quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Medicina da alma


Cada vez mais, “minorias criativas” buscam a integração entre Fé e Razão, tendo em vista que é impossível compreender o mundo, o universo e o próprio ser humano, sem as luzes de um paradigma, de um modelo, que contemple todas as áreas das cogitações humanas. As revoluções conceituais da física , no século XX, muito contribuíram para essa nova visão da realidade, demonstrando que a matéria cedeu lugar à energia, o tempo é variável, o movimento descontínuo, a interconectividade não localizada, e a consciência é capaz de influir nos eventos, selecionando possibilidades. Nesse novo tempo, especialistas passaram a enxergar o ser humano de forma integral, conectado a uma imensa rede invisível, que engloba todas as coisas, do micro ao macrocosmo, e não têm nenhum pudor em reconhecer a complementaridade entre Ciência e Religião, valorizando a integração da Espiritualidade à vida humana.
Foi assim que ganhou impulso, na década 1970, uma dessas minorias criativas, formada por médicos que buscam implantar nas universidades estudos de Medicina e Espiritualidade. Sob essa denominação, já há cursos regulares ou opcionais, e também de pós-graduação, em 2/3 das universidades americanas, entre outras, nas Escolas Médicas de Harvard, com Herbert Benson, judeu, de Duke, com Harold Koenig, católico, do Novo México, com William Miller, luterano. Afirmamos, com renovada alegria, que nós, médicos espíritas, fazemos parte de uma dessas minorias criativas que tenta levar Espiritualidade às universidades, porque os fundamentos da Medicina Espírita estão em sintonia com o que é realizado, hoje, na maioria das universidades norte-americanas.
A obra do ilustre físico e humanista Fritjof Capra, especialmente, O Ponto de Mutação , está na vanguarda dessa luta em favor de um novo paradigma para a humanidade, em particular para a Medicina, com sua proposta de Assistência Holística à Saúde, que contempla o ser humano integral – Mente-Corpo. Nessa luta por um novo modelo de saúde, engajou-se também o físico quântico, Amit Goswami, com sua teoria sobre a Consciência, exposta em sua obra, especialmente, O Universo Autoconsciente. Nela, ele sustenta que a Consciência está fora da matéria, sendo, na verdade, fonte criadora do mundo material.
Hoje, tanto quanto nos séculos XIX e XX, há fortes evidências científicas da existência do Espírito. Pesquisadores, em sua maioria não espíritas, têm investigado casos de Experiências de Quase Morte (EQM), Visões no Leito de Morte, Experiências Fora do Corpo, Transcomunicação Instrumental e Reencarnação, acumulando evidências em favor da sobrevivência da alma.
O neuropsiquiatra, Peter Fenwick, os cardiologistas Michael Sabom e Pim Van Lommel, os psiquiatras, Raymond Moody Jr , Elizabeth Kübler-Ross e Sarah Kreutziger, o pediatra Melvin Morse, os psicólogos, Kenneth Ring, Phillis Atwater e Margot Grey, entre outros, relataram casos de EQM, contando o que centenas de sobreviventes da morte vivenciaram, quando foram considerados clinicamente mortos. A conclusão dos pesquisadores e dos sobreviventes é de que algo imaterial sobrevive à morte do corpo físico.
Na alentada obra Reincarnation and Biology, de Ian Stevenson , professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Virgínia, EUA, constatamos também, nos 2.600 casos pesquisados, não apenas evidências da sobrevivência do espírito, mas igualmente da reencarnação, podendo-se acompanhar, inclusive, a correlação entre as marcas de nascença e os defeitos congênitos da existência atual com as vivências anteriores.
Hoje, já há centenas de trabalhos publicados em revistas científicas prestigiadas, como The Lancet, New England Journal of Medicine; British Medical Journal, JAMA etc. sobre o valor da prece na terapêutica (ver site: www.ncbi.nlm.nih.gov, do NIH). Do mesmo modo, experiências realizadas pelo psicólogo brasileiro, Júlio Peres, em parceria com o neurocientista, Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia, EUA, evidenciaram áreas do cérebro em funcionamento, que são ativadas e rebaixadas, durante as sessões de Terapia por Regressão de Memória, realizadas com pacientes do Instituto Nacional de Terapia de Vivências Passadas (INTVP) do Brasil. Essas pesquisas, somadas às que o dr. Newberg realizou com pessoas em estado de vigília e meditação, mostram um campo promissor para o estudo do Espírito e sua atuação sobre a matéria.
No Japão, Massaru Emoto, após 8 anos de investigação, publicou o livro, Messages from the Water, mostrando como a água pode formar cristais perfeitos ou não, conforme a ação exercida sobre ela pelos pensamentos e sentimentos humanos. Tanto as experiências de Andrew Newberg e Júlio Peres, quanto as de Massaru Emoto trazem subsídios importantes para validar a Terapêutica Complementar Espiritual e entreabrem novos campos para a pesquisa em medicina energética.
Hoje, com o progresso vertiginoso da Ciência e, igualmente, o aumento maciço das doenças da alma, é imperioso que esses cursos de Medicina e Espiritualidade se multipliquem nas Escolas Médicas do mundo. A mudança de mentalidade, porém, não é nada fácil. Há três séculos, a ênfase tem sido para a visão de um ser humano esquizofrênico, dividido entre as investigações científicas e a busca religiosa, consideradas e alimentadas como irreconciliáveis. Esse paradigma antigo, materialista reducionista , está calcado no predomínio do egoísmo sobre o amor, do intelecto sobre o sentimento, e tem sido responsável pelo recrudescimento da violência, da ambição sem freios, dos vícios, da intolerância religiosa e das grandes desigualdades e calamidades sociais. Nele, o ser humano é reduzido tão-somente às funções neuroquímicas do cérebro, destituído de qualquer elemento imaterial que anime suas células. Com esse modelo, não haverá paz no mundo.
Contra ele, a favor da integração espírito-matéria, coloca-se o movimento em prol da Medicina e da Espiritualidade. Com a preponderância deste modelo, que tem na solidariedade uma de suas importantes vigas-mestras, acreditamos que os médicos estarão muito mais aptos a lidar com a dor humana, esforçando-se por diminuir os sofrimentos e angústias dos seus irmãos em humanidade

Escrito por Ricardo Di Bernardi   
PAZ E LUZ!

sábado, 29 de outubro de 2011

Onde está o meu mentor?


Nota-se uma certa tendência, na atualidade, das pessoas incorporarem, às suas vidas, novas idéias ou conhecimentos relativos à vida espiritual.
Estamos na "nova era" e todos já devem estar cansados de ouvir - e ler- que as coisas estão mudando e que o intercâmbio entre os mundos físico e espiritual tende a aumentar.
Nosso povo, conhecido pela facilidade de familiarizar-se com todos e com tudo, tem feito muitas "amizades" com os irmãos do "lado de lá". Como a Doutrina Espírita é muito difundida por aqui, e diversas são as lições aprendidas por nós, alguns fatos têm se tornado muito popularizados e tratados de uma forma interessante - para quem se atenta a observar. Dentre vários desses assuntos, o que nos chama mais a atenção, nesse momento, é o relacionado com o Mentor.
Anjos da Guarda, Guias, Mestres interiores, etc, nunca estiveram tão popularizados e tão íntimos como atualmente, na visão espírita de Mentor.
Quando, em "O Livro dos Espíritos" de Allan Kardec, lemos as observações relativas a esses nossos amigos e protetores invisíveis, observamos a seriedade e o respeito com que Kardec se dirige a eles. No livro "Nosso Lar", ditado pelo espírito de André Luiz a Chico Xavier, esse respeito e seriedade ficam muito mais evidentes, principalmente quando nos mostram o trabalho desses abnegados servidores do Cristo, de uma forma mais abrangente.
Observem que conotamos os mentores como "servidores do Cristo", e não "nossos servidores". Embora possa parecer o óbvio, não é o que acontece na prática. Somos surpreendidos , às vezes, ouvindo alguém dizer: "meu mentor é meu amigo, ele fecha os olhos para algumas coisas"; ou, "onde estava meu mentor para deixar isso acontecer?" Ou ainda: "se faço algo errado, não há problema, pois meu mentor me conhece e sabe que não fiz por mal".
Há também aqueles que, por estudarem superficialmente a Doutrina, acabam confundido - ou não - sua própria vontade e decisões com o que supõem ser a vontade do mentor. Tentam impor suas idéias e conceitos e, para dar o cunho de "ordem superior", concluindo seus argumentos com a célebre frase: "quem me pede para assim dizer é o meu mentor!"
Kardec demonstrou-nos, pela sua obra e, principalmente pela sua conduta, que a razão deve ser sempre utilizada quando tratar-se de intercâmbio entre os planos, pois além de ser um campo que necessita de muito estudo de nossa parte, podemos ainda, receber a influência de entidades espirituais que se aproveitem desse nosso descuido e causem danos a nós e aos outros.
A vida, quando encarnados, é de suma importância para o nosso progresso evolutivo. Toda ela é planejada exaustivamente pelos espíritos superiores, preocupados em que tenhamos um bom aproveitamento. Além disso, para que tenhamos sempre uma orientação segura no nosso caminho, permitem, por determinação do Altíssimo, que Espíritos sérios, evangelizados e cientes das realidades eternas, nos acompanhem na caminhada terrena.
Desnecessário deveria ser, enfatizar o respeito e gratidão que todos nós devemos a esses irmãos. Ensinaram-nos os espíritos, através da razão de Kardec, que quando atribulações se apresentem às nossas vidas, devemos ter a certeza de que será apenas um remédio amargo, mas necessário para a saúde do espírito, e que, com a fé e a paciência que o Evangelho nos ensina (e que os mentores fazem o possível para lembrar-nos), em breve passarão.
Quem é nosso mentor, é uma curiosidade que muitos têm e desnecessária, por sua vez. Grandes espíritos passaram anônimos pelo planeta, realizando grandes tarefas pela humanidade e muitos outros continuam realizando da mesma forma. O importante é entendermos - e praticarmos- os ensinamentos contidos na doutrina que abraçamos.
Respeitar e amar o nosso próximo é um dos grandes ensinamentos de Jesus, e pelo que aprendemos no Espiritismo, será que existe alguém mais próximo a nós do que o mentor?
                                                                                                                                         
Escrito por Humberto Pazian 
PAZ E LUZ!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A criança e o prazer de ler


Muitos estudiosos têm destacado a importância de introduzir a leitura no dia-a-dia da criança. Segundo Richard Bamberger, se conseguirmos fazer com que a criança tenha sistematicamente uma experiência positiva com a linguagem, estaremos promovendo seu desenvolvimento como ser humano.
Já falamos do valor da leitura, não só para o aumento do conhecimento, mas da observação de aspectos da vida e da capacidade de comunicação com o mundo. Mesmo sabendo disto, muitas pessoas não são leitoras habituais, hoje em dia.
Muitos de nós desenvolvemos aversão pela leitura porque nossos professores nos obrigavam a ler textos sem grande interesse para nós, associando esta tarefa a trabalhos e notas. Foram, quase sempre, experiências negativas.
Uma das maneiras de incentivar a criança a ler é propiciar-lhe experiências positivas não só com a leitura mas, estendendo o pensamento de Bamberger, também com a literatura e com a linguagem.
Vejamos alguns exemplos:
Leitura: Ler com a criança pode ser um bom começo. Este pode ser um momento de grande prazer e troca afetiva. Também ajuda, se o adulto é um leitor habitual, tendo o livro como um bom companheiro, para que ela observe sua relação com o livro e também fique motivada a ler.
Literatura: Para gostar de livros, é preciso conhecê-los. O contato sensorial com o livro é muito importante. Por que não incluir uma boa livraria em nossos passeios com as crianças? Porque não levá-las a eventos de contadores de histórias? Por que não oferecer mais livros de presente, em lugar de tantas coisas descartáveis que elas costumam ganhar?
Linguagem: Fazer jogos com palavras e frases é um jeito divertido de desenvolver o gosto pelo mundo das letras e das palavras. As crianças não-alfabetizadas ou iniciando a alfabetização podem fazer jogos orais, como parlendas, rimas e trava-línguas. As que já lêem e escrevem têm um oceano de opções, além das que citamos: caça-palavras, cruzadinhas, desembaralhar as letras, forca, palavra-chave, etc.
Sugestões:
1. Jogo cooperativo: E-I-H-A-C-R-O-S. Com estas letras, forme o maior número possível de palavras. Vamos ver quantas nossa turma consegue? Faça o jogo individualmente, primeiro e, depois, em grupo, observando como juntos conseguimos mais que sozinhos.
2. Marca-páginas divertidos. Feitos em dobradura, eles vão ser um motivo a mais para a criançada gostar dos livros.
Infância
A infância é o sorriso da existência no horizonte da vida.

Representa esperança que o pessimismo não pode modificar. É mensagem de amor para o cansaço no refúgio do desencantamento, a fulgir no sacrário da oportunidade nova.

É experiência em começo que nos compete orientar e conduzir.

É luz a agigantar-se aguardando o azeite do nosso desvelo.

É sinfonia em preparação... nota solitária que o Músico Divino utilizará na sucessão dos dias para a grande mensagem ao mundo conturbado.
Atendamos o infante oferecendo, à manhã da vida, a promessa de um futuro seguro.
Nem a energia improdutiva; nem o caminho pernicioso;nem a assistência socorrista prejudicial às fontes do valor pessoal;nem a negligência em nome da confiança no Pai de todos;nem a vigilância que deprime;
nem o arsenal de descuidos em respeito falso ao futuro homem ...
Mas, acima de tudo, comedimento de atitudes com manancial farto de recursos pessoais e exemplos fecundos, porquanto as bases do futuro encontram-se na criança de hoje, tanto quanto o fruto do porvir dormita na flor perfumada de agora.
Cuidemos do infante, oferecendo o carinho fraterno dos nossos recursos, confiados de que, um dia seremos convidados a oferecer ao Pai Misericordioso o resultado da nossa atuação junto àquele cuja guarda esteve aos cuidados do nosso coração. 

Autor: Bezerra de Menezes
Psicografia de Divaldo Franco.

 por Rita Foelker



PAZ E LUZ!

sábado, 24 de setembro de 2011

Transe Mediúnico


O mundo está mudando rápido, e nós temos que nos adaptar a essas novas mudanças. O conceito de Saúde também vem mudando. Antigamente significava somente ausência de uma doença. Depois, tivemos uma visão mais abrangente; a Organização Mundial de Saúde - OMS – classificou que saúde era um estado de completo bem-estar físico e mental, não consistindo somente na ausência de uma doença ou enfermidade. E esse conceito também já mudou. Desde 1998 a OMS incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social.
Então, hoje não basta apenas falarmos de uma boa alimentação para os órgãos funcionarem direito. Precisamos incluir no nosso conceito de saúde o aspecto psicoemocional, sentimental, nossas relações e nossa bioenergia.
Quando vamos buscar um tratamento, precisamos integrar todas essas abordagens, entendendo que o funcionamento do corpo reflete diretamente nas emoções, que podem ser equilibradas ou não, e irão refletir imediatamente nas nossas ações, que vão definir a qualidade da nossa vida e as tristezas da alma.
Essa conscientização mais abrangente do que é saúde também vem acontecendo na forma de classificar as doenças.
Problemas espirituais são reconhecidos pela medicina como possessão e estado de transe, como é mencionado num item do CID 10- Código Internacional das Doenças.
Em F44.3, rotula o chamado Estado de Transe e Possessão: “Trata-se de um transtorno caracterizado por uma perda transitória da consciência de sua própria identidade, associada a uma conservação perfeita da consciência do meio do meio ambiente. Devem ser incluídos nesse diagnóstico somente estados de transe involuntário e não desejados, excluindo aqueles de situações admitidas no contexto cultural ou religioso do sujeito.”
Vemos assim a preocupação da psiquiatria em fazer distinção entre o estado de transe patológico dos psicóticos, que seriam doentios, e o estado de transe que acontece por incorporações ou influências energéticas.
Rubim de Pinho, professor de Psiquiatria da Universidade Federal da Bahia, pesquisou profundamente essa área, e refere-se à possessão como um estudo da Psiquiatria Transcultural. Ele afirma existir muitos comportamentos, diferentes reações da personalidade, formas de expressão formados por condicionamentos culturais e isso precisa ser muito bem avaliado quando buscamos um diagnostico para não ser confundido com distúrbios mentais.
No Tratado de Psiquiatria de Kaplan e Sadock, no capítulo que estuda as personalidades, há uma diferença entre as personalidades que recebem a atuação de espíritos e as dos outros que são doentes. Portanto, a psiquiatria já faz a distinção entre o estado transe normal e o dos psicóticos, que seriam doentios.
Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico que coordena a cadeira (hoje obrigatória) de Medicina e Espiritualidade, na USP, entende que:



“A Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e dos psicóticos, que seriam anormais ou doentios. O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM IV - alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada, como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.”


 Esse é um assunto fascinante que já envolveu grandes mentes, como a de Carl Gustav Jung. Criador da Psicologia Analítica, em 1902, ele defendeu a tese Psicologia e Patologia dos Fenômenos ditos Ocultos, onde estuda uma jovem médium espírita e suas incorporações. Ele dedicou boa parte de seu trabalho ao estudo dos sonhos e das visões.
Também temos Franz Anton Mesmer, no séc. XVIII, com seus atendimentos com transes e passes magnéticos, sem conotações sobrenaturais.
De forma geral, temos vários relatos de êxtase místico de mongens católicos e os rituais de exorcismo. Temos também as experiências xamânicas, onde o xamã se retira do convívio da tribo e se prepara para ter suas visões e incorporações voltadas à cura.
Os sacerdotes egípcios tinham seus templos de sono, onde somente iniciados tinham acesso. Eram induzidos pelos sacerdotes ao sono hipnótico, produzindo estados alterados de consciência.
Na Grécia Antiga temos relatos de incorporações e transes realizados pelas pitonisas, no Templo de Delphos, onde acreditavam incorporar o grande deus grego Zeus, fazendo previsões sobre o futuro, a saúde e os problemas de cada um.
Se pesquisarmos a fundo, a maioria das culturas terão relatos de incorporações.
No Brasil, berço do Candomblé e da Umbanda, temos as incorporações de orixás e guias espirituais.
No Candomblé, ao som dos atabaques, as pessoas entram em transe e incorporam seu orixá com movimentos próprios, vestes com cores específicas, comidas características, e objetos próprios desse orixá.
Já na Umbanda, são os espíritos que se apresentam nas correntes dos caboclos, pretos-velhos, crianças, etc.
Na Idade Média, tínhamos o transe das bruxas, visto como uma ferramenta de transformação. Também temos o transe anímico, como magia interna, onde se conecta com a própria essência, a alma de toda magia; os rituais e celebrações de solstícios dos celtas, onde as pessoas eram preparadas para esse trabalho interno de entrar em contato com forças da natureza, os elementais, hipnoses, um caminho para encontrar a deusa ou o deus.
No século XIX, temos Allan Kardec, organizando, codificando a doutrina espírita, com base em informações recebidas por médiuns, formando as cinco obras básicas da doutrina espírita.
Mais recentemente, nosso querido Chico Xavier nos deixou um vasto material de pesquisa com suas psicografias.
Cada vez mais precisamos começar a fazer uma distinção entre os estados de transe que são patológicos, provocados por uma doença, e os que ocorrem por incorporação e ação dos espíritos, sem qualquer alteração ou prejuízo do cotidiano da pessoa, seu desempenho na vida social, profissional, afetiva.
“O desenvolvimento mediúnico não deve ser visto como um problema, e sim, com responsabilidade, possibilitando o aprimoramento do ser.”
Percebemos a diferença quando a pessoa escolhe fazer uma participação voluntária de uma sessão, culto ou ritual, com certo controle e entendimento da situação, muitas vezes com um grupo de pessoas também preparadas para dar sustentação e auxilio, daqueles que entram em transe em qualquer lugar, sem perceber o que estão fazendo, totalmente fora do contexto, podendo colocar em risco a sua saúde e a dos outros.
Os espíritas estão familiarizados com os conceitos de desenvolvimento mediúnico, e sabemos que esse é um belo caminho de aprendizado e evolução. Esse desenvolvimento mediúnico não deve ser visto como um problema, e sim, com responsabilidade, possibilitando o aprimoramento do ser. Sabemos que nossos problemas emocionais e nossos valores influenciam diretamente na qualidade das nossas percepções e, consequentemente, no desenvolvimento da mediunidade.
Ainda hoje, infelizmente, temos relatos de pessoas sendo discriminadas por serem mais sensíveis, tomando medicamentos com tarja preta pelo resto da vida porque tiveram uma visão ou afirmaram estar ouvindo vozes, quando o correto seria uma investigação mais profunda dobre sua capacidade mediúnica antes de ter um diagnóstico de psicose.
Adriana Splendore.
PAZ E LUZ!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Você é feliz?

"As pessoas não conhecem a própria felicidade, mas a dos outros não lhes escapa nunca." - PIERRE DANINOS

Todos estão à procura da felicidade. Ninguém diria em sã consciência que não deseja ser feliz. Ricos e pobres, homens e mulheres, crianças e adultos, doentes e sãos, religiosos e ateus, enfim, todos querem a tal felicidade. Daí por que todos a procuram, nos mais variados lugares e das mais diferentes formas. Mas, se a procura é grande, nem sempre o encontro ocorre.
Para muitos, a conquista da felicidade está associada à aquisição de bens materiais. Pensam, por exemplo, que serão felizes quando comprarem aquele carro importado, aquela casa na praia ou quando ganharem grande fortuna na loteria. E, por vezes, chegam até ao intento sonhado, mas, a despeito da riqueza, continuam infelizes, sentem um enorme vazio existencial. A fortuna alcançada só aumentou a carga de sofrimentos daquela pessoa, com o acréscimo das preocupações que antes não a visitavam.
Outros ancoraram o sonho da felicidade na busca da fama, do sucesso, do poder. Imaginam que só o reconhecimento público de seus talentos artísticos ou intelectuais poderá fazê-los felizes. E, de igual forma, muitas vezes vem o sucesso, vem a consagração, mas a felicidade não vem junto. Ao contrário, ficaram mais tristes. Apesar de serem publicamente conhecidos, continuam sós. Temem a aproximação das pessoas. Vivem a dualidade da fama e da solidão e dizem, com frequência, que dariam tudo para levar uma vida comum. Certa feita, ouvi de um famoso cantor que seu maior desejo era poder ir à praia como uma pessoa comum. Mas a fama não lhe permitia desfrutar desse simples prazer da vida.
Para outros a felicidade está condicionada à inexistência de problemas. Dizem eles:"Como posso ser feliz carregando vários tormentos?"
E assim caminham pela vida aguardando o dia em que seus problemas terminem para aí sim desfrutarem a tal felicidade.
Mas existirá alguém na face da terra que não tenha problemas?
Não pensemos que uma pessoa rica esteja isenta de dificuldades. Pode não ter as preocupações com a moeda, mas certamente tem outras aflições que a riqueza não é capaz de superar. O ouro não resolve todos os problemas. Que o digam aqueles afortunados que desejariam saborear as melhores comidas do mundo, mas que por doenças tormentosas sequer podem alimentar-se de um simples prato de arroz e feijão.
Então muitas pessoas estão condicionando a felicidade à ocorrência de um fator externo. Só serão felizes quando forem ricas; quando forem famosas; quando forem amadas; quando arranjarem um bom emprego; quando não tiverem problemas; e a lista prossegue sem fim.
E nós? Será que também estamos condicionando a nossa felicidade a algum acontecimento, a algum bem material, a alguma pessoa? Será esse o caminho da felicidade? Certamente, não. A felicidade não está fora de nós. Ela é, antes de tudo, um estado de espírito, uma maneira de ver a vida e não um determinado acontecimento.
Deus, que nos quer bem e, portanto, deseja a nossa felicidade, não faria com que este sublime sentimento ficasse na dependência de algum evento futuro, incerto e externo.Podemos alcançar a felicidade hoje, agora, a despeito dos problemas que estejamos enfrentando. Basta olhar a vida com outros olhos, mudando as lentes pelas quais enxergamos os fatos.A vida não é um problema, é um desafio.
Ela nos apresenta oportunidades de crescimento, notadamente nos setores onde mais necessitamos. Por detrás dos problemas existem lições, desafios, tarefas. E grande ventura tomará conta de nós quando vencermos os obstáculos que a vida nos apresenta. O Sermão da Montanha é a pura prova de que somente serão bem-aventurados aqueles que souberem superar as dificuldades da vida. Se o amigo leitor ainda não está convencido, basta então olhar para as pessoas felizes e verificar que todas elas passaram por grandes provas e expiações. Lembremo-nos dos primeiros cristãos, que seguiam cantando alegres até a arena onde seriam devorados pelas feras.
Lembremo-nos da felicidade de Francisco de Assis, conquistada na humildade, na pobreza e no serviço ao próximo. O santo da humildade era moço rico, mas vivia amargurado na riqueza que possuía. Só encontrou a paz depois que renunciou à vida fácil e se entregou à riqueza do espírito. Não nos esqueçamos de que Paulo de Tarso, que na condição do poderoso Saulo era infeliz, mas voltou a viver após o célebre encontro com Jesus na Estrada de Damasco. Paulo perdeu o poder temporal, mas encontrou a felicidade pessoal. Gandhi encontrou a sua felicidade na luta pela paz. Madre Tereza e Irmã Dulce, apesar dos inúmeros padecimentos que sofreram, conseguiram encontrar a felicidade na felicidade que podiam proporcionar aos desvalidos do caminho. Albert Schweitzer, médico, encontrou a felicidade vivendo 52 anos de sua vida entre os povos primitivos da África.
Como esquecer a permanente alegria de Chico Xavier? E olha que problemas na vida não lhe faltaram. Perguntem ao médium de Uberaba se ele estaria disposto a passar por todas as provações que a vida lhe marcou. A resposta já é conhecida de todos. Chico já disse mais de mil vezes que faria tudo de novo e que pretende, no mundo espiritual, continuar a sua tarefa de médium.
Então, amigo, a felicidade não consiste em ter bens materiais, posição social ou poder político.A felicidade não pode ser conquistada fora de nós, embora seja sempre lá que a procuramos.
Vicente de Carvalho já considerou que a felicidade existe, mas é difícil de ser alcançada, porque está sempre onde a pomos e nunca a pomos onde estamos. E nós já dispomos de tudo para sermos felizes hoje, apesar das dificuldades pelas quais atravessamos. Aliás, são os desafios que nos impulsionam ao progresso. Já pensou o que seria da sua vida sem desafios? Será que você agüentaria passar o resto de sua vida deitado numa rede? Por quanto tempo você conseguiria viver na ociosidade? Nunca vi um espírito superior ficar um minuto sem trabalho.
Encaremos a vida com os olhos do bem, com a visão do amor e com o concreto desejo de olharmos à nossa volta e verificarmos que o Pai tudo nos legou para que a nossa felicidade se efetive já. Abençoemos o trabalho em que a vida nos situou; santifiquemos a família terrena do jeito que os familiares são; enfrentemos com dinamismo e alegria os obstáculos da vida e assim, amando e servindo, haveremos de encontrar a felicidade que há muito tempo espera por nós.
Será que você vai concordar comigo?

Escrito por José Carlos De Lucca

PAZ E LUZ!

sábado, 3 de setembro de 2011

As Drogas e Suas Implicações Espirituais



Um dos problemas mais graves da sociedade humana, na atualidade, é o consumo indiscriminado, e cada vez mais crescente, das drogas, por parte não só dos adultos, mas também dos jovens e, lamentavelmente, até das crianças, principalmente nos centros urbanos das grandes cidades.
A situação é tão preocupante, que cientistas de várias partes do Planeta, reunidos, chegaram à seguinte conclusão: "Os viciados em drogas de hoje podem não só estar pondo em risco seu próprio corpo e sua mente, mas fazendo uma espécie de roleta genética, ao projetar sombras sobre os seus filhos e netos ainda não nascidos."
Diante de tal flagelo e de suas terríveis conseqüências, não poderia o Espiritismo, Doutrina comprometida com o crescimento integral da criatura humana na sua dimensão espírito-matéria, deixar de se associar àqueles segmentos da sociedade que trabalham pela preservação da vida e dos seus ideais superiores, em seus esforços de erradicação de tão terrível ameaça.
O efeito destruidor das drogas é tão intenso que extrapola os limites do organismo físico da criatura humana, alcançando e comprometendo, substancialmente, o equilíbrio e a própria saúde do seu corpo perispiritual. Tal situação, somada àquelas de natureza fisiológica, psíquica e espiritual, principalmente as relacionadas com as vinculações a entidades desencarnadas em desalinho, respondem, indubitavelmente, pelos sofrimentos, enfermidades e desajustes emocionais e sociais a que vemos submetidos os viciados em drogas.
Em instantes tão preocupantes da caminhada evolutiva do ser humano em nosso planeta, cabe a nós, espíritas, não só difundir as informações antidrogas que nos chegam do plano espiritual benfeitor que nos assiste, mas, acima de tudo, atender aos apelos velados que esses amigos espirituais nos enviam, com seus informes e relatos contrários ao uso indiscriminado das drogas, no sentido de envidarmos esforços mais concentrados e específicos no combate às drogas, quer no seu aspecto preventivo, quer no de assistência aos já atingidos pelo mal.
II - A Ação das Drogas no Perispírito
Revela-nos a ciência médica que a droga, ao penetrar no organismo físico do viciado, atinge o aparelho circulatório, o sangue, o sistema respiratório, o cérebro e as células, principalmente as neuroniais.
Na obra "Missionários da Luz" - André Luiz ( pág. 221 - Edição FEB), lemos: "O corpo perispiritual, que dá forma aos elementos celulares, está fortemente radicado no sangue. O sangue é elemento básico de equilíbrio do corpo perispiritual." Em "Evolução em dois Mundos", o mesmo autor espiritual revela-nos que os neurônios guardam relação íntima com o perispírito.
Comparando as informações dessas obras com as da ciência médica, conclui-se que a agressão das drogas ao sangue e às células neuroniais também refletirá nas regiões correlatas do corpo perispiritual, em forma de lesões e deformações consideráveis que, em alguns casos, podem chegar até a comprometer a própria aparência humana do perispírito. Tal violência concorre até mesmo para o surgimento de um acentuado desequilíbrio do Espírito, uma vez que "o perispírito funciona, em relação a esse, como uma espécie de filtro na dosagem e adaptação das energias espirituais junto ao corpo físico e vice-versa.
Por vezes o consumo das drogas se faz tão excessivo, que as energias, oriundas do perispírito para o corpo físico, são bloqueadas no seu curso e retornam aos centros de força.
III - A Ação dos Espíritos Inferiores Junto ao Viciado
Esta ação pode ser percebida através das alterações no comportamento do viciado, dos danos adicionais ao seu organismo perispiritual, já tão agredido pelas drogas, e das conseqüências futuras e penosas que experimentará quando estiver na condição de espírito desencarnado, vinculado a regiões espirituais inferiores.
Sabemos que, após a desencarnação, o Espírito guarda, por certo tempo, que pode ser longo ou curto, seus condicionamentos, tendências e vícios de encarnado. O Espírito de um viciado em drogas, por exemplo, em face do estado de dependência a que ainda se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e a necessidade de consumir a droga. Somente a forma de satisfazer seu desejo é que varia, já que a condição de desencarnado não lhe permite proceder como quando na carne. Como Espírito precisará vincular-se à mente de um viciado, de início, para transmitir-lhe seus anseios de consumo da droga, posteriormente, para saciar sua necessidade, valendo-se para tal do recurso da vampirização das emanações tóxicas impregnadas no perispírito do viciado, ou da inalação dessas mesmas emanações quando a droga estiver sendo consumida.
"O Espírito de um viciado em drogas, em face do estado de dependência a que se acha submetido, no outro lado da vida, sente o desejo e a necessidade de consumir a droga."
Essa sobrecarga mental, indevida, afeta tão seriamente o cérebro, a ponto de ter suas funções alteradas, com conseqüente queda no rendimento físico, intelectual e emocional do viciado. Segundo Emmanuel, "o viciado, ao alimentar o vício dessas entidades que a ele se apegam, para usufruir das mesmas inalações inebriantes, através de um processo de simbiose em níveis vibratórios, coleta em seu prejuízo as impregnações fluídicas maléficas daquelas, tornando-se enfermiço, triste, grosseiro, infeliz, preso à vontade de entidades inferiores, sem o domínio da consciência dos seus verdadeiros desejos".
IV - Contribuição do Centro Espírita no trabalho antidrogas desenvolvido pelos Benfeitores Espirituais
A Casa Espírita, como Pronto-Socorro espiritual, muito pode contribuir com os Espíritos Superiores, no trabalho de prevenção e auxílio às vítimas das drogas nos dois lados da vida.
Com certeza, essa contribuição poderia ocorrer através de medidas que, no dia-a-dia da Instituição, ensejassem:
  1. Um incentivo cada vez mais constante às atividades de evangelização da infância e da juventude, principalmente com sua implantação, caso a Instituição ainda não tenha implantado.
  2. Estimular seus freqüentadores, em particular a família do viciado em tratamento, à prática do Evangelho no Lar. Essas pequenas reuniões, quando realizadas com o devido envolvimento e sinceridade de propósitos, são fontes sublimes de socorro às entidades sofredoras, além, naturalmente, de concorrer para o estreitamento dos laços afetivos familiares, o que decerto estimulará o viciado, por exemplo, a perseverar no seu propósito de libertar-se das drogas ou a dar o primeiro passo nesse sentido.
  3. Preparar devidamente seu corpo mediúnico para o sublime exercício da mediunidade com Jesus, condição essencial ao socorro às vítimas das drogas, até mesmos as desencarnadas.
  4. No diálogo fraterno com o viciado e seus familiares, sejam-lhes colocados à disposição os recursos socorristas do tratamento espiritual: passe, desobsessão, água fluidificada e reforma íntima.
  5. Criar, no trabalho assistencial da Casa, uma atividade que enseje o diálogo, a orientação, o acompanhamento e o esclarecimento, como fundamentação doutrinária, ao viciado e a seus familiares.
V - Conclusão
Diante dos fatos e dos acontecimentos que estão a envolver a criatura humana, enredada no vício das drogas, geradoras de tantas misérias morais, sociais, suicídios e loucuras, nós, espíritas, não podemos deixar de considerar essa realidade, nem tampouco deixar de concorrer para a erradicação desse terrível flagelo que hoje assola a Humanidade. Nesse sentido, urge que intensifiquemos e aprimoremos cada vez mais as ações de ordem preventiva e terapêutica, já em curso em nossas Instituições, e que, também, criemos outros mecanismos de ação mais específicos nesse campo, sempre em sintonia com os ensinamentos do Espiritismo e seu propósito de bem concorrer para a ascensão espiritual da criatura humana às faixas superiores da vida.
(Reformador – Março/98)
PAZ E LUZ!

domingo, 28 de agosto de 2011

Carma: Punição ou Reequílibrio?



* Carma: do sânscrito Karma, que significa, simplesmente, "ação".
Nós sabemos o que seja carma? Por que, parece, que carma virou explicação para todo problema, toda situação triste ou infeliz na vida das pessoas. Mas quem é esse tal de carma? De onde ele vem?
Inicialmente, é importante entender, que não devemos nos prender demais ao conceito de carma. Essa é uma posição da filosofia oriental que tem aproximações com a Lei de Causa e Efeito apresentada pelo Espiritismo, mas há distinções em relação ao entendimento disso na prática.
Quando se usa o termo carma, no entender de muitos, há uma conotação de fatalidade, enquanto que a Doutrina enfatiza a possibilidade de minimizar ou até eliminar as ocorrências de sofrimento, mediante uma ação positiva no bem.
Carma, meus irmãos, ao invés de ser um castigo como muitos pensam, é sinônimo de reequilíbrio.
E a vida material é a maravilhosa e insubstituível escola que possibilita que aprendamos e tomemos consciência das nossas atitudes erradas nesta e em vidas pretéritas.

Mas como é que o carma aparece? Do nada? Em um passe de mágica? Não! O Princípio do Livre Arbítrio dá ao homem o direito de escolher seus caminhos, de ser o autor de sua história, o construtor do seu destino. Entretanto, o Princípio de Causa e Efeito, Plantação e Colheita, torna o homem refém de seus atos, das suas escolhas.
Nós construímos nosso carma, no exercício do nosso livre arbítrio, na escolha de nossas opções. E optar, não é o que sempre estamos fazendo? Ajudo ou prejudico? Cuido da minha saúde ou me vicio em drogas? Sou amigo ou inimigo? Prego a paz ou fico criando intrigas? Elogio ou critico? Trabalho ou fico ocioso? Construo ou quebro? São as nossas escolhas! Nossas decisões!
Nós, meus queridos irmãos, somos os únicos responsáveis pela escolha do nosso caminho. O problema, é que, após a escolha, temos que trilhar pelo caminho escolhido!
Útil, não é necessariamente aquele que quando está na erraticidade, solicita reencarnar como um deficiente, para purgar atitudes equivocadas. Muito mais importante é aquele que procura, quando está encarnado, adquirir condições para, na próxima vez, reencarnar perfeito, para auxiliar, construtivamente, os seus irmãos.

A expiação, muitas vezes, por conta de uma visão distorcida, soa como castigo divino. Mas, nós, espíritas, sabemos e devemos demonstrar pelo exemplo, que as deformidades físicas não estão punindo, mas eliminando as deformidades perispirituais, que causamos anteriormente.
Podemos atenuar, ou mesmo eliminar, as situações cármicas? Sim, por atos de amor.

Cabe a nós demonstrarmos “que o amor cobre uma multidão de pecados”. As pessoas quando enfrentam uma situação difícil, seja ela física, financeira ou psicológica e que não sabem, não conseguem, nem desejam modificá-la, enfrentando-a, costumam dizer: 
– Não posso mudar. É meu carma. Eu sou assim! É a anestesia da consciência! É o famoso complexo de Gabriela! Sabem aquela música? Eu nasci assim, eu cresci assim, eu vivi assim... E com isso, tenta esquecer que a sua obrigação é mudar! É progredir!

Dentro desta verdade divina, não existe o perdão de Deus, pois recebemos segundo o que obrarmos, ou seja, segundo o que fizermos. Deus não nos criou para nos punir! Deus é amor... e o Carma não é punição Divina: é conseqüência retificadora. 
Considerando que a Lei de Causa e Efeito, é uma Lei Divina, e que as Leis Divinas foram escritas por Deus, conclui-se que: “Na natureza não há prêmios ou castigos. Há conseqüências”!

A falsa noção de carma inflexível, nos conduz a dois grandes erros. Um é que o Espiritismo, prega ou endossa a necessidade da dor; isto não é verdade.
A dor só seria uma necessidade, se o Espiritismo pregasse que todos deveríamos ser um grupo de masoquistas! O que a Doutrina dos Espíritos demonstra com clareza, é a utilidade da dor, quando persistimos no egoísmo, no orgulho, na vaidade e demais defeitos lesivos à comunhão de solidariedade com os semelhantes. A dor não é uma criação divina. A dor é criação de quem sofre! 
O outro erro é a crença de que a Doutrina Espírita, aconselha o conformismo diante da “má sorte”; isto também não é correto; o que ela ensina é a resignação, atitude bastante diferente, adequada para nos fazer aceitar sem desespero aquilo que não podemos mudar.

Compreendamos, o carma como espécie de conta corrente das ações que praticamos no Banco deste mundo, onde há séculos caminhamos endividados, cadastrados no SPC da vida, pela constante emissão de cheques sem os necessários fundos de bondade, caridade, amor, etc... Resgatemos nosso débito, limpemos o nosso nome no SPC, emitindo cheques com a devida provisão de fundos e isso é possível, através da prestação de serviços de caridade ao próximo, e estejamos convencidos de que, dessa forma, tanto economizaremos lágrimas, como conquistaremos um bom saldo de felicidade!
“Aquele que muito amou foi perdoado, não aquele que muito sofreu.” O amor é que cobriu, isto é, resgatou a multidão de pecados, não a punição ou o castigo.

Transformar ações, amando, é alterar nosso carma para melhor, atraindo pessoas e situações harmoniosas para junto da gente. É, em última instância, a nossa indispensável e indelegável reforma íntima!
Nós decidimos, nós plantamos e nós colhemos!
Nossa vida é simplesmente o reflexo das nossas ações. Se queremos mais amor no mundo, criemos mais amor no nosso coração.
Se queremos mais tolerância das pessoas, sejamos mais tolerantes. 
Se queremos mais alegria no mundo, sejamos mais alegres.
Nossa vida não é uma sucessão de coincidências, de acasos, nossa vida é a simples conseqüência de nós mesmos!!!

Escrito por Agnaldo Cardoso
PAZ E LUZ!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Valores éticos

Hoje em dia pode-se perceber a luta inglória travada pelos valores éticos contra os interesses egoístas dos cidadãos.
Infelizmente esse problema só se resolverá quando a educação tomar para si essa responsabilidade.

Talvez sem refletir muito a esse respeito, os pais são os primeiros a dar exemplos de violação dos princípios éticos que deveriam nortear as ações do homem de bem.

Um ponto bastante crítico é a questão dos direitos autorais.
A pirataria de CD´s, vídeos, idéias, e outros produtos é assustadora.

A aquisição de peças em oficinas de "desmanche" de automóveis roubados, mesmo sabendo disso, por custar mais barato, ou de outra mercadoria produzida por meios ilícitos, também são formas de alimentar essa agressão aos princípios da ética.

Geralmente o indivíduo que comete essa falta alega que não poderá ser responsabilizado por isso, pois não foi ele que roubou o carro, nem fez as cópias ilegais.

A esse propósito, Allan Kardec, propôs aos espíritos superiores a seguinte questão:
"Aquele que não pratica o mal, mas que se aproveita do mal praticado por outrem, é tão culpado quanto este?"

Os Benfeitores responderam:
"É como se o houvera praticado. Aproveitar do mal é participar dele. Talvez não fosse capaz de praticá-lo; mas, desde que, achando-o feito, dele tira partido, é que o aprova; é que o teria praticado, se pudera, ou se ousara."

Hoje em dia é muito comum se jogar a culpa na Internet, pois alega-se que a falta de leis próprias para esse fim e o anonimato favorecem esse tipo de crime.

No entanto, o bom senso diz que a Internet apenas mostra o problema ético existente, porém, não o cria.

Se o internauta desonesto gosta de uma mensagem que encontra divulgada em algum Site, ele a copia e passa a divulgar como se fosse sua ou como sendo de autoria desconhecida.

Mas se o internauta é honesto ele repassará a mensagem preservando os créditos a quem de direito.

Como se pode perceber, o problema não é do meio de comunicação, mas do indivíduo.

Ambos os indivíduos são filho de alguém, foram alunos de alguém, conviveram com alguém que foi responsável pela sua educação.

Quando a criança respira os valores éticos em seu lar, dificilmente os desprezará quando jovem ou adulta.

Mas se não recebe essas noções de honradez na infância, raramente as respeitará mais tarde.

Assim, vale a pena pensar um pouco sobre essas questões tão importantes e tão graves.

E se houver dúvidas quanto a uma ação estar certa ou errada, quanto a se é um bem ou mal, basta seguir a orientação do maior mestre que a terra conheceu e fazer aos outros o que gostaria que os outros lhe fizessem.
 
Ou seja, colocar-se no lugar daquele a quem se dirige a ação e se perguntar se gostaria de estar no seu lugar.

Se a resposta for positiva, pode-se agir sem a menor preocupação, mas se for negativa, certamente trará dissabores, mesmo que a ação escape às leis dos homens.

Todos nós, sem nenhuma exceção, responderemos por nossos atos perante o tribunal da própria consciência e receberemos de acordo com as nossas obras. E isso nós já sabemos há mais de dois milênios.

Portanto, se você deseja ter uma consciência limpa, não acumule detritos morais, pois eles o perturbam e infelicitam, neste mundo ou no além túmulo.

Pense nisso!

Se você quer ter seus direitos respeitados, respeite os direitos alheios.

Faça ao outros somente o que gostaria que os outros lhe fizessem.

E para garantir a felicidade dos seus filhos, passe a eles a herança moral da honestidade e da honradez, considerando sempre que a vida não acaba no túmulo, e que as nossas ações seguirão conosco como testemunhas silenciosas, aplaudido-nos ou reprovando-nos.

Pense nisso, mas pense agora!

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em O Livro dos Espíritos, questão 640.

PAZ E LUZ!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

O Poder da Irradiação


Conforme o dicionário, é o ato ou efeito de emitir ondas, lançar raios de luz ou de calor, ou vibrações.
Em termos de Espiritismo a definição para irradiação é: Transmissão de fluidos espirituais à distância.
No processo da irradiação, transmitimos aos outros, pelo mecanismo da força mental, a carga de força vital que dispomos para doar.  A irradiação se faz à distância, projetando o nosso pensamento e sentimentos em favor de alguém, movimentando as forças psíquicas através da vontade.
A pessoa que irradia deve cultivar bons sentimentos, bons pensamentos e bons atos. Isto vai lhe formando uma "atmosfera espiritual" positiva, criando uma tonalidade vibratória e uma quantidade de fluidos agradáveis e salutares que poderão ser dirigidos através da vontade para outras pessoas.
A pessoa que irradia deve focalizar mentalmente o paciente para quem quer fazer a irradiação e transmitir, através do sentimento, aquilo que deseja: paz, conforto, coragem, saúde, equilíbrio, paciência etc.
Irradiação é a projeção do pensamento e do sentimento, que são energias que conseguimos exteriorizar de nós mesmos. Cada cérebro pode emitir vibrações de alta ou baixa freqüência, de acordo com os pensamentos constantes.
 Irradiamos todos nós através dos nossos pensamentos, sentimentos, palavras e atos.
Essa energia que emitimos continuadamente forma nosso hálito mental e se propaga ao nosso derredor. Essas energias têm reflexos sobre nós mesmos e sobre as pessoas que convivem conosco, os que estão distanciados e todos os seus do ambiente em que vivemos. 
 Nos processos de irradiação, o seareiro, pela ação de sua vontade dirigida, transmite aos outros as suas energias vitais, que são imediatamente repostas pela absorção e metabolização automática das energias do ambiente pelos centros de força (chacras).
Na irradiação, a pessoa, aplicando pensamento e vontade acelera essa absorção-metabolização  de energias vitais e espirituais direcionando-as para aquele que as receberá.
Os fluidos ou energia, se submetem à lei das proporções, isto é, cada um de nós movimenta uma certa quantidade relativa dessas forças, que podem ser ajuntadas com as dos espíritos, proporcionalmente, sendo então carreadas para o seu objetivo. Devemos focalizar o nosso pensamento, restringindo-o a uma certa área, pessoa ou grupo de pessoas, para que ele seja o sustentáculo dessa mesma força. Isto quer dizer que a nossa irradiação deve focalizar alguém, alguns ou uma situação determinada, cientes de que os pedidos feitos genericamente em favor de todos os necessitados não alcançam objetivamente os seus fins. Apenas valem pela intenção. O potencial movimentado é aplicado de acordo com o mérito de cada um. Isto é, não é pelo fato de alguém pedir excessivamente em favor de alguém que conseguirá o seu fim. A pessoa que irradia deve inicialmente concentrar-se; orar em seguida, e depois, pela vontade, focalizar o objeto de sua irradiação e transmitir aquilo que se deseja.

Endereço vibratório
Todas as nossas ações e atitudes refletem as nossas disposições mentais e emocionais. Quando escrevemos ou ditamos para que seja escrito, não apenas alinhamos no papel nossas idéias, mas são grafadas também nossas disposições íntimas. Isso significa que podemos escrever com a luz dos sentimentos nobres ou com as tintas escuras do negativismo. No momento em que adicionamos o nome de alguém para irradiação, aquele nome estará impregnado da energia de quem solicitou a irradiação, pois certamente, quem deseja ajudar estará com o pensamento em quem ele quer ajudar no momento da inscrição do nome. Isto criará o endereço vibratório.
O importante, no momento da escrita, é que alguém esteja mentalizando o paciente para se criar o endereço vibratório. Os espíritos que vão atuar neste processo fazem a localização do paciente através do “endereço vibratório”, não sendo essencial se anotar o endereço. A leitura dos nomes de necessitados e os respectivos endereços são necessários somente para que os médiuns criem uma imagem mental.
O “endereço vibratório” guia os espíritos, assim como os policiais que fazem o cão treinado cheirar algo do fugitivo para encontrá-lo. Se o número de necessitados é muito grande, podemos reuni-los em grupos de dez ou mais e numerar esses grupos e, ao invés de nomes, enunciar os grupos pelos respectivos números, ou ainda, suprimir tal enunciação, somente conservando sobre a mesa os competentes registros, conforme nos orienta Edgard Armond, no livro Passes e Irradiações.
Isto quer dizer que quando escrevermos ou ditarmos para alguém escrever os nomes de irmãos que necessitam de ajuda, o façamos movidos pelo desejo sincero de auxiliar e socorrer, e não com o propósito de nos libertarmos do dever de ter que orar em benefício do semelhante. Isto vai lhe formando uma "atmosfera espiritual" positiva, criando uma tonalidade vibratória e uma quantidade de fluidos agradáveis e salutares que poderão ser dirigidos através da vontade para outras pessoas. Recolhido em prece, o homem de boa vontade recebe recursos do Plano Superior, projetando-os depois, na direção do enfermo ausente, cuja figura mentaliza. 

Superando obstáculos
Os espíritos que trabalham na cura enfrentam sérias dificuldades no serviço de socorro aos pacientes cujos nomes estão inscritos nas listas dos centros espiritualistas. Além das dificuldades técnicas resultantes de certo desequilíbrio do ambiente onde eles atuam, outros empecilhos os aguardam em virtude do estado psíquico dospróprios doentes.
Às vezes, o enfermo tem a mente saturada de fluidos sombrios devidos a conversações maledicentes de intrigas, calúnias e fofocas. Outros, encontram-se em excitação nervosa devido a uma violenta discussão. Existem aqueles que estão presos no vício das drogas e do álcool, dificultando ainda mais o trabalho socorrista.
Outras vezes, os fluidos irradiados das sessões espíritas penetram nos lares enfermos, mas encontram o ambiente carregado de fluidos agressivos provenientes de discussões ocorridas entre os seus familiares.
É evidente que os desencarnados têm pouco êxito na sua tarefa abnegada de socorrer os enfermos quando estes vibram sentimentos de ódio, vingança, luxúria, cobiça ou quaisquer outros sentimentos negativos.
No processo de irradiação, ocorrerá um fluxo de energia que se dirigirá a outra pessoa, chegando ao perispírito desta, que poderá absorvê-las ou não, de acordo com a lei de sintonia, de afinidade, de merecimento e de condições específicas do momento.
Para a irradiação ser eficaz, a pessoa que a ser ajudada deve estar receptiva (favorável ao recebimento da ajuda para melhor absorver   recurso espiritual). Além disso, é fundamental estar disposta a se melhorar espiritualmente. A ajuda da irradiação  é  passageira e tais recursos  fixar-se-ão e novos acrescentar-se-ão quando o indivíduo passar a ter vida moralmente equilibrada.
Aqueles que foram fazer as vibrações (irradiação), deverá recolher-se em oração, evitar desentendimentos, ambientes negativos e intoxicar-se com fumo, alcoólicos etc.
O Evangelho no Lar é muito Importante para ajudar harmonizar o ambiente e despertar nossa religiosidade. Um ambiente harmonioso é extremamente importante. Lar sem harmonia passa a ser habitado por entidades inferiores, que criam desentendimentos colocando todos para fora. Um sai de casa por isso, outro por aquilo, desmantelando toda a família. Com o autoconhecimento e nossa reforma íntima estaremos cada vez mais aptos para ajudarmos e sermos ajudados, inclusive, através das irradiações energéticas.
Escrito por Edvaldo Kulcheski   

PAZ E LUZ!