sábado, 23 de outubro de 2010

As várias faces da ansiedade


Freud, o grande pesquisador da mente humana, já deduzira a mesma coisa ao afirmar: “O problema da ansiedade é um ponto de junção, ligando todas as espécies de questões mais importantes; um enigma, cuja solução deve inundar de luz toda a nossa vida mental.” No nosso inelutável enfrentamento com o desconforto da ansiedade, pois ela é inerente à vida, é que está a raiz dos nossos problemas. Frequentemente adotamos atitudes disfuncionais, como tentar esconder a ansiedade ou negá-la, deslocá-la de objeto e outros mecanismos de defesa. Não raro, ela é a causa oculta dos transtornos alimentares, das dependências químicas, das atitudes auto-sabotadoras, como também é responsável pela busca de alívio em atividades como o jogo patológico, comprar compulsivamente, sexo compulsivo e até mesmo o trabalho excessivo que é a fuga mais bem aceita socialmente. Desta forma, acostumamo-nos a sempre ver a ansiedade como uma coisa negativa, um erro evolucionário.

Entretanto, a ansiedade é imprescindível a nossa sobrevivência e crescimento, sendo responsável pelas grandes conquistas da civilização humana. Assim, temos duas faces da ansiedade que são naturais e legítimas, como a ansiedade natural e a ansiedade existencial, esta ligada à consciência da nossa própria mortalidade e aos questionamentos filosóficos e religiosos que fazemos com relação à razão e propósito da vida. A outra face, por vezes distorcida e hedionda, é a da ansiedade patológica ou neurótica, pois geradora de sofrimentos físicos e mentais de monta.

A ansiedade natural origina-se da nossa consciência de sermos seres vulneráveis num mundo potencialmente ameaçador à nossa integridade e bem-estar. Ela é adequada e proporcional à situação que enfrentamos, e desaparece tão logo o objeto ou situação que a motivou é reconhecido e tratado. Na vida pós-moderna, é muito fácil a transformação da ansiedade natural em neurótica ou patológica. A dura realidade que enfrentamos implica num estresse que às vezes não é possível suportar. Enfrentamos a tensão de ganhar a vida num contexto extremamente competitivo, dentro de uma economia globalizada, em rápida mudança tecnológica e mesmo em suas regras e parâmetros. Criamos nossos filhos numa sociedade exigente, regida por valores consumistas e individualistas, que tendem a separar as famílias.

A ansiedade neurótica provoca-nos um estado generalizado de alerta, em que reagimos desproporcionalmente à percepção de uma ameaça real ou imaginária ao nosso bem-estar. Suas formas mais brandas, a que damos o nome de estresse, tensão e preocupação, causam-nos irritabilidade, agitação e mal estar físico. Se estabelecida cronicamente, leva a uma hiperativação do sistema nervoso que costuma provocar estados de esgotamento e depressão. Em casos mais graves provoca sintomas físicos agudos e ataques de pânico, quando a pessoa, em intenso sofrimento, tem a sensação de que vai morrer ou ficar louca.

A ansiedade existencial ou espiritual é pouco falada, mas não é menos real. Não raro, se ignorada e varrida para debaixo do tapete, transforma-se em formas graves de ansiedade patológica. Esta face mais sutil e profunda da ansiedade estimulou o ser humano a adentrar mais decisivamente o terreno da filosofia, da ética e da religião.



Dr. Luiz Antonio de Paiva

PAZ E LUZ!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O perispírito e o mundo espiritual


O espírito, em si, não tem forma definida e transcende a matéria. É como que uma centelha divina, um “clarão”. A origem de todos os espíritos está na Causa Primária de tudo, no Absoluto, em Deus. Para que o espírito possa se manifestar nos planos materiais, desde os mais sutis até os mais densos, como é o nosso caso, ele precisa de “corpos”. Para poder se expressar neste nível físico denso, precisa do corpo carnal. Mas entre o espírito, que não tem forma definida, e o corpo físico, existem outros corpos que são intermediários, pois a natureza não dá saltos, tudo é gradativo.

O perispírito é um corpo sutil, que toma a forma humana e pode se apresentar em variados graus de densidade energética. É invisível aos olhos do corpo, mas através da clarividência podemos “vê-lo”. As energias que partem das camadas mais profundas do Ser até o corpo físico (e vice-versa) passam pelo perispírito.

Quando vemos um espírito, seja em sonhos ou em estado de vigília, é o perispírito dele que enxergamos.

Hoje, seu corpo mais denso de expressão é o corpo físico. Quando você desencarnar, será através do perispírito que você se manifestará, pois ele não desaparece com a morte do corpo carnal.

Vejamos o que diz O Livro dos Espíritos, obra básica para entendermos a codificação espírita:

“Os seres materiais constituem o mundo visível ou corporal e os seres imateriais o mundo invisível ou espírita, quer dizer, dos espíritos.

O mundo espírita é o mundo normal, primitivo, eterno, preexistente e sobrevivente de tudo.

O mundo corporal não é senão secundário; poderia cessar de existir, ou não ter jamais existido, sem alterar a essência do mundo espírita.

Os espíritos revestem, temporariamente, um envoltório material perecível, cuja destruição, pela morte, os torna livre.

Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos espíritos que atingiram um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e Intelectual sobre os outros.

A alma é um espírito encarnado, do qual o corpo não é senão um envoltório.

Há no homem três coisas: 1º – O corpo ou ser material análogo aos dos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º – A alma ou ser imaterial, espírito encarnado no corpo; 3º – O laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o espírito.”

Não tenha medo dos espíritos. Você é um espírito. Está encarnado neste corpo e esqueceu que a vida é eterna!

Amigos de outras existências estão te esperando no plano espiritual. Outros encarnaram com você. Não existe castigo eterno, pois Deus é a infinita Bondade.



Escrito por Victor Rebelo

PAZ E LUZ!