quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Desdobramento

Dezessete de maio de 1953, entre 13h e 14h, em frente ao Cassino lnterlaken, Suíça. Joaquim da Silva Gomes, com sua esposa, Maria Estela Barbosa Gomes, deixava-se fotografar pela filha Terezinha. Dias depois, chegando em Portugal, revelaram o filme e esta foto os surpreendeu profundamente: ao lado do casal, com toda nitidez, aparecia o Dr. Otávio Bandeira de Lima Coutinho, grande amigo da família, que deveria estar em sua residência, no Recife!
Na suposição de que o amigo tivesse desencarnado, Joaquim enviou a foto a uma das filhas do Dr. Otávio. Este de pronto remeteu uma carta bem humorada ao amigo, identificando-se na foto e reconhecendo inclusive o terno, a gravata e o alfinete como seus, pois estavam bem visíveis. Esclareceu que, na data e no horário em que foi batida a foto, adormecera numa cadeira de balanço na varanda de sua residência. Disse não se recordar de nada que se relacionasse com a foto, a não ser que pensara muito nos amigos distantes antes de adormecer.
 Este é um caso típico de desdobramento (projeção astral), narrado pelo Anuário Espírita – 1983. É o fenômeno pelo qual a pessoa, em estado de sonolência ou mesmo dormindo, transporta-se de um lugar para outro, com ou sem tangibilidade.
Segundo Kardec, o espírito se aproveita da oportunidade de escapar da prisão corporal sempre que pode. É um dos mais curiosos e ricos fenômenos anímicos, em que o ser se move livremente, pensa melhor, decide com maior conhecimento e mantém intenso intercâmbio com encarnados e desencarnados, segundo seus interesses e afinidades.
É frequente ocorrer com todas as pessoas, porém nem todas conseguem se lembrar, após o regresso ao corpo físico, do que fizeram durante o tempo em que estiveram parcialmente libertas dele. Geralmente atribuem tudo a um sonho comum, ou seja, aquele resultante de suas disposições físicas ou psicológicas.
Diz Hermínio Miranda que “é nesse estado que o espírito consegue entrar na posse de algumas de suas faculdades superiores, pelo acesso aos arquivos da sua memória integral. Daí lembrar-se de encarnações passadas e até mesmo, em situações especiais, afastar a densa cortina que encobre o futuro”.
Por sua vez, Martins Peralva, ao analisar as situações em que pode ocorrer essa libertação espiritual, chama a atenção para a existência, nos trabalhos mediúnicos, do chamado médium de desdobramento, ou seja, “aquele cujo espírito tem a propriedade ou faculdade de desprender-se do corpo, geralmente em reuniões”. A consciência se projeta e excursiona por vários lugares na Terra ou no espaço, a fim de colaborar nos serviços, consolando ou curando.
No caso daqueles que desejam aprimorar a capacidade de desdobramento consciente, diz o autor que há condições de ordem moral das quais não pode prescindir: vida pura, aspirações elevadas, potência mental, cultivo da prece e exercício constante.
A respeito, diz André Luiz: “Considerável número de pessoas, principalmente as que se adestram para esse fim (desdobramento), efetuam incursões nos planos do espírito, transformando-se, muitas vezes, em preciosos instrumentos dos benfeitores da espiritualidade, como oficiais de ligação entre a esfera física e a esfera extrafísica”.
Um depoimento de Hermínio Miranda confirma exatamente essa atividade. Diz o autor, referindo-se a uma personagem do seu livro Diversidade dos Carismas: “É comum observar-se em Regina o trabalho mediúnico específico e bem caracterizado em desdobramento. Em várias oportunidades, em vez do espírito manifestante ser trazido ao grupo, ela é que vai ao encontro dele, o que dá conhecimento antecipado ao dirigente dos trabalhos. Desprende-se e é levada pelos amigos espirituais”. 
Segundo desdobramento?
Mas as pesquisas revelam que não se trata de um fenômeno restrito aos seres que ainda estão na carne. Experiências realizadas por Albert de Rochas informam que poderá ocorrer um segundo desdobramento, a partir do perispírito já desdobrado do corpo físico.
Este fenômeno também é mencionado por André Luiz, em Nosso Lar, quando o autor desencarnado visitou, conscientemente, o espírito de sua mãe, habitante de plano superior ao seu, após desdobrar-se de seu corpo perispiritual que ficara em repouso numa das unidades da instituição à qual fora escolhido.
Escrito por René Artur de Barros Monteiro  
PAZ E LUZ!

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Vampirismo Espiritual

1 - Cansaço, baixa imunidade às doenças, falta de equilíbrio e concentração, bem como excesso de irritabilidade podem ser indícios de uma perda energética provocada pelo vampirismo.
Quando a Doutrina Espírita se refere aos vampiros, não fala de seres mitológicos com dentes agudos, adaptados para sugar o sangue das pessoas saudáveis, mas sim, de encarnados e desencarnados, que, desrespeitando as leis de Deus, se munem de sentimentos de vingança contra desafetos do passado, ou mesmo de sentimento oportunista e passam a viver à custa de energia vital de outrem.
Há também aqueles seres que embora tenham deixado o corpo físico, continuam ainda vivendo os prazeres obscuros da carne e dos vícios como o fumo e as drogas, bem como os desregramentos da bebida e do sexo, entre outros e que por se encontrarem impossibilitados de satisfazerem seus prazeres, induzem outras pessoas encarnadas a fazê-lo, e delas captam os fluidos, sentindo-se assim os mesmos prazeres produzidos pelo ato.
2. - Espíritos vampirizadores
O termo vampiro é usado analogamente para definir o ato do espírito que suga intencionalmente as energias do outro, em alusão à figura mítica de Drácula que hipnotizava suas vítimas e lhes sugava o sangue até a morte. No mundo espiritual encontram-se figuras distintas deste ser mas que atuam de forma muito parecida com as artimanhas do conhecido ser das trevas do folclore.
Há espíritos que sugam as energias sutis de seus hospedeiros a ponto de lhes causar sérios danos à saúde física e psicológica, uma vez que, além de lhes enfraquecer as forças, lhes envolvem em formas mentais grosseiras, que os martirizam mentalmente levando-os, às vezes, a casos de loucura. André Luiz chamou este processo de infecção fluídica, tão grave é o dano causado a vítima.
3. - Seres alienados
Ao desencarnar, o homem leva consigo todos os seus vícios e necessidades. Dependendo de sua nova situação no mundo dos espíritos e, principalmente da região onde habita, é muito comum que sinta as mesmas necessidades que tinha quando encarnado. Como não tem meios para desfrutar dos prazeres da vida corpórea, e sem condições de suprimir esta necessidade em sua nova condição na erraticidade, ele busca apoio naqueles encarnados que podem lhe oferecer formas para a satisfação destas vontades.
Temos aí o sugador de forças vitais, que se aproxima de um encarnado que detém as mesmas necessidades que as suas, induzindo-o a prática em excesso dos vícios em comum. Podemos citar os viciados no campo sexual, das drogas, do jogo, e até nas práticas mais comuns do dia a dia, mas que em excesso, oferecem sérios prejuízos, como o caso da alimentação, como mostram os ensinamentos do espírito André Luiz nos livros da Coleção Mundo Espiritual (FEB).
Encarnados se alimentam e bebem em excesso, o fazem por si e por outros espíritos, e quando em comportamento sexual vicioso, expõem sua vida íntima e privada a uma série de experiências no campo sexual.
4. - Os monstros
Narra a literatura espírita que, no plano espiritual, há entidades que pela ignorância e atraso moral, além de subjugar suas vítimas encarnadas e até mesmo desencarnadas, mantêm pela chamada ideoplastia seu perispírito em formas monstruosas. Sentem-se bem sendo temidos e reconhecidos pela forma que se apresentam e, normalmente agem em bandos visando intimidar os outros espíritos que encontram pela frente.
Ambientes terrenos onde impera o vício e a imoralidade são roteiros preferidos destes espíritos, uma vez que lá encontram por afinidade suas presas com maior facilidade. Segundo o Espírito Miramez pela psicografia de João Nunes Maia, na série de livros que trata da Vida Espiritual (Editora Fonte Viva), bem como pelos livros de André Luiz, os matadouros de animais estão repletos destas criaturas que sugam a energia do animal abatido, saciando dos seus instintos ferozes com os fluidos da presa.
Velórios e cemitérios cujos enterros não contam com a proteção fluídica da prece e a presença de espíritos nobres, podem também ficar vulneráveis à presença destas criaturas, que aproveitam para colher os resquícios de fluidos vitais dos recém-desencarnados.
5. - Vítimas do ódio
Espíritos que mantém desavenças enquanto encarnados, também no plano espiritual, continuam nutrindo o mesmo ódio por seus inimigos. Sentindo-se em vantagem, travam forte perseguição a seus desafetos, aproximando-se deles e, muitas vezes, induzindo-os a tomar atitudes que os prejudiquem como a prática de vícios, o excesso físico, além da escravidão psíquica. Os Centros Espíritas tem por função serem abrigos ao viajor que bate à porta em busca do auxílio para os males do corpo físico ou da alma.
Entre os males da alma, é na Casa Espírita que aquele que, sentindo a pressão da cobrança de uma entidade espiritual vingativa, encontra a proteção e o entendimento necessários ao resgate dessa dívida cármica. Em reunião mediúnica privativa, este espírito será lembrado das palavras do Nazareno que ensinou a perdoar o mal que nos fazem, e que esta dívida cármica será sim quitada com a moeda da ação caridosa em favor de alguém e sem espera de recompensas que não seja outra senão a da alegria na prática do bem
Envolvido em uma psicosfera de amor e oração, este cobrador do além sentirá o envolvimento de sentimentos de paz e bondade que o estimulará a desistir do intento de vingança e a compreender que o perdão liberta quem perdoa e não quem é perdoado.
6. - Vampiros encarnados
Não podemos deixar de falar da obsessão dos encarnados aos desencarnados. É o que acontece devido ao apego aos entes queridos. Ao desencarnar o homem passa a habitar um mundo desconhecido do plano físico, porém, há laços afetivos que não se rompem. O pensamento daquele que fica aqui atravessa as barreiras físicas chegando à alma daquele que está do outro lado da existência.
Se o pensamento do encarnado for de inconformismo e desespero, isto poderá causar desequilíbrios ao desencarnado que poderá sentir a necessidade de voltar a viver junto a seus entes queridos; e infelizmente é esta atitude que muitos tomam ao ouvir os chamados incessantes de seus entes queridos encarnados.
Mas a presença do espírito normalmente se torna um problema, pois ele passa a dividir o espaço com os encarnados e a tirar deles, mesmo involuntariamente, seus fluidos vitais e, pela ligação psíquica, podem passar sua insegurança emocional. Assim ambos, encarnados e desencarnados, são prejudicados.
Há também o exercício irresponsável da mediunidade, quando espíritos são praticamente escravizados por médiuns que os usam para a satisfação de prazeres pessoais e a manutenção de sua vaidade medianímica, como ensina André Luiz no livro Nos Domínios da Mediunidade:
“Desencarnados são mais vampirizados que vampirizadores. Fascinados pelas requisições dos médiuns que lhe prestigiam a obra infeliz, seguem-lhes os passos, como aprendizes no encalço dos mentores aos quais se devotam.”
Fala também do futuro destes irmãos envolvidos no processo de simbiose mental: “Na hipótese de não se reajustarem no bem, tão logo desencarnem o dirigente deste grupo e os instrumentos medianímicos que lhe copiam as atitudes, serão eles surpreendidos pelas entidades que escravizaram, a lhes reclamarem orientação e socorro.”
7. - Proteção
A forma de fugir desta influência é seguir as orientações da Espiritualidade que recomenda a vigilância e a mudança de hábitos. Ninguém pode nos forçar a fazer aquilo que não desejamos desde que tenhamos forças para resistir, conforme ensina o saudoso escritor Herculano Pires:
”Vivendo no plano extra-físico, os vampiros agem sobre nós por indução mental e afetiva. Induzem-nos a fazer o que desejam e que não podem fazer por si mesmos. Quanto mais os obedecemos, mais submissos nos tornamos”.
É preciso ter força para ignorar e resistir às más orientações, perdoar seus inimigos. Além de melhorar sua condição espiritual, você ainda convida os seus obsessores a seguirem seus passos em direção ao bem.

Leandro Martins - Revista Espiritismo

PAZ E LUZ!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

A Aids e a banalização do sexo

De acordo com o Ministério da Saúde, a mortalidade pela Aids caiu 13% no Brasil entre 2003 e 2013, passando de 6,4 para 5,7 mortes por 100 mil habitantes. Porém, infelizmente, há um aumento da contaminação do HIV entre os jovens de 15 a 24 anos. De 2004 a 2013, a taxa de detecção passou de 9,6 para 12,7 casos a cada 100 mil habitantes.
“Para nós, a conscientização dos jovens é um desafio. Eles não viram seus líderes morrerem de Aids, não viveram histórias de sofrimento, não trabalham mais com os mesmos valores e referências que outras gerações viveram”, disse o ministro da Saúde, Arthur Chioro, na entrevista que apresentou os dados do Boletim Epidemiológico HIV-Aids. “Voltou a ser comum ter três parceiros diferentes em uma mesma noite. Esse tipo de comportamento que a Aids parecia ter acabado está voltando”, completou Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Segundo a classificação do Ministério da Saúde, a Aids é uma “epidemia concentrada” em populações-chave. Dos casos, 10,5% foram registrados em gays e outros HSH (homens que fazem sexo com homens), 5,9% em usuários de drogas, 5% em usuários de crack e 4,9% em trabalhadores do sexo – (fonte: http://veja.abril.com.br).
Tenho acompanhado de perto nossa geração de jovens. Na minha opinião, nossa sociedade evoluiu muito nestas últimas gerações. Atualmente, apesar de ainda existir um certo preconceito e homofobia de parte da população, é muito mais fácil assumir a bi ou homossexualidade. Tenho visto muitos jovens aceitarem sua sexualidade com mais naturalidade, sem o medo e recalque impostos pelos tabus sociais e religiosos.
Penso que quanto mais uma sociedade convive pacificamente com a diversidade (de religião, sexual, política, etc.), mais ela demonstra estar evoluindo.
É fundamental para um desenvolvimento psicológico e emocional saudável, que o indivíduo tenha liberdade para assumir seus desejos e manifestá-los. Claro que para agir com ética (eu disse ética e não valores morais-religiosos), a expressão da minha liberdade, seja sexual, religiosa, etc., não pode ferir a liberdade, dignidade e direitos do próximo.
Muitos podem apontar essa maior liberdade sexual como o fator preponderante para estarmos enfrentando o aumento do contágio do HIV. Não acho. Penso que a raiz do problema está na banalização do sexo, seja entre heteros ou homossexuais. No caso destes, a homossexualidade pode e deve ser vivenciada de forma segura e saudável.
Por outro lado, com a emancipação feminina, as mulheres têm conquistado uma maior independência, seja financeira, afetiva ou sexual. Hoje, as mulheres podem assumir seus desejos com mais naturalidade e isso é ótimo! O problema está na enorme vulgarização do sexo que vemos na sociedade, principalmente pelos homens – como sempre ocorreu – e agora pelas mulheres. Se isso continuar, veremos o número de mulheres contaminadas também aumentar drasticamente.
Devemos, sim, vivenciar nossa sexualidade de forma natural, sem os antigos tabus religiosos, mas também sem tornarmos o sexo a causa de nossa degradação espiritual.
O ato sexual não serve apenas para procriação. Serve para mantermos nossa harmonia psicoemocional e energética, quando praticado com equilíbrio e respeito. Abstinência apenas quando for natural e não forçada.
Portanto, pais: informem seus filhos sobre sexo e doenças. Eduquem quanto à necessidade do respeito que se deve ter ao parceiro, assim como do autorrespeito. Esclareçam. Deem preservativos para os jovens. Acompanhem, sim, o namoro deles, mas sem invasão de privacidade.
Que o sexo seja um momento de prazer e, de preferência, de amor.
Escrito por Victor Rebelo  
PAZ E LUZ!

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Doenças Psicossomáticas

As doenças e desequilíbrios que manifestamos em nossas vidas ocorrem devido ao nosso atual estágio evolutivo. Conforme vamos ampliando nosso grau de maturidade e lucidez espiritual, a ordem e o amor vão se tornando uma realidade, trazendo harmonia e paz.
Acredito que o ser, iludido por uma percepção individualista de si mesmo, aspira por um sentimento transcendental, com o qual ele possa se sentir plenamente integrado com o Todo (natureza e pessoas). Neste nível, o egocentrismo deixa de existir. Abandonamos nossa personalidade sem perdermos a individualidade. Viver para o bem de todos é como viver para nosso próprio bem, não existe diferença. Porém, esta realização, este despertar, é um processo gradativo, depende do rumo que o espírito tomar em sua jornada evolutiva, através de suas encarnações e além delas. Depende, também, da sinceridade de suas escolhas e da força de vontade em persistir no caminho escolhido.

A personalidade ou persona não possui essência. O que fomos na última encarnação, já não somos nesta. Algumas tendências, ainda gravadas em nosso subconsciente, persistem, mas não podemos dizer que somos a mesma pessoa. Essa transformação ocorre o tempo todo. A verdade que preservávamos ontem, hoje destruímos com nossas dúvidas, para, amanhã, ampliarmos nossa visão. Este é o infinito ciclo da evolução espiritual. Para isso ocorrer da forma mais “suave” possível, precisamos ter humildade para reconhecer quando estamos equivocados em nossos pontos de vista ou quando é hora de expandirmos nossa percepção. Não podemos ter a prepotência de achar que nosso caminho espiritual é o melhor.
Penso que o mal não existe como essência. Para mim, ele é a manifestação da desordem, do desequilíbrio ou mesmo da busca pela ordenação, pela harmonia interna. Como eu disse no início, conforme o nosso grau de compreensão da vida e de nós mesmos se amplia, e, com ele, um sentimento profundo de amor incondicional, passamos a viver o bem, a ordem, a Luz... Por isso, toda violência é uma forma deturpada e desesperada de buscarmos o Bem que “nos escapa”.

Todo esse processo repercute na qualidade e no fluxo das nossas energias. Quando elas não fluem livremente, a tendência, ao longo do tempo, é o corpo adoecer. Esta “lei” é conhecida como "psicossomatismo", ou seja, desequilíbrios de ordem psicoemocional, que prejudicam nosso fluxo saudável de energias, manifestando-se no corpo por meio de doenças. Nossos conflitos emocionais, assim como nossos padrões de pensamentos e reações desequilibrados criam bloqueios energéticos e/ou aumentam a nossa perda de energia. Portanto, autoconhecimento e reforma íntima são fundamentais no processo de evolução espiritual, refletindo, assim, na saúde do corpo e da mente.
Escrito por Victor Rebelo
PAZ E LUZ!

domingo, 23 de agosto de 2015

A casa mental e a reforma íntima sem martírio


“Não podemos dizer que possuímos três cérebros simultaneamente. Temos apenas um que, porém, se divide em três regiões distintas. Tomemo-lo como se fora um castelo de três andares: no primeiro situamos a residência de nossos impulsos automáticos, simbolizando o sumário vivo dos serviços realizados.No segundo localizamos o domicílio das conquistas atuais, onde se erguem e se consolidam as qualidades nobres que estamos edificando; no terceiro, temos a casa das noções superiores, indicando as eminências que nos cumpre atingir. Num deles moram o hábito e o automatismo; no outro residem o esforço e a vontade; e no último demoram o ideal e a meta superior a ser alcançada. Distribuímos, deste modo, nos três andares, o subconsciente, o consciente e o superconsciente. Como vemos, possuímos, em nós mesmos, o passado, o presente e o futuro.” – André Luiz, capítulo 3, No Mundo Maior, FEB.
Entendendo a casa mental
O estudo deste tema é fundamental em quaisquer assuntos da reforma íntima. É um tema de fácil entendimento e usaremos da ilustração para ajudar a compreensão.
André Luiz fez uma comparação dos níveis mentais com uma casa. O porão é onde guardamos tudo aquilo que poderá nos servir em algum momento. É o armazém ou depósito da mente, denominado pelo autor espiritual como subconsciente, no qual se encontram todas as experiências boas ou infelizes, representando todo o nosso passado desde que fomos criados por Deus. Tudo que nós fazemos é registrado nessa parte da mente.
A parte social da residência é o local no qual mais movimentamos, assim como a cozinha, quarto, sala e demais cômodos mais usados em uma casa. É o nível chamado de consciente e corresponde a todas as operações relativas ao momento presente, constituindo a personalidade atual desde o renascimento na matéria até o momento atual.
O sótão é a parte da casa que mais raramente utilizamos no intuito de relaxar, descansar ou refletir. Representa o superconsciente ou região nobre da mente onde se encontram todos os germens divinos da perfeição, em estado latente. É o nosso futuro.
Na ilustração você pode ver uma relação entre as cores amarelo, branco e preto como sendo superconsciente, consciente e subconsciente e os respectivos andares da casa.
Os três níveis mentais têm correspondência com três áreas da vida cerebral no corpo físico, mas não vamos aqui aprofundar esse aspecto que poderá ser estudado no livro de André Luiz.
Os moradores dos três níveis
Segundo o autor espiritual André Luiz, no subconsciente mora o automatismo e o hábito. No consciente reside o esforço e a vontade e no superconsciente encontramos o ideal e a meta.
A compreensão dos mecanismos de interação entre estes moradores auxilia-nos imensamente entender como se opera o grande objetivo espiritual da reforma íntima.


Conceituando reforma íntima
Essas três partes da vida mental estão em constante interatividade. Do subconsciente partem apelos automatizados que foram consolidados ao longo de várias reencarnações e que podem dominar nossas ações, pensamentos e sentimentos. Por exemplo: quem já tenha fumado em outras reencarnações ou tenha desenvolvido o talento de tocar piano terá impulsos para fumar novamente e grande facilidade para aprender piano na presente existência corporal.
Na reforma íntima, como temos que superar muitos impulsos ou tendências do passado é necessário que os moradores do consciente, ou seja, o esforço e a vontade, sejam manejados decididamente para tomar conta da vida mental e escolher com sabedoria o que queremos fazer, pensar e sentir, diante dos ideais de transformação moral. Aqui temos um primeiro conceito de reforma íntima: a ascendência da vontade e do esforço sobre nossos milenares hábitos cristalizados no subconsciente.
O conflito interior nasce dessa luta entre consciente e subconsciente. É preciso muita disciplina para conter os impulsos, nem sempre nobres, dessa parte subconsciente da vida mental. 
Outro conceito importante de reforma íntima é o aprendizado de despertar os valores divinos que se encontram adormecidos no superconsciente. Educação é exatamente esse ato de extrair ou colocar para fora os tesouros de nossa divindade que se encontram adormecidos nesse nível.
Todos nós os temos guardado nesse campo da vida mental superior. Por exemplo: quando buscamos a calma, a alegria, a fé e tantos outros patrimônios espirituais, em verdade todos eles já se encontram no superconsciente. 
A meditação, a oração, o desenvolvimento da honestidade em relação aos nossos sentimentos, o hábito do auto-amor através do cuidado conosco e o serviço do bem são algumas das muitas formas de acessar essa zona mental nobre, e recolher o conteúdo energético que nos fará sentir o bem-estar de uma vida saudável e plena. 


A casa mental e a reforma íntima sem martírio
O estudo da casa mental lança uma luz sobre o tema reforma íntima, porque auxilia-nos a entender que não destruímos nada daquilo que fomos, apenas transformamos para melhor.
O subconsciente não morre, não acaba. Ele faz parte do processo de ascensão do Espírito. Ali estão gravadas as experiências felizes e infelizes e, ambas, serão importantes para seu progresso.
Portanto, focar o conceito da melhoria espiritual ou reforma íntima apenas na ótica de “matar o homem velho” ou exterminar o passado (subconsciente), pode conduzir-nos a um esforço de contenção e disciplina muito acentuado ao ponto de criarmos o martírio.
Mais do que contenção ou repressão, precisamos de educação, isto é, aprender a trabalhar o desenvolvimento das potencialidades que estão no superconsciente. Ninguém faz reforma íntima legítima apenas disciplinando o subconsciente. 
É sobre esse ponto que quero refletir com os leitores e amigos no próximo número da revista, quando desenvolverei a parte 2 deste artigo.
Procure fazer um estudo da obra “No Mundo Maior”, de André Luiz e conjugue-a com a obra “Reforma Íntima sem Martírio”, de Ermance Dufaux. Você verá o quanto aprenderá sobre seu mundo mental em favor da construção de uma pessoa nova e melhor a partir de você mesmo.
Fonte: Wanderley S. de Oliveira

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

O que é uma civilização avançada?

Até que ponto podemos considerar nossa sociedade, realmente, como civilizada?
Primeiro, vamos entender o significado de civilização...
“Conjunto das características próprias da vida intelectual, social, cultural, tecnológica etc. que são capazes de compor e definir o desenvolvimento de uma sociedade ou de um país.

Condição daquilo que se encontra em avanço; desenvolvimento cultural; progresso. (...)” – Fonte: Dicionário on-line de português (www.dicio.com.br).
De acordo com a mesma fonte, civilizado significa:
“Dotado de civilização: país civilizado.
Que possui os costumes e ideias próprios ao estado de civilização.”
Se olharmos para o passado, veremos que a maioria dos países tem evoluído muito, o que nos faz pensar que somos, em geral, uma civilização avançada. Independente da diversidade cultural e das diferenças econômicas e socias, entre as nações, nos consideramos bastante civilizados! Mas e com relação ao nosso desenvolvimento espiritual, ético, emocional, interpessoal, enfim... humano? Será que nos desenvolvemos tanto quanto no aspecto material?
Vejamos o que os espíritos consideraram como civilização, em O Livro dos Espíritos:
793. Por que indícios se pode reconhecer uma civilização completa?
“Reconhecê-la-eis pelo desenvolvimento moral. Credes que estais muito adiantados, porque tendes feito grandes descobertas e obtido maravilhosas invenções; porque vos alojais e vestis melhor do que os selvagens. Todavia, não tereis verdadeiramente o direito de dizer-vos civilizados, senão quando de vossa sociedade houverdes banido os vícios que a desonram e quando viverdes como irmãos, praticando a caridade cristã. Até então, sereis apenas povos esclarecidos, que hão percorrido a primeira fase da civilização.”
Esta resposta demonstra qual é o conceito de evolução social da doutrina espírita e amplia nosso olhar sobre o que podemos considerar como realmente civilizado. Sob este aspecto, reconhecemos que alguns povos “selvagens” do passado, por exemplo, eram muito mais evoluídos do que os europeus do século XIX.
Continuando, lemos em O Livro dos Espíritos:
“A civilização, como todas as coisas, apresenta gradações diversas.
(...) De duas nações que tenham chegado ao ápice da escala social, somente pode considerar-se a mais civilizada, na legítima acepção do termo, aquela onde exista menos egoísmo, menos cobiça e menos orgulho; onde os hábitos sejam mais intelectuais e morais do que materiais; onde a inteligência se puder desenvolver com maior liberdade; onde haja mais bondade, boa-fé, benevolência e generosidade recíprocas; onde menos enraizados se mostrem os preconceitos de casta e de nascimento, por isso que tais preconceitos são incompatíveis com o verdadeiro amor do próximo; onde as leis nenhum privilégio consagrem e sejam as mesmas, assim para o último, como para o primeiro; onde com menos parcialidade se exerça a justiça; onde o fraco encontre sempre amparo contra o forte; onde a vida do homem, suas crenças e opiniões sejam melhormente respeitadas; onde exista menor número de desgraçados; enfim, onde todo homem de boa-vontade esteja certo de lhe não faltar o necessário.”
Os anos passam, os cenários políticos se alternam... mas tenha em mente que uma renovação social radical e abrangente só será possível se desenvolvermos – cidadãos comuns e representantes do Estado – em nosso dia a dia, os valores de uma verdadeira civilização.
Escrito por Victor Rebelo