domingo, 30 de maio de 2010

A Ciência da Alma



Sempre me causou perplexidade o ceticismo empedernido de algumas pessoas, mormente de certos intelectuais. Nenhum fenômeno, por mais extraordinário que seja na comprovação da sobrevivência da alma, preenchendo todos os requisitos experimentais e científicos, consegue sensibilizá-los. O ceticismo e a negação constituem-lhes uma postura íntima. Nada os motiva a partirem para a verificação pessoal, para o estudo e a experimentação.
Um dos motivos que podemos aventar é o pavoroso medo daquilo que lhes parece sumamente ridículo: serem considerados homens de fé. Outro é o incomensurável apego à transitoriedade da vida, na qual apostaram todas as suas fichas. Tudo investiram em vaidade intelectual, posição no contexto social e entre os seus pares, reputação acadêmica e outras ridicularias, assim consideradas diante da realidade inapelável da morte, que, em pouquíssimo tempo, varre a presença e a lembrança de nossa passagem pela Terra.
Allan Kardec, com igual estranheza, indagou em “O Livro dos Espíritos”, na pergunta 147: “Por que é que os que aprofundam a ciência da Natureza são, com tanta frequência, levados ao materialismo?” Os espíritos responderam: “Orgulho dos homens, que julgam saber de tudo e não admitem que haja coisa alguma que lhes esteja acima do entendimento. A própria ciência que cultivam os enche de presunção. Pensam que a Natureza nada lhes pode conservar oculto”.
Na história do Espiritismo, desde os seus primórdios, na segunda metade do século XIX, e da Metapsíquica, que veio logo após para tentar encontrar uma causa dos fenômenos psíquicos que não fosse à atribuída aos espíritos, sem sucesso, vamos encontrar os céticos de plantão.
Mesmo no século XX, com a Parapsicologia, que comprovou os fenômenos com métodos experimentais válidos, vemos, ainda, aqueles que negam a ocorrência dos fenômenos. Se não podem simplesmente negá-los, por serem óbvios demais, procuram dar-lhes, como causa, o cérebro dos médiuns, nem que para isso tenham que engendrar as teorias mais abstrusas e inverossímeis. Entretanto, o mais lógico, dentro da metodologia científica, é optar pela teoria mais simples e que explique o conjunto de fatores. Tudo isso para negar, a priori, a existência dos espíritos e a imortalidade da alma.
Apesar de tudo, os fenômenos continuam a ocorrer. Quem pode dizer que ninguém voltou do além-túmulo, nosso inexorável futuro, para nos dar informações? Eis que, talvez, queira a Vontade divina que o homem se inteire dessa realidade não somente pelo frio escalpelo da Ciência, mas, também, com a lógica filosófica que satisfaça nosso desejo de conhecer a existência futura de forma clara e positiva; e que, com as conseqüências morais desta nova forma de ver a vida imortal, que nos reconciliemos com Sua justiça.
Assim, estamos com Allan Kardec, o insigne codificador da doutrina espírita, quando assevera em O Livro dos Espíritos: “A missão do Espiritismo consiste, precisamente, em nos esclarecer acerca desse futuro, em fazer com que, até certo ponto, o toquemos com o dedo e o penetremos com o olhar, não mais pelo raciocínio somente, porém, pelos fatos.”(...) “O Espiritismo é, pois, o mais potente auxiliar da religião. Se ele aí está, é porque Deus o permite e o permite para que as nossas vacilantes esperanças se revigorem e para que sejamos reconduzidos à senda do bem pela perspectiva do futuro.”

A codificação espírita

Muito se tem falado sobre o que é o Espiritismo, mas a extensão e abrangência de seus conteúdos dificultam, muitas vezes, a percepção do seu todo. O Espiritismo não é uma seita. Conquanto tenha o seu aspecto religioso, pelas conseqüências morais de suas vertentes científicas e filosóficas, não se enquadra no conceito de seita, proprietária da verdade e da salvação. Por isso, não é sectário, vendo as demais religiões como válidas e necessárias às peculiaridades dos seus integrantes, não sendo também proselitista, isto é, não se preocupa em angariar novos adeptos. Se, por vezes, é divulgado por aqueles que o professam, isso ocorre apenas para torná-lo acessível a quem não o conhece, democratizando a informação. Os espíritas pretendem fazer, da sua prática, a revivescência do Cristianismo primitivo, das primeiras comunidades cristãs.
O Espiritismo não é uma religião organizada. Não tem sacerdócio ou qualquer hierarquia estruturada. Cada espírita é sacerdote em causa própria. As agremiações espíritas são entidades civis, sem fins lucrativos, criadas para congregar os espíritas em seus estudos, práticas educativas e trabalhos voluntários. Seus líderes não são pessoas especiais, cuja ascendência sobre os demais não se deve dar senão pela sua reta conduta e elevada moralidade.
O Espiritismo não promove uma fé supersticiosa. Nada há em sua prática que não possa ser explicado e aceito pela razão. Sua concepção de fé, segundo o seu codificador, Allan Kardec, é a de que “Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente à razão, em todas as épocas da Humanidade.”
O Espiritismo não é dogmático. Nenhum dos seus ensinamentos tem o caráter de ser artigo de fé inquestionável ou não sujeito ao crivo da razão. Não se pretende pronto, acabado e infalível, estando sempre aberto a verdades novas e aos avanços da Ciência e do pensamento humano. Seu compromisso com a verdade é de tal monta que o espírito Erasto, um dos luminares da codificação, afirmou: “Melhor é repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea.” (O Livro dos Médiuns, cap.XX,230).
O Espiritismo não é contrário à Ciência. Ao inverso; baseia-se nela e absorve o seu progresso incessante. Não vê as conquistas científicas e tecnológicas como boas ou más em si mesmas, dependendo isto do uso e do destino que lhes empresta a vontade humana. E tão concorde co a Ciência que Allan Kardec afirmou que se esta provasse estar o Espiritismo enganado em um ponto, ele se modificaria nesse ponto para ficar de acordo com a Ciência.
O Espiritismo não é determinista. Proclama o livre-arbítrio do homem, embora diga que este está sujeito às conseqüências dos seus atos, aqui mesmo, na Terra. A reencarnação explica o porquê das diferenças no destino e nas oportunidades humanas, necessárias ao progressivo aprendizado do espírito. A dor não tem finalidade punitiva, mas, é um recurso da pedagogia Divina para a reparação do mal e a reeducação do espírito. Pode ser afastada e superada pela prévia reparação do erro e a sublimação do espírito quanto àquele aspecto.
O Espiritismo não crê em milagres. Embora admita a ocorrência de fenômenos tidos como tais, não acredita que Deus derrogue suas próprias leis. O supostos milagres são explicáveis por leis que os homens ainda desconhecem, muitas das quais o Espiritismo demonstra estar no âmbito de seus estudos, sendo por ele demonstradas.
O Espiritismo não crê em soluções mágicas para os problemas existenciais humanos. Não concebe que tais soluções possam ser compradas ou alcançadas por atitudes religiosas exteriores, sem a imprescindível transformação íntima da criatura. Crê na Providência divina, mas crê, também, na sua indefectível Justiça, que só atende conforme o merecimento de cada um.
Luiz Antônio de Paiva
Médico-psiquiatra – AME Goiás
PAZ E LUZ!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Mediunidade e evolução


                                                           
                                                               Mediunidade e evolução




O Espiritismo tem como base a análise e compreensão das comunicações mediúnicas e o raciocínio lógico – fé raciocinada – dos ensinamentos dos espíritos. Portanto, a doutrina não se resume no estudo dos fenômenos espíritas ou do mundo espiritual. Precisamos estudar e, principalmente, vivenciar os preceitos e valores morais que servem de base da doutrina, ou seja, a proposta do Evangelho, que em sim mesmo é universal e não-sectário.

Se não vivenciarmos, no dia a dia, a mensagem cristã, e apenas ficarmos admirados com os fenômenos, agiremos como um homem sedento que encontrou um copo de cristal cheio de água, mas morreu de sede por se demorar admirando a beleza do copo.

A mediunidade, trabalhada com princípios elevados e altruístas, é como um belo cristal a refletir a Sabedoria divina. Os ensinamentos que os espíritos superiores nos transmitem é a água fresca que a humanidade tanto necessita para revigorar seu espírito sedento de Paz.

Quando falamos em tratamento espiritual, nos referimos não apenas à cura do corpo físico, mas, sobretudo, à cura da alma.

Os ensinamentos que os espíritos elevados nos transmitem têm como objetivo despertar a consciência humana para seus potenciais divinos. Os distúrbios emocionais e psíquicos, conforme nos ensinam, causam desequilíbrios energéticos que acabam desestruturando a harmonia celular, culminado, assim, nas doenças comumente diagnosticadas pelos médicos.

Portanto, devemos entender que a proposta maior do centro espírita não é a de substituir o hospital. Isso seria, até mesmo, contra a legislação brasileira. Sua missão maior é fornecer subsídios para que a criatura humana encontre condições para efetuar o seu amadurecimento e equilíbrio espiritual, o que trará, como consequência, o bem-estar e a saúde integral. Para tanto, muitas vezes se faz necessário o uso de determinados recursos, como sessões de desobsessão, passes e fluidificação da água. Jamais um dirigente espírita deverá recomendar a suspensão do acompanhamento médico.

A mediunidade é um fenômeno espiritual que ocorre com muito mais frequência do que imaginamos. Interagimos, em maior ou menor grau, com os espíritos em nosso dia a dia. Por se manifestarem em planos mais sutis, imperceptíveis para a maioria, com leis ainda desconhecidas pela ciência acadêmica, temos dificuldade em compreender suas influências.

Em potencial, todos somos médiuns, independente de nossa religião, pois a mediunidade é algo inerente ao espírito (lembre-se de que você é um espírito, apenas está temporariamente encarnado). Porém, as pessoas não possuem a mediunidade no mesmo grau. Alguns a possuem em estado bastante aflorado, de forma ostensiva; outras, as possuem apenas em estado latente e recebem do plano espiritual apenas uma vaga impressão. Costumamos chamar de médiuns aqueles que possuem esta faculdade de maneira ostensiva, portanto, poucos podem ser considerados médiuns (ostensivos).

Mediunidade não significa, necessariamente, que a pessoa que a possua seja um espírito evoluído. A grande maioria dos médiuns recebe uma preparação em seu perispírito (corpo astral) antes de reencarnar, para estarem em condições de exercer a mediunidade. Muitas vezes, é uma expiação, sendo uma valiosa oportunidade de evolução e de repararem os erros cometidos em outras encarnações através da caridade, do auxílio ao próximo. Portanto, mediunidade deve, sempre, rimar com caridade e responsabilidade!

Vitor Rebelo

PAZ E LUZ!

domingo, 16 de maio de 2010

Sintomas projetivos


A projeção da consciência (viagem astral, projeção astral, desprendimento espiritual, desdobramento espiritual, emancipação da alma, viagem fora do corpo) é uma experiência mais comum do que se pensa, e muitas pessoas passam por algo assim sem saber realmente do que se trata.
 Alguns pensam que é loucura, outros dizem que isso é algo obscuro, mas trata-se de uma experiência espiritual que ocorre com as pessoas independente de raça, idade, sexo, ou condição social.
Inclusive, até mesmo para situar melhor os leitores, posso relacionar aqui alguns dos sintomas clássicos dessa experiência:

- Catalepsia projetiva: Esse fenômeno causa medo em muitas pessoas, mas é muito mais comum do que se pensa. A pessoa acorda no meio da noite (ou mesmo numa soneca durante o dia) e descobre que não consegue se mexer. Parece que uma paralisia tomou conta do corpo. Ela não consegue mexer um dedo sequer. Tenta gritar para chamar alguém, mas não sai voz nenhuma. A pessoa luta tenazmente para sair desse estado, mas parece que uma força invisível tolheu-lhe os movimentos. Inclusive, pode ter alguém deitado do lado e não perceber nada do que está acontecendo. Dominada por aquela paralisia, a pessoa grita mentalmente: “Eu tenho que acordar! Isso deve ser um pesadelo!” Mas ela já está acordada, só não consegue se mover. Devido ao pânico que a pessoa sente, seus batimentos cardíacos se aceleram. A adrenalina se espalha pela circulação e estimula o corpo. O resultado disso é que a pessoa recupera os movimentos abruptamente, normalmente com um solavanco físico (espasmo muscular). Em poucos momentos, seu cérebro racionaliza o fato e dá a única resposta possível: “Foi um pesadelo!” Algumas pessoas mais impressionáveis podem fantasiar algo e jogam a culpa da paralisia em demônios ou seres espirituais. Na verdade, a pessoa acordou no meio de um processo vibratório decorrente da mudança do padrão de vibrações do corpo espiritual em relação ao corpo físico.
Ela acordou em um estado transicional dos corpos. Simplesmente, ela despertou para uma situação que ocorre todas as noites quando ela dorme. Antes, ocorria com ela adormecida, e naquela situação ela acordou bem no meio da transição. Se a pessoa ficar quieta e não tentar se mover, sentirá uma sensação de flutuação por sobre o corpo. Ocorrerá um desprendimento espiritual consciente! E então ela poderá comprovar na prática de que aquilo é realmente uma saída do corpo. Verificará por ela mesma de que não se trata de doença ou coisa do demônio. Se ela não quiser tentar a experiência, é só tentar mover o dedo indicador de uma das mãos ou uma das pálpebras, assim ela recupera o movimento tranqüilamente.

- Ballonemant: A pessoa acorda e sente a sensação de estar inflando (semelhante a um balão inflando). Na verdade, é sua aura que está dilatando, mas como ela não sabe disso, pensa que é o corpo que está crescendo e inchando em todas as direções. Se a pessoa ficar quieta e deixar a sensação continuar, ela se projetará suavemente para fora do corpo. Não há perigo algum. Inclusive, essa sensação é muito familiar a sensitivos e médiuns em geral, pois eles têm forte tendência de soltura energética.

- Sensação de falsa queda durante o sono ou cochilo: Quase todo mundo já sentiu isso alguma vez. A pessoa está deitada cochilando (hipnagogia) e, repentinamente, tem a sensação de estar escorregando ou caindo abruptamente da cama. Então, ela desperta com um solavanco físico e um pequeno susto. O que aconteceu? Simplesmente seu corpo espiritual deslocou-se uma polegada para fora do alinhamento vibratório com o corpo físico e foi tracionado vigorosamente para dentro, pois o metabolismo ainda estava ativo e impediu uma soltura maior. Quando eu era pequeno, minha vó dizia que isso acontecia comigo porque eu estava crescendo. Só que não cresci muito (tenho 1,67m de altura) e até hoje isso acontece comigo.

- Estado vibracional: a pessoa desperta no meio do sono e sente uma série de vibrações (descargas energéticas) propagando-se pelo seu corpo. Parece que ela tem uma tempestade elétrica percorrendo seu corpo, às vezes acompanhada de fortes zumbidos dentro da cabeça. Isso ocorre porque o corpo espiritual acelera suas vibrações para escapar das lentas vibrações do corpo denso. Se a pessoa ficar quieta e deixar a sensação continuar, ela se projetará em instantes.
Há outras sensações decorrentes da soltura do corpo espiritual em relação ao físico, mas estas são as mais comuns.

 Wagner Borges

PAZ E LUZ!