segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Patria Madrasta Vil



Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
 
A redação intitulada “Pátria Madrasta Vil”, foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site da Biblioteca virtual da UNESCO.

 
“Como vencer a pobreza e a desigualdade” – redação de estudante carioca vence concurso da Unesco com 50.000 participantes, imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para professores. Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.

 
“PÁTRIA MADASTRA VIL”


Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência...Exagero de escassez...Contraditórios? então aí está! O novo nome do nosso país? Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.

Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.

O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada e friamente sistematizada de contradições.

Há quem diga “dos filhos deste solo és mãe gentil”, mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.

A minha mão não “tapa o sol com a peneira”. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter me dado uma bela formação básica.

E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir.

Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz nada ativa.

A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra .... Sem nenhuma contradição!

E disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!

A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.

Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; aas mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta tão confortavelmente situadas na pirâmide social terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?

Eu acredito, profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro para fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.

Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?

Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos.

Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... ou como bicho?
 
Clarice Zeitel
PAZ E LUZ!

domingo, 25 de outubro de 2009

Medicina e Espiritualidade





Ciência e Religião não são duas correntes antagônicas, mas abordagens que se complementam na busca por uma visão integral da realidade.

Cada vez mais, “minorias criativas” buscam a integração entre Fé e Religião, tendo em vista que é impossível compreender o mundo, o universo e o próprio ser humano, sem as luzes de um paradigma, de um modelo, que complete todas as áreas das cogitações humanas. As revoluções conceituais da física, no século XX, muito contribuíram para essa nova visão da realidade, demonstrando que a matéria cedeu lugar à energia, o tempo é variável, o movimento descontínuo, a interconectividade não localizada, e a consciência é capaz de influir nos eventos, selecionando possibilidades. Nesse novo tempo, especialistas passaram a enxergar o ser humano de forma integral, conectado a uma imensa rede invisível, que engloba todas as coisas, do micro ao macrocosmo, e não têm nenhum pudor em reconhecer a complementaridade entre Ciência e Religião, valorizando a integração da espiritualidade à vida humana.
Foi assim que ganhou impulso, na década 1970, uma dessas minorias criativas, formada por médicos que buscam implantar nas universidades estudos de Medicina e Espiritualidade. Sob essa denominação, já há cursos regulares ou opcionais, e também de pós-graduação, em dois terços das universidades americanas, entre outras, nas Escolas Médicas de Harvard, com Herbert Benson, judeu, de Duke, com Harold Koenig, católico, do Novo México, com William Miller, luterano. Afirmamos, com renovada alegria, que nós, médicos espíritas, fazemos parte de uma dessas minorias criativas que tenta levar espiritualidade às universidades, porque os fundamentos da Medicina Espírita estão em sintonia com o que é realizado, hoje, na maioria das universidades norte-americanas.
A obra do ilustre físico e humanista Fritjof Capra, especialmente. O Ponto de Mutação, está na vanguarda dessa luta em favor de um novo paadigma para a humanidade, em particular para a Medicina, com sua proposta de Assistência Holística à Saúde, que contempla o ser humano integral – Mente-Corpo. Nessa luta por um novo modelo de saúde, enganjou-se também o físico quântico, Amit Goswami, com sua teoria sobre a consciência, exposta em sua obra, especialmente, O Universo Autoconsciente. Nela, ele sustenta que a consciência está fora da matéria, sendo, na verdade, fonte criadora do mundo material.
Hoje, tanto quanto nos séculos XIX e XX, há fortes evidências científicas da existência do espírito.
Pesquisadores, em sua maioria não espíritas, têm investigado casos de Experiências de Quase-Morte (EQM), Visões no Leito de Morte, Experiências Fora do Corpo, Transcomunicação Instrumental e Reencarnação, acumulando evidências em favor da sobrevivência da alma.

Vida após a morte
        O neuropsiquiatra, Peter Fenwik, os cardiologistas Michael Sabom e Pim Van Lommel, os psiquiatras, Raymond Moody Jr, Elizabeth Kübler-Ross e Sarah Kreutziger, o pediatra Melvin Morse, os psicólogos, Kenneth Ring, Phillis Atwater e Margot Grey, entre outros, relataram casos de EQM, contando o que centenas de sobreviventes da morte vivenciaram, quando foram considerados clinicamente mortos. A conclusão dos pesquisadores e dos sobreviventes é de que algo imaterial sobrevive à morte do corpo físico.
        Na alentada obra Reincarnation and Biology, de Ian Stevenson, professor de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Virgínia, EUA, constatamos também, nos 2.600 casos pesquisados, não apenas evidências da sobrevivência do espírito, mas igualmente da reencarnação, podendo-se acompanhar, inclusive, a correlação entre as marcas de nascença e os defeitos congênitos da existência atual com as vivências anteriores.
        Hoje, já há centenas de trabalhos publicados em revistas científicas prestigiadas, como The Lancet, New England Journal of Medicine; British Medical Journal, JAMA etc. sobre o valor da prece na terapêutica. Do mesmo modo, experiências realizadas pelo psicólogo brasileiro Júlio Peres, em parceira com o neurocientista Andrew Newberg, da Universidade da Pensilvânia, EUA, evidenciaram áreas do cérebro em funcionamento que são ativadas e rebaixadas durante as sessões de Terapia por Regressão de Memória, realizadas com pacientes do Instituto Nacional de Terapia de Vivências Passadas (INTVP), do Brasil. Essas pesquisas, somadas às que o Drº Newberg realizou com pessoas em estado de vigília e meditação, mostram um campo promissor para o estudo do espírito e sua atuação sobre a matéria.
        No Japão, Massaru Emoto, após 8 anos de investigação, publicou o livro, Messages from the Water, mostrando como a água pode formar cristais perfeitos ou não, conforme a ação exercida sobre ela pelos pensamentos e sentimentos humanos.
        Tanto experiências de Andrew Newberg e Júlio Peres, quanto as de Massaru Emoto trazem subsídios importantes para validar a Terapêutica Complementar Espiritual e entreabrem novos campos para a pesquisa em medicina energética.
        Hoje, com o progresso vertiginoso da Ciência e, igualmente, o aumento maciço das doenças da alma, é imperioso que esses cursos de Medicina e Espiritualidade se multipliquem nas escolas médicas do mundo. A mudança de mentalidade, porém, não é nada fácil.
        Há três séculos que a ênfase tem sido para a visão de um ser humano esquizofrênico, dividido entre as investigações científicas e a busca religiosa, consideradas e alimentadas como irreconciliáveis. Esse paradigma antigo, materialista reducionista, está calcado no predomínio do egoísmo sobre o amor, do intelecto sobre o sentimento, e tem sido responsável pelo recrudescimento da violência, da ambição sem freios, dos vícios, da intolerância religiosa e das grandes desigualdades e calamidades sociais. Nele, o ser humano é reduzido tão somente às funções neuroquímicas do cérebro, destituído de qualquer elemento imaterial que anime suas células. Com esse modelo, não haverá paz no mundo.
        Contra ele, a favor da integração espírito-matéria, coloca-se o movimento em prol da Medicina e da Espiritualidade. Com a preponderância deste modelo, que tem na solidariedade uma de suas importantes vigas-mestras, acreditamos que os médicos estarão muito aptos a lidar com a dor humana, esforçando-se por diminuir os sofrimentos e angústias dos seus irmãos em humanidade.

Drª Marlene Nobre –CE nº01

PAZ E LUZ!  

domingo, 11 de outubro de 2009

A força do pensamento



É impressionante a maneira como as pessoas estão alienadas em relação a elas próprias.

Elas desconhecem, por completo, os potencias que possuem e continuam buscando em amuletos, talismãs e rituais, a solução para as situações desagradáveis que estão vivendo.
Agem assim porque sempre se vêem como vítimas, seja do destino, do azar ou do que for; sempre esperando alguém que as salve.
No entanto, o poder capaz de operar essa mudança em suas vidas não está fora, mas, dentro delas mesmas. Na realidade, somos nós, conscientes ou não, que construímos o nosso destino.
Por isso, precisamos entender que enquanto continuarmos ignorando nossos poderes internos, nossas vidas continuarão em desajuste.
Pensar é o nosso maior atributo, através do pensamento construímos ou destruímos e, acima de qualquer coisa, modificamos e transformamos, não só o nosso mundo interno e particular, como também, o universo que nos rodeia e no qual estamos inseridos.
Podemos afirmar que é através do pensamento que escrevemos nossos destinos. A tal respeito, ensina-nos o espírito Hammed:
"A força do pensamento influencia o próprio destino humano. O ato de pensar é um dos mais poderosos recursos do indivíduo; é a própria capacidade da mente de transformar ondas energéticas, dando-lhes solidez, forma e sentido."
Desta maneira, categoricamente podemos afirmar: somos o que pensamos e tudo provém do pensamento, de modo que é hora de darmos mais atenção aos pensamentos que alimentamos, às crenças que nutrimos e aos juízos que fazemos, pois são eles que determinam tudo que estamos vivenciando.
Se o que estamos vivenciando é resultado do que guardamos na alma, reciclar e substituir os pensamentos são as melhores maneiras de ajustarmos nossa vida.
Esclarece-nos novamente Hammed que : "(...)tudo o que está acontecendo em tua vida são produtos de tuas crenças e pensamentos, que se materializam por fora de ti mesmo; não são, pois, nem punições e nem recompensas, mas reações desencadeadas pelas tuas ações mentais(...)".
Não importa por quanto tempo alimentamos pensamentos negativos; podemos modificá-los a qualquer momento. Somos nós quem os escolhemos, os mantemos, e consecutivamente somos os únicos a poder alterá-los, e isso, no momento que quisermos.
Não existe acaso, nem coincidência ou fatalismo, logo, somos os grandes responsáveis pelo que estamos vivendo.
Sobre isso, esclarece Luiz Gasparetto que "somos o que fazemos de nós. Estamos onde nos colocamos. somos o capitão do barco de nosso destino. dirigimos nossa vida pelas nossas atitudes. Criamos atitudes com aquilo que escolhemos acreditar. E crenças, a gente muda quando quer".
Renasceremos inúmeras vezes, entre outras razões, para aprendermos usar os nossos potenciais internos, dentre eles, a habilidade de lidar com os pensamentos, ou seja, aprendermos a usar nossos potenciais mentais, sendo esse um dos principais focos de nossa aprendizagem atual.
A evolução é um processo que parte do simples para o complexo, é uma trilha que gradualmente vai capacitando-nos para o uso de nossos atributos naturais.
É imprescindível aproveitarmos cada experiência, cada oportunidade, compreendendo que quando mais  o aproveitamos, tanto mais evoluímos.
É fundamental, portanto, para o nosso aperfeiçoamento, o uso da vontade na disciplina dos pensamentos.
Felicidade é o produto da responsabilidade que temos de usar bem o poder da vontade.
Vontade essa que é a força motriz a nos impulsionar rumo à perfeição.
Pensar é criar, escolher e construir.
Escolher o melhor é tarefa para quem compreendeu que ninguém pode nos fazer feliz, pois, felicidade é conquista interior que poderemos compartilhar.
Porém, cada um deverá construí-la por si mesmo, usando para isso o poder do pensamento e da vontade.
O pensamento, dizíamos, é criador. Não atua somente em torno de nós, influenciando nossos semelhantes para o bem ou para o mal; atua principalmente em nós; gera nossas palavras, nossas ações e, com ele, construímos, dia a dia, o edifício grandioso ou miserável de nossa vida presente e futura.
Se por um lado somos detentores desses potenciais, por outro somos os únicos responsáveis pela felicidade ou infelicidade que estamos vivenciando.
De forma que perguntamos:
Que pensamento você alimenta?
Que direção dar a seu poder de vontade?
Responda a  si mesmo!


Revista Cristã de Espiritismo-nº52


PAZ E LUZ!

domingo, 4 de outubro de 2009

A Renovação Planetária




       Chegamos a um momento da humanidade em que os valores morais e éticos gritam por socorro, a necessidade de um despertar de consciência nunca foi tão imperiosa como nesse momento.
O Brasil, como terra de culturas e crenças diversas, encontra-se numa espécie de confusão ideológica. Como uma verdadeira separação entre o “joio e o trigo”, vemos hoje avolumar-se uma grande quantidade de violência, insensatez, vícios em geral e muita falta de espiritualidade. Em contra partida, encontramos também um volume cada vez maior de pessoas buscando uma religião, atuando em serviços voluntários, meditando e preocupando-se com o seu país e com o mundo.
As menções sobre uma época de transformação são ditas desde as mais remotas religiões e seus profetas, passando por Jesus e mais recentemente na própria doutrina espírita. Muitos a consideram como o período do fim do mundo, para outros é uma grande oportunidade de vencer seus próprios obstáculos e conquistar algo que conscientemente não se sabe, mas sente que o momento é único.
Jesus preconiza uma época em que povos se levantarão contra povos, fome e pestes se alastrariam, mas não seria ainda o fim - segundo Jesus - o fim estaria próximo apenas quando a “Boa Nova” fosse ensinada para todos os povos. João através do Apocalipse nos revela uma espécie de luta entre o bem e o mau, na qual o vencedor ganhará a “Nova Jerusalém”. Os maias antigos, com o seu calendário lunar profetizam uma época de escuridão que será substituída por uma “Era de Ouro” a partir de 2012 da nossa época. Outros povos como os egípcios, sumérios e as antigas ordens esotéricas,  fazem menções sobre uma época de transformações e renovação planetária.
A idéia de fim do mundo ficou marcada devido ao conceito errado envolvendo o “inferno” e a pouca compreensão da vida futura. O homem ainda presume que a matéria é o fator principal do universo e a idéia de mudanças climáticas e geológicas dá uma dimensão de sofrimento inimaginável.
Na parte final do apocalipse, João vê Jesus e seus anjos vindo juntamente com a “Nova Jerusalém” para a felicidade dos que venceram a grande batalha narrada no seu texto.
Muitos “cristãos” acreditam que a Nova Jerusalém estaria no Reino dos Céus e os vencedores seriam retirados desta terra, mas muitos esquecem que João estava em espírito, ou seja, estava fora de seu corpo, viu tudo por outro Plano. Além do mais, o próprio nome “Nova Jerusalém” pressupõe uma Jerusalém (Planeta) renovada.

Renovação planetária
Se não fosse assim, como justificar a promessa de Jesus no sermão do monte em que os pacíficos herdariam a terra e por que após a boa nova estar difundida para todos, o mundo acabaria?
A doutrina espírita, através da Gênese, codificada por Kardec, dentre tantas outras fontes, nos dá a noção exata do período que estamos passando.
Kardec nos diz no capítulo XVIII: “...Esse duplo progresso se cumpre de duas maneiras: uma lenta, gradual e insensível; a outra por mudanças mais bruscas, a cada uma das quais se opera um movimento ascensional mais rápido, que marca, por caracteres nítidos, os períodos progressivos da Humanidade. Esses movimentos, subordinados nos detalhes ao livre-arbítrio dos homens, são de alguma sorte fatais em seu conjunto, porque estão submetidos a leis, como aquelas que se operam na germinação, no crescimento e na maturidade das plantas; é por isso que o movimento progressivo, algumas vezes, é parcial, quer dizer, limitado a uma raça ou a uma nação, de outras vezes geral. O progresso da Humanidade se efetua, pois, em virtude de uma lei; ora, como todas as leis da Natureza são obra eterna da sabedoria e da presciência divina, tudo o que é efeito dessas leis é o resultado da vontade de Deus, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável. Quando, pois, a Humanidade está madura para vencer um degrau, pode-se dizer que os tempos marcados por Deus são chegados...”.
De forma acertada Kardec relaciona e compara a atual fase de transformação do Planeta que está subordinada a leis, ao processo de germinação e progresso de uma planta, ou seja, o amadurecimento da Humanidade. Talvez por isso Jesus afirma que o fim chegaria precedido pelo conhecimento da “Boa Nova” por todos os povos.

A nova ordem social
Ele continua dizendo: “...A fraternidade deve ser a pedra angular da nova ordem social; mas não há fraternidade real, sólida e efetiva, se ela não se apóia sobre uma base inabalável; esta base é a FÉ...”.  Continua: “...Para que os homens sejam felizes sobre a Terra, é necessário que ela não seja povoada senão por bons Espíritos, encarnados e desencarnados... Tendo chegado esse tempo, uma grande imigração se cumprirá entre aqueles que a habitam; aqueles que fazem o mal pelo mal, e que o sentimento do bem não toca, não sendo mais dignos da Terra transformada, dela serão excluídos, porque lhe trariam de novo a perturbação... Eles irão expiar o seu endurecimento, uns nos mundos inferiores, os outros entre raças terrestres atrasadas... Serão substituídos por Espíritos melhores, que farão reinar, entre eles, a justiça, a paz, a fraternidade... A Terra não deve ser transformada por um cataclismo que aniquilaria subitamente uma geração, a atual desaparecerá gradualmente, e a nova lhe sucederá do mesmo modo, sem que nada seja mudado na ordem natural das coisas...” A afirmação de Jesus, de que os mansos herdarão a Terra se justifica nessa passagem do livro da Gênese. Kardec nos explica como o processo de renovação ocorrerá, de forma natural e gradual, como alias, já está acontecendo.
Kardec termina o capítulo com a seguinte advertência: “Os incrédulos rirão dessas coisas, e a tratarão por quimeras; mas digam o que disserem, eles não escaparão à lei comum; cairão a seu turno, como os outros, e, então, o que será deles? Eles dizem: Nada! Mas viverão a despeito de si mesmos, e serão, um dia, forçados a abrir os olhos.”.

Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, ed. 23.
Escrito por Ricardo Viana



PAZ E LUZ

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Felicidade Realista





A princípio bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos. Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis. Dinheiro? Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica e uma temporada num spa cinco estrelas. E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando. Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.. Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar a luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito. É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista. Ter um parceiro constante pode ou não, ser sinônimo de felicidade. Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com um parceiro, feliz sem nenhum.. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio. Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado. E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade. Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável. Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno. Olhe para o relógio: hora de acordar É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente. A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo.

Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade. Ela transmite paz e não sentimentos fortes, que nos atormenta e provoca inquietude no nosso coração. Isso pode ser alegria, paixão, entusiasmo, mas não felicidade.



Mário Quintana

PAZ E LUZ!