dito que faria.
No mundo em que vivemos, nem sempre a coisa aparece tão nítida assim, pois acontecem devagarinho, passo a passo. De repente, o filho que se fazia de bonzinho, começa a fingir que faz como o pai desejava. Arruma intriga com um, prega peças num outro, magoa um terceiro, desmancha o serviço de um quarto, a um quinto dá ordens erradas, e por aí afora. Às vezes, ele apronta só uma de cada vez, dá um tempo, apronta outra. E por aí vai.
Isso já me cansei de ver em centro espírita. Um médium trabalha bem, mas quando outro vai ajudá-lo, maltrata e magoa o ajudante. Se esse segundo é de boa índole, sofre em silêncio a humilhação e faz conforme deseja o primeiro. Quando chega em casa, sente uma dor no peito e chora. Pensa em largar tudo. Talvez o ideal fosse que ele bronqueasse logo de cara, assim as coisas se acertariam sem demora. Mas provas são provas. Por quais delas estamos passando?
Tem o outro que dirige trabalhos, incorpora espíritos de cura, orienta pessoas, lê o evangelho, mas quando dorme, apenas põe a cabeça no travesseiro, o seu corpo astral sai todo lépido para mais uma noitada na casa de massagem, senão para lugar pior. Acorda cansado, nem se recorda do que fez.
Outra ainda, por inveja, ciúme ou sei lá o que, dirige palavras ásperas à vidente que conta o que se passava com o paciente. A vidente engole em seco e a partir daí deixa de esclarecer a todos os participantes. E assim por diante.
Nós vivemos em um mundo de ilusões, quem somos nós realmente? O que acontece conosco quando estamos libertos do corpo físico? Aí sim, no Astral, somos quem realmente somos, com todos os nossos defeitos e qualidades. Com certeza, ajudará bastante se quando formos dormir, orarmos e pedirmos que sejamos levados a lugares de estudos ou de auxílio, para que finalmente sejamos afastados dos males, vícios e más companhias.
Quando voltamos a vestir de novo o corpo carnal e acordamos, voltamos anestesiados, nos esquecemos da nossa verdadeira personalidade e vivemos um papel, uma ilusão. E nem sabemos mais de qual lado do muro nós estamos. Talvez estejamos todos em cima do muro.
Qual a resposta para tudo isso? Se, quando nós estivermos despertos no mundo físico, lutarmos contra os nossos sentimentos mesquinhos como a intriga, o orgulho, a inveja, a crítica mordaz, o ciúme e tantos outros vícios de postura, estaremos sim trabalhando na nossa reforma íntima. Não só parecendo bonzinhos, mas sendo realmente bonzinhos, obedecendo ao Pai, ou ainda, sendo menos agressivos como o primeiro filho, da historia acima, mas ainda assim, em obediência.
Pois então, se nós, estamos todos trabalhando para a Luz, de um jeito ou de outro, vamos tentar, ao menos, harmonizar aquilo que somos, tanto dormindo como acordados. É necessário ser vigilante, fazer o bem, coisas construtivas, pois a Lei de Causa e Efeitos é clara: Se você fizer o bem, receberá coisas boas. Colheremos aquilo que semearmos.
Jesus ainda nos deixou os dois maiores mandamentos: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
E que a Paz do Senhor esteja sempre conosco.
Escrito por: Ricardo Placa-Lar Assistencial Rubataiana
PAZ E LUZ!