quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Novos Tempos


Vivemos uma fase de grandes transformações sociais e planetárias. Claro que tanto a humanidade quanto o planeta sempre estão em constante mudança.
São avanços sociais que, apesar de gradativos, mudam nossos valores e crenças, e estes, por sua vez, acabam influenciando nossas leis e relações humanas; descobertas científicas que nos permitem compreender de forma mais clara e ampla a natureza e o mundo em que vivemos; além disso, temos a arte e a cultura de cada povo, cada vez mais dinâmicas e abertas a novas influências. Isso tudo é um processo gradual, lento, mas que em determinadas fases se amplia e acelera. É o que atualmente está ocorrendo.
Os avanços tecnológicos que aprimoraram os veículos de comunicação em massa, como a televisão e o cinema, provocaram um entrelaçamento cultural nunca antes atingido. Hoje, com a internet, a força com que influenciamos uns aos outros é ainda maior, e com o grande diferencial: desta vez não dependemos de uma elite dominante para ditar o que deve ou não ser massificado em nossa cultura. Todos têm condições de se expor e interagir com o meio de forma mais autônoma.
Mas, apesar de todas as mudanças pelas quais estamos passando, ainda não conseguimos solucionar velhos problemas sociais e, obviamente, outros desafios em nível global têm surgido, exigindo-nos um novo modo de viver e entender a vida.
Pobreza, violência e números alarmantes de pessoas doentes; colapso financeiro de grandes potências econômicas, altas taxas de desemprego... tudo isso são velhos problemas que a humanidade enfrenta, mas, que ainda persistem. Sem contar o que estamos fazendo com o planeta, desmatando e poluindo de forma descontrolada e inaceitável, causando mudanças climáticas e ambientais que nem sempre serão previsíveis. Com certeza, os resultados serão catastróficos.
Será o nosso fim? Não acredito. Ao contrário, penso que precisamos pôr um fim em certos paradigmas, em certos modelos e crenças que seguimos, para que realmente uma nova era surja.
De que adianta a internet, se grande parte das pessoas que navegam na rede mundial de computadores só espalha a própria miséria consciencial em que vive? Em vez de aprenderem novos valores, de usarem essa ferramenta de forma produtiva, muitos preferem ficar no comodismo da própria ignorância.
Portanto, os avanços materiais têm ocorrido em grande escala, mas, para que avancemos realmente como humanidade, precisamos amadurecer espiritualmente, aprendendo a lidar com nossas emoções de forma madura e consciente. Precisamos nos relacionar de forma responsável, enxergando no outro não alguém que possa nos servir, mas um ser humano que é a nossa extensão; somos interdependentes.
Sem o verdadeiro espírito fraterno e de união não seremos uma humanidade “interconectada”. Podemos nos conectar por meio da tecnologia, mas a verdadeira união deve partir de princípios e valores que aproximem as pessoas por meio do sentimento, respeitando as diferenças.
Para vivermos os “novos tempos”, é preciso que cada um faça a sua parte, buscando, a partir de um processo de autoconhecimento e mudança interior, sanar suas próprias feridas internas, para vivermos com mais harmonia entre nós e em relação ao planeta.

Victor Rebelo
PAZ E LUZ!