sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Momento Especial


A grande maioria de nós, humanos, espera da vida sempre mais do que na verdade merece. Imaginamos e queremos resultados imediatos, sempre favoráveis.
Levamos a vida sempre em ritmo acelerado ou ao contrário, em total inércia, esquecemos de prestar atenção em tantos fatos aparentemente sem importância, mas que podem nos mostrar a realidade, apontar-nos um caminho e deixar claro que a vitória só depende de nós.
Quando passamos a observar os fatos do presente (do agora) e tentamos compreendê-los, podemos alcançar a essência da bondade de Deus.
O momento especial é o despertar para a vida. É entender a importância de viver o agora. É poder sentir a necessidade de compartilhar, de doar. É não ter receio de avançar e desvendar sua própria inteligência. É buscar sempre novas formas para evoluir. É vencer todos os obstáculos com firmeza. É acreditar em suas possibilidades. É saber ser paciente, humilde, seguro. É fugir dos preconceitos e das discriminações. É estar com a consciência aberta, pronta para cumprir o que foi determinado pelo Pai, aqui ou em qualquer outra morada.
Deus, nosso amigo maior, foi generoso demais comigo, paciente ao extremo. Deixou que o equilíbrio pudesse fazer parte do meu dia-a-dia, para só assim colocar em minhas mãos, no meu caminho, minhas tarefas. Hoje, compreendo desta maneira e você que está perdido, descrente, pode começar a entender já.
Podemos transformar qualquer momento difícil, amargo, em um momento especial. Basta permitirmos que Ele conduza a nossa vida conforme a Sua vontade.
Devemos viver o momento especial com alegria, segurança, amor, acreditando na vontade de Deus, tendo a total convicção de estarmos no lugar certo, vivendo e cumprindo o nosso papel na Terra. Devemos ainda aguardar a nossa passagem para outras dimensões, na absoluta certeza de que a vida continua e que os sentimentos verdadeiros não morrem jamais.
Escrito por Maria de Nazaré de Melo e Silva
PAZ E LUZ!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Espiritualidade e saúde



Ter uma crença religiosa influencia na saúde?

Em 1947, a Organização Mundial da Saúde definiu – um avanço para a época – que “a saúde não é apenas a ausência de doença, mas o estado mais completo de bem-estar físico, psíquico e social”. Desde então o conceito evoluiu muito, pois novas dimensões do homem têm sido consideradas e que muito afetam o seu bem-estar.
Um importante aspecto do homem integral, a espiritualidade, tem sido negligenciado pela nossa cultura orientada pelo reducionismo materialista. Entretanto, cientistas de vários ramos da ciência, como antropólogos, médicos, biólogos, filósofos, físicos etc. têm demonstrado que a religiosidade e, consequentemente, a espiritualidade é intrínseca ao homem. Alguns estudos chegaram ao ponto de levantar a hipótese de que nossa configuração cerebral, determinada por nossos genes, compeliu o homem à crença em Deus e na alma. E que esta função teria grande importância evolucionária, pois foi a partir dela que o homem tornou-se gregário e veio a desenvolver a fala. Em outras palavras, foi a religiosidade inata que nos fez tal como somos.
Conquanto haja tais constatações, cientistas agnósticos e ateus insistem em atribuir tais características ao acaso, esse extraordinário Acaso que teceu o fio condutor da evolução das espécies até o homem, e determinou leis perfeitas que sustentam o Universo. Talvez Acaso seja o novo nome de Deus.
Grandes centros acadêmicos de pesquisa em todo o mundo, incluindo Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e até mesmo o Brasil têm realizado estudos e pesquisas sobre saúde e espiritualidade. Dentro do mais acurado rigor científico pesquisam como a oração, a fé, a religião, isto é, a espiritualidade, desempenha importante papel na manutenção da saúde e do bem-estar, assim como na recuperação mais célere das enfermidades. No Brasil, os estudos têm sido realizados em várias Universidades, principalmente nas públicas, como USP, UNIFESP, UNICAMP, UNESP, Universidade Federal do Ceará, Universidade Federal do R. G. do Sul e Universidade de Brasília.
Nos Estados Unidos, destaca-se o Duke’s Center para estudos da Religião e da Espiritualidade, da renomada Universidade de Duke. Merece citação os trabalhos de pesquisa liderados pelo seu diretor, o médico Harold Koenig, Ph. D, e que é autor do livro já traduzido para o vernáculo, “Manual de Religião e Saúde”.
Os trabalhos de Harold Koenig têm demonstrado inequivocamente que “os praticantes ativos de uma crença podem obter benefícios físicos e mentais, entre eles, um sistema imunológico mais resistente e menor propensão a determinadas doenças, bem como melhor capacidade de recuperação de enfermidades”.
O médico Fernando Lucchesse, doutor em cardiologia e professor dos cursos de mestrado e doutorado da Universidade Federal do R. G. do Sul, define saúde de uma forma muito mais completa: diz que é o bem-estar físico, psíquico, familiar, financeiro, profissional, ambiental e espiritual. Refere que 70% das mortes ocorrem em decorrência de três epidemias que vivenciamos na atualidade: aterosclerose, depressão e neuroses, que por sua vez têm decisivo impacto nas causas de infarto, acidentes vasculares cerebrais e câncer.
O Dr. Lucchesse afirma que a alma doente adoece o corpo e que, em especial, o “trio maléfico” composto pela raiva, inveja e vaidade são os maiores vilões. Diríamos nós que este trio está presente em todos aqueles que inconsciente ou conscientemente praticam o egoísmo, tido pelo Espiritismo, juntamente com o orgulho, como razão principal para a infelicidade humana.
Se viver é a arte do encontro, o mais importante encontro é conosco mesmo, com a nossa realidade essencial. E a espiritualidade faz parte desta realidade, conquanto preterida e ignorada pela insana adesão aos falsos valores do ter a todo custo, do consumismo compulsivo e da comparação com os outros (inveja).
O despertar da espiritualidade e o seu cultivo far-nos-á reconciliados, serenos, mais saudáveis e, sobretudo, mais felizes com o que temos e com o que somos. Não é o que as religiões dizem, mas o que a ciência está a reconhecer e recomendar. “Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” Jesus - Mateus 6, 33.


Luiz Antônio de Paiva é médico psiquiatra e vice-presidente da Associação Médico-Espírita de Goiás.

PAZ E LUZ!


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Sexualidade em equilíbrio


O medo de assumir, revelar ou definir sua própria sexualidade ainda é, nos dias atuais, o principal motivo dos conflitos sexuais. O número de pessoas que não sabem conviver de maneira equilibrada com suas emoções é muito maior do que qualquer resultado apresentado em pesquisas. Existem pessoas que passam a vida toda escondendo suas vontades e necessidades, sofrendo sem procurar ajuda.
Noções de moral e decência que foram apresentadas durante séculos como leis e que puniram severamente aqueles que ousaram viver fora desses padrões ainda prejudicam de forma assustadora, inibindo o próprio conhecimento da sexualidade. Na infância, as proibições e a falta de tato para desenvolver os sentimentos, as formas de comportamento e os anseios levam as crianças a imaginar e procurar uma forma de fazer um inocente ato por pura curiosidade, sem esclarecimento algum.
Já na adolescência, quando os desejos começam a explodir, as informações são omitidas e os anseios contidos, com a desculpa de que é muito cedo para se falar ou tocar no assunto. A grande maioria dos pais não se sente à vontade para conversar com os filhos e, com isso, eles absorvem as informações com os colegas e pelos meios de comunicação. Alguns pais, mesmo não sabendo definir sua sexualidade, procuram impor aos filhos uma postura igual à sua, criando sentimentos mesquinhos e gerando uma onda de preconceitos e desvios de conduta.
Incentivar o conhecimento do corpo e modernizar os ensinamentos não é vulgarizar a sexualidade. Essa exploração sexual que estamos acostumados a presenciar através dos meios de comunicação e com total clareza pela internet jamais poderá mostrar o que nós, humanos, realmente precisamos aprender sobre o assunto. A mídia usa e trata a questão da sexualidade como uma mercadoria, oferecendo-a para venda. A divulgação invade os endereços eletrônicos com pornografias explícitas.
Ora, a sexualidade não é um produto, um órgão, um sinal de procriação, nem tampouco uma sensação puramente física, mas é uma força, uma energia, uma bênção divina, um caminho para o progresso espiritual. Através dessa força que emana do íntimo de cada um, é possível realizar o melhor de todos os nossos talentos com infinito prazer. Imaginar que a sexualidade é apenas uma necessidade biológica rejeita os mais nobres conhecimentos do assunto. A predominância do instinto sobre os sentimentos sempre trará resultados traumáticos, possibilitando um aumento considerável dos desvios e crimes sexuais.

Rumo ao progresso espiritual
Sendo assim, devemos trabalhar a sexualidade do mesmo jeito que trabalhamos nossos sentimentos, por várias razões. O mais importante é que ela seja sempre uma manifestação de amor, respeito e força divina. Quando não há equilíbrio entre sentimento e sensação, corpo e mente, instinto e razão, corremos o risco de cometer excessos. Quando permitimos que os desejos grosseiros superem a suavidade de um gesto, perdemos o controle da situação. Quando procuramos o conhecimento fútil, ficamos muito mais embaraçados. Porém, quando há serenidade dentro de nós, quando entendemos e distribuimos essa força com equilíbrio, não por interesses puramente mundanos, mas para fortalecermos nossa alma, certamente atingimos um nível louvável de prazer.
Podemos escolher a melhor forma de utilizar essa fonte de energia ao melhorarmos nosso comportamento, permanecendo vigilantes, combatendo os perigos e tentações, evitando influências maldosas e sustentando uma decisão firme de evitar os excessos.
Existem pessoas crentes de que seu vigor e vitalidade são uma espécie de diploma. Tentam mostrar suas habilidades de todas as maneiras, começando a desencadear as ondas de crimes com excessos de atos libertinos e vulgares. Na maioria dos crimes sexuais, a confiança entre a vítima e o acusado parece ser sólida, pois eles geralmente acontecem entre os membros de uma família ou de pessoas próximas. A perversidade de alguns crimes chega a destruir muitos lares, acabando com a paz de toda a família.
A sexualidade pode permanecer adormecida ou aflorar de forma devastadora, prejudicando seriamente o caminho da evolução. Ninguém pode imaginar que está livre de passar por uma situação de descontrole físico. As qualidades morais bem definidas, o controle, o conhecimento do corpo, das sensações e dos vícios da carne eliminam o crescimento dos abusos, dos erros e da ignorância sobre seus próprios valores. O ser humano é um aprendiz constante de suas emoções.
É preciso acompanhar o desenvolvimento sexual e suas tendências a partir dos primeiros anos de existência, ajudando o novo ser a entender melhor seu corpo, suas energias e seus sentimentos. Precisamos uns dos outros em todas as etapas da vida, bem como de esclarecimentos convincentes, reconhecendo que a sexualidade significa muito mais do que procriação ou relação sexual.
Algumas pessoas usam atitudes preconceituosas para julgar a sexualidade (o comportamento) de um semelhante. Acreditam ter razões morais e entendimento para exclui-lo, ironizá-lo, desmoralizá-lo e condená-lo. Mas quem somos nós para julgarmos e condenarmos um irmão? Quem somos nós para perturbarmos a paz de casais que não fazem parte da tradição de nossa sociedade, que não se submetem a rituais religiosos, mas que vivem com harmonia, respeito e amor?
O que realmente interessa para desenvolver a sexualidade de uma forma sadia é amor, respeito, conhecimento, confiança, equilíbrio, cumplicidade e crescimento em conjunto, desejando o bem de seu semelhante em todos os momentos.
                                        
Escrito por Maria de Nazaré de Melo e Silva

PAZ E LUZ!