quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Na hora da saudade


Quando perdemos nossos entes queridos e chega a saudade e o sentimento de perda, não podemos fechar nossos olhos para a realidade da imortalidade da alma.
Quantas vezes já não nos encontramos entristecidos nos momentos de saudade? Quantas vezes já não nos questionamos sobre os desígnios da vida, do constante ir e vir das criaturas?
Como espíritos milenares que, a cada reencarnação, buscam o reajuste necessário para as próprias consciências, deparamo-nos com o ciclo de luz concedido pelo infinito amor de Deus, desprendendo-nos das imperfeições que estacionam o espírito em nossa caminhada evolutiva e angariando conhecimentos que nos auxiliam na ascensão espiritual. Somos viajores do tempo, aprendizes do sentimento sublime, buscando compreender a importância e a necessidade da pluralidade das existências, descortinando em nossos corações a certeza de que realmente a vida prossegue, de que os laços mantidos pelo amor jamais serão enfraquecidos pela ausência física, mesmo quando nossos olhos não puderem mais enxergar.
No capítulo IV de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, encontramos maiores esclarecimentos sobre o assunto, de forma clara e objetiva: “Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, como pensam certas pessoas. Ao contrário, eles são fortalecidos e se estreitam. É o princípio oposto que os destrói. Os espíritos formam no espaço grupos ou famílias unidos pela afeição, simpatia e semelhança de inclinações. Esses espíritos se procuram, felizes por estarem juntos. A encarnação não os separa senão momentaneamente, porque, depois de sua entrada na erraticidade, se reencontram como amigos no retorno de uma viagem. Com a reencarnação e o progresso que lhe é conseqüência, todos aqueles que se amaram voltam a se encontrar sobre a Terra e no espaço, gravitando juntos para chegarem a Deus. Os que falham no caminho retardam seu adiantamento e sua felicidade, mas não está perdida toda a esperança. Ajudados, encorajados e sustentados por aqueles que os amam, sairão um dia do lamaçal em que estão mergulhados. Com a reencarnação, enfim, há solidariedade perpétua entre os encarnados e os desencarnados, com o estreitamento dos laços afetivos”.
Como podemos perceber, somos espíritos muito amados, movimentando-nos pela oportunidade da vida corporal e extracorporal para nos fortalecermos, para criarmos em nós maiores probabilidades de sucesso encarnatório perante nossas falhas do passado. Em sua essência, o espírito almeja conscientemente a realização de seus comprometimentos, que se dão a cada existência, passando naturalmente pelo estudo do ciclo físico e espiritual que o impulsiona ao entendimento do verdadeiro significado da vida, que é a evolução. O ser encarnado traz consigo potencialidades para o cumprimento de suas tarefas em um tempo estimado, a fim de que tenha condições de desenvolvê-las da melhor forma possível. É através de todo um processo elucidativo adquirido na espiritualidade que se constitui sua preparação para o retorno ao veículo físico.

Somos uma eterna família


Quantas vezes já não vivenciamos quadros onde as lágrimas visitam o nosso coração? A saudade existe tanto naquele que parte como na criatura que fica. São sentimentos fortalecidos no decorrer dos tempos, em vidas passadas, mas que, desequilibrados pelo excesso, prejudicam o desenvolvimento e entendimento do verdadeiro significado da vida que impulsiona o ser à sua ascensão espiritual.
Quando mergulhamos nestes momentos de tristeza pela separação temporária de alguém muito estimado, envolvemos esse ser nestas mesmas dores, através da sintonia do pensamento. Desta forma, causamos naquele que parte um sofrimento ainda maior do que o nosso, estacionando-o nas lágrimas e, às vezes, na revolta que ainda sentimos por termos aparentemente perdido o ente querido para a morte. Agimos sobre esta criatura de uma maneira constante, entristecendo seu coração e confundindo seus pensamentos sobre o próprio progresso. Ao enviarmos sentimentos de tristeza, estamos longe de auxiliar aquele que retornou ao plano espiritual, pois desequilibramos sua mente para o decorrer do aprendizado na espiritualidade, necessário à próxima encarnação por ser uma nova conquista que irá refletir toda a sua sublimação de sentimentos e pensamentos, conduzindo este ser criado por Deus aos céus de suas próprias emoções.
Portanto, que possamos conscientizar nossas mentes de que somos espíritos milenares e que sempre estaremos juntos, unidos pelo sentimento e pensamento, ligados fraternalmente pelo Pai a uma eterna família. Busquemos serenar nossos corações, sentindo toda a luz, a paz e o amor de Jesus a auxiliarem nossa compreensão e aceitação da importância da reencarnação e dos mecanismos da evolução, que nutrem o espírito com a paz interior tão almejada por todos.



Revista Cristã de Espiritismo.





PAZ E LUZ !





sábado, 14 de fevereiro de 2009

Faça a diferença


Segundo a Organização Mundial de Saúde, a saúde não é a ausência de doença, mas uma condição de pleno bem-estar físico, mental social e espiritual, no qual se tem acesso ao uso de todas as potencialidades, mantendo-se aberto ao crescimento e a evolução.
Neste estado, podemos sentir em todos os momentos a alegria de estarmos interagindo com os outros e o prazer de viver; experimentarmos sentimentos de plenitude e consciência de harmonia com o universo que nos circunda, e quando falo em universo, não me refiro somente ao universo planetário, distante de nós, mas as mais singelas expressões naturais que estão definitivamente vivas ao nosso redor, participando ativamente de nosso habitat e interagindo conosco, recebendo as nossas vibrações e transmitindo suas energias, a todo o instante.

Livre-arbítrio
O sentido da vida está, efetivamente, em buscarmos viver não em excessos, mas em equilíbrio, fazendo o que queremos, pois somos livres para agir, porém, medindo o poder de nossas ações e estudando cautelosamente as conseqüências das mesmas. Saber onde acaba nosso limite e começa o do outro é um dos principais recursos para se viver em sociedade e em harmonia, ainda que existam conflitos a serem vencidos e vivenciados.
As emoções e sentimentos, especialmente quando não encontram meios de expressão, somatizam-se e manifestam-se de variadas maneiras, de acordo com a predisposição genética e comportamental e as fragilidades orgânicas de cada indivíduo. Somos sabedores que todos temos uma “genética espiritual” da qual não podemos fugir, mas podemos sublimar as deficiências aí existentes. Nessa genética espiritual estão contidas nossas principais deficiências que viemos angariando com o passar dos tempos, e hoje, muitas dessas deficiências estão em estado de latência e outras virão compulsoriamente no sentido de nos reeducar. As que estão no estado de latência, poderão ou não se manifestar ao longo dessa atual etapa existencial, dependendo de nosso modus vivendi, de hoje. Por exemplo, eu posso ter pré-disposição a uma enfermidade cancerígena e, dependendo de minha conduta, manifestá-la ou não. Se eu abusar dos cigarros ou de outras substâncias que eminentemente ativam essa deficiência, eu de fato terei. Mas, se vivo buscando a saúde e não me favoreço com tais substâncias, é possível que eu não desenvolva tal enfermidade.
Cada vez mais avoluma-se o número de pesquisas que nos mostram a relação que existe entre saúde, emoções e atitude mental. Existem pensamentos, sentimentos e atitudes que predispõem à saúde e outras que predispõem à doença, o que nos leva a perguntar: estamos vivendo o que é próprio para viver no hoje? Estamos vivendo agora da melhor maneira que podemos viver? O nosso corpo está saudável? Estamos nos sentindo bem, mas de fato estamos bem? Agradecemos cotidianamente o nosso corpo? Oramos durante o dia? Entramos em sintonia com o Senhor da Vida? Quando chegamos diante do espelho, nos achamos belos? Somos importantes para nós mesmos? Fazemos o melhor possível, sempre que produzimos algo?
A nossa essência não é o corpo, a máscara. A nossa essência é o Ser, o espírito que vivifica todas as coisas. Quando se tornar mais patente a compreensão desta verdade em nossas vidas, e nossas mentes estiverem conscientes a ponto de se tornarem “transparentes”, a luz interna do nosso Ser já não estará mais escondida, oculta e esquecida. Ela irá espelhar o que de fato somos e despertar nossos potenciais adormecidos. Fazer a nossa parte na vida respeitando os outros é muito importante. Por vezes, fazemos pouco, mas já é um começo, e aí, mesmo sendo pequena nossa contribuição, precisamos acreditar que ela também é importante. Desistir nunca!
De fato, ter uma visão positiva do futuro talvez seja o mais poderoso motivador que você e eu temos para mudança.
Ao final de seu trabalho, Barker relata uma estória bastante curiosa na qual se baseia nos escritos de Loren Eiseley. Descreve que um homem muito sábio seguia pela beira da praia quando divisou, a uma certa distância, um vulto que lhe pareceu estar dançando. A idéia de alguém dançando na praia lhe pareceu interessante e ele buscou aproximar-se. Verificou tratar-se de um jovem com uma atitude peculiar. O que lhe parecia um bailado, era na verdade, um conjunto de movimentos que o rapaz fazia para abaixar-se, pegar estrelas-do-mar e atirá-las de volta ao oceano. O sujeito achou a atitude curiosa e inquiriu ao rapaz:
– “O que fazes?”
– “Jogo estrelas de volta ao mar.” – foi a resposta dele.
– “Talvez devesse ter perguntado por que o fazes...” – disse o homem com um ar de deboche.
– “É que o sol está a pino e a maré está baixando, se não as atirar elas morrerão ressecadas” – retrucou.
– “Mas que ingenuidade! Você não vê que há quilômetros e quilômetros de praias e nelas há milhares e milhares de estrelas! Sua atitude não fará diferença.” .
O jovem abaixou-se, pegou uma estrela e, cuidadosamente, a atirou de volta ao mar, seguindo o seu peculiar procedimento. Em seguida voltou-se para o homem e disse:
– “Para essa aí fez diferença...” .
O homem ficou muito pensativo sobre o que ocorrera e naquela noite não conseguiu dormir pensando nas palavras do jovem. No dia seguinte, levantou-se, vestiu suas roupas, foi até a praia e começou, com o jovem, a atirar estrelas no oceano.
Barker conclui a estória com uma reflexão importante. O que o jovem tinha de diferente era a sua opção de não ser mero observador do Universo, mas agir nele, modificá-lo de alguma forma. E afirma: “... uma visão sem ação é um sonho. Ação sem visão é passatempo. Mas se aliamos nossas visões a nossas ações faremos diferença no Universo.”.
Então, vamos fazer a diferença no universo que nos rodeia, vamos ser os primeiros a respeitar, a declarar o amor, a viver mais saudáveis, a buscar sempre o melhor, a orar, enfim, existem tantas coisas boas que podemos fazer. Mas lembre-se que você pode fazer a diferença!





Artigo publicado na edição 43 da Revista Cristã de Espiritismo.


PAZ E LUZ!



domingo, 8 de fevereiro de 2009

O Bem Mais Precioso


Conta o folclore europeu que há muitos anos atrás um rapaz e uma moça apaixonados resolveram se casar. Dinheiro eles quase não tinham, mas nenhum deles ligava para isso. A confiança mútua era a esperança de um belo futuro, desde que tivessem um ao outro. Assim, marcaram a data para se unir em corpo e alma. Antes do casamento, porém, a moça fez um pedido ao noivo: - Não posso nem imaginar que um dia possamos nos separar. Mas pode ser que com o tempo um se canse do outro, ou que você se aborreça e me mande de volta para meus pais. - Quero que você me prometa que, se algum dia isso acontecer, me deixará levar comigo o bem mais precioso que eu tiver então. O noivo riu, achando bobagem o que ela dizia, mas a moça não ficou satisfeita enquanto ele não fez a promessa por escrito e assinou. Casaram-se. Decididos a melhorar de vida ambos trabalharam muito e foram recompensados. Cada novo sucesso os fazia mais determinados a sair da pobreza, e trabalhavam ainda mais. E tempo passou e o casal prosperou. Conquistaram uma situação estável e cada vez mais confortável, e finalmente ficaram ricos. Mudaram-se para uma ampla casa, fizeram novos amigos e se cercaram dos prazeres da riqueza. Mas, dedicados em tempo integral aos negócios e aos compromissos sociais, pensavam mais nas coisas do que um no outro. Discutiam sobre o que comprar, quanto gastar, como aumentar o patrimônio, mas estavam cada vez mais distanciados entre si. Certo dia, enquanto preparavam uma festa para amigos importantes, discutiram sobre uma bobagem qualquer e começaram a levantar a voz, a gritar, e chegaram às inevitáveis acusações. - Você não liga para mim! - gritou o marido - só pensa em você, em roupas e jóias. - Pegue o que achar mais precioso, como prometi, e volte para a casa dos seus pais. Não há motivo para continuarmos juntos. A mulher empalideceu e encarou-o com um olhar magoado, como se acabasse de descobrir uma coisa nunca suspeitada. - Muito bem, disse ela baixinho. Quero mesmo ir embora. Mas vamos ficar juntos esta noite para receber os amigos que já foram convidados. Ele concordou. A noite chegou. Começou a festa, com todo o luxo e a fartura que a riqueza permitia. Alta madrugada o marido adormeceu, exausto. Ela então fez com que o levassem com cuidado para a casa dos pais dela e o pusessem na cama. Quando ele acordou, na manhã seguinte, não entendeu o que tinha acontecido. Não sabia onde estava e, quando sentou-se na cama para olhar em volta, a mulher aproximou-se e disse-lhe com carinho: - Querido marido, você prometeu que se algum dia me mandasse embora eu poderia levar comigo o bem mais precioso que tivesse no momento. - Pois bem, você é e sempre será o meu bem mais precioso. Quero você mais que tudo na vida, e nem a morte poderá nos separar. Envolveram-se num abraço de ternura e voltaram para casa mais apaixonados do que nunca.

O egoísmo, muitas vezes, nos turva a visão e nos faz ver as coisas de forma distorcida. Faz-nos esquecer os verdadeiros valores da vida e buscar coisas que têm valor relativo e passageiro. Importante que, no dia-a-dia, façamos uma análise e coloquemos na balança os nossos bens mais preciosos e passemos a dar-lhes o devido valor.




Redação do Momento Espírita.


PAZ E LUZ!

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Mesmo assim


Vivemos um momento na face da Terra que, por vezes, parece que todos os valores morais estão em baixa. E você, que está buscando construir suas mais nobres virtudes, em muitos momentos se sente enfraquecido pelo próprio mundo à sua volta. Quando age com honestidade, comentam que você é tolo, que está remando contra a maré, em vez de fazer o que todo mundo faz. Mas se você quer ser grande perante sua consciência, seja honesto mesmo assim. Se procura balizar seus atos na justiça, ouve que essa atitude é a de um alienado, vivendo num mundo em que vence sempre o mais forte. No entanto, seja justo mesmo assim. Se está construindo um lar apoiado nas colunas sólidas da fidelidade, é comum ouvir gargalhadas insanas ou comentários maldosos a respeito do seu comportamento. Seja fiel mesmo assim. Quando seu coração se compadece, diante dos infelizes de toda sorte, não falta a zombaria daqueles que pensam que cada um deve pensar em si próprio, ignorando os sofrimentos dos irmãos de caminhada. Tenha compaixão mesmo assim. Se você dedica algumas horas do seu dia, voluntariamente, em favor de alguém, rico ou pobre, que precisa da sua atenção e do seu carinho, percebe as investidas da maldade daqueles que pensam que nos seus atos há uma segunda intenção. Seja fraterno e solidário mesmo assim. Quando você age com sinceridade, com lealdade, é comum ser taxado de insensato, fugindo do comum em que muitos usam de subterfúgios mesquinhos para conseguir o que desejam. Seja sincero e leal mesmo assim. Se, diante das circunstâncias do dia-a-dia, você revela sua fé em Deus e em Suas soberanas Leis, e é chamado de piegas ou crédulo, mantenha sua fé mesmo assim. Se em face de tantos desatinos no campo da sensualidade e na falta de decoro que assola grande parte dos seres, você deseja manter-se íntegro e recatado e é chamado de louco mantenha-se íntegro e recatado mesmo assim. Quando aqueles que se julgam acima do bem e do mal tentam apagar a chama da esperança que você acalenta no íntimo, afirmando que a esperança é a ilusão da mediocridade, mantenha a esperança mesmo assim. E, por fim, mesmo que alguém tente roubar a sua coragem de continuar lutando e acreditando em dias melhores, mantenha sua coragem e continue acreditando mesmo assim. Ao findar sua jornada terrestre, e só então, você poderá contemplar a ficha de avaliação do seu desempenho. Somente você será responsabilizado por seus atos. E tenha a certeza de que todos aqueles que tentaram desviá-lo do caminho reto não estarão lá para lhe dar apoio...

Madre Teresa de Calcutá, dentre tantos conselhos preciosos que legou à humanidade, deixou um conselho especial para aqueles que desejam construir na intimidade as mais nobres virtudes, dizendo: "Muitas pessoas são irracionais, ilógicas e egocêntricas. Ame-as, mesmo assim." "Se você tem sucesso em suas boas realizações, ganhará falsos amigos e verdadeiros inimigos. Tenha sucesso, mesmo assim." "O bem que você faz será esquecido amanhã. Faça o bem, mesmo assim." "A honestidade e a franqueza o tornam vulnerável. Seja honesto, mesmo assim." "Aquilo que você levou anos para construir, pode ser destruído de um dia para o outro. Construa, mesmo assim." "Os pobres têm verdadeiramente necessidade de ajuda, mas alguns deles podem atacá-lo se você os ajudar. Ajude-os, mesmo assim." "Se você der ao mundo e aos outros o melhor de si mesmo, você corre o risco de se machucar. Dê o que você tem de melhor, mesmo assim."



Equipe de Redação do Momento Espírita.


PAZ E LUZ!



terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Carnaval


O Brasil é um país de inúmeras festas.
É assombroso o número de feriados no calendário anual.
Mas, se somarmos os dias que são emendados, teremos ao longo do ano, mais de quinze dias parados. Segundo especialistas do assunto, os prejuízos são enormes para o País.
Agora, nesta época, temos o feriado de carnaval. Em alguns lugares perde-se mais de uma semana de trabalho. É o festejo da alegria num País de quase 40 milhões de miseráveis.
Desde o início de janeiro a mídia vem explorando as folias de Momo, como se fosse o acontecimento mais importante do ano.
Fala-se em alegria, festa, colocar para fora as angústias contidas durante o ano passado.
Infelizmente os caminhos propostos nada têm a ver com alegria ou alívio de tensões.
Ligamos a televisão e ouvimos a batida repetitiva das escolas de samba, cujo valor folclórico e cultural foi lentamente sendo perdido.
Há muita gente que busca fazer do carnaval um momento de esperança, oportunizando empregos, abrigando menores e isso é muito valioso.
Entretanto, o grande saldo da festa se resume em duas palavras: ilusão e sensualidade.
Referimo-nos à ilusão dos entorpecentes, dos alcoólicos.
A ilusão de grandeza, que falsamente produz um imenso contraste entre a beleza da avenida e a subvida dos barracos.
Falamos da sensualidade que se torna material de venda, nos corpos desnudos e aparentemente felizes por fora, mas muitas vezes profundamente infelizes por dentro.
As emissoras não cansam de exibir os bailes, os concursos de fantasias, os desfiles, levando-os a todos os que se comprazem em observar a loucura.
Mas, ao longo do caminho, multiplicam-se os doentes de Aids, os abortamentos, a pobreza e o abandono, a violência.
Com o risco de sermos taxados de moralistas, num tempo em que se perdem as noções de moralidade, não podemos deixar de analisar criticamente esses disparates do mundo brasileiro.
Em nenhum momento nos colocamos contra a alegria. Porém, será justo confundir euforia passageira com alegria real?
Alegria de verdade seria viver num lugar onde não houvesse fome, violência, tráfico de drogas e tráfico de influências.
Não podemos nos colocar contra o alívio de tensões. Entretanto, alívio real seria encontrar um caminho para os graves problemas pelos quais o País atravessa.
O carnaval é bem típico da alienação espiritual que a sociedade se permite. De um lado, as falsas aquisições sociais de alguns, negadas pela agressividade de muitos; de outro, a falsa felicidade de quatro dias de folia, e 361 dias de novas e renovadas angústias.
Vale a pena?
Nestas horas, pessoas embriagadas, perdidas, usam um segundo de falso prazer, em troca de um enorme tempo de arrependimentos. Por quê? - perguntamos.
As pessoas pulam, vibram, e nem ao menos sabem o motivo da festa. Vão porque as outras pessoas também vão.
Enquanto a sociedade agir desta forma, sem personalidade digna, dando valores justamente aos desvalores, as pessoas continuarão sofrendo as conseqüências de seus próprios atos.
Vamos fazer destes dias de feriado, dias de alegria verdadeira, em paz conosco mesmos.
Vamos meditar, ler, pensar. Vamos conviver com nossa família e amigos, trocar idéias salutares.
Vamos orar também por aqueles que ainda não tiveram consciência de fazer o bem conforme o Cristo nos recomendou, e padecem nestes instantes de euforia descontrolada.


Equipe de Redação do Momento Espírita.

PAZ E LUZ!

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A Carne é Fraca


Quando alguém procura uma desculpa para justificar suas fraquezas, é comum ouvimos a afirmativa de que a carne é fraca. A culpa, portanto, é da carne, ou seja do corpo físico. Esse é um assunto que merece mais profundas reflexões.
O alemão Hahnemann, criador da medicina homeopática, fez a seguinte afirmativa: "o corpo não dá cólera àquele que não na tem, do mesmo modo que não dá os outros vícios. Todas as virtudes e todos os vícios são inerentes ao espírito.
A não ser assim, onde estariam o mérito e a responsabilidade?" Sábia consideração essa, pois encerra grandes verdades. Culpar o corpo pelas nossas fraquezas equivaleria a culpar a roupa que estamos usando por um acesso de cólera.
Quando a boca de um guloso enche-se de saliva diante de um prato apetitoso, não é a comida que excita o órgão do paladar, pois sequer está em contato com ele.
É o espírito, cuja sensibilidade é despertada, que atua sobre aquele órgão através do pensamento. Se uma pessoa sensível facilmente verte lágrimas, não é a abundância das lágrimas que dá a sensibilidade ao espírito, mas precisamente a sensibilidade deste que provoca a secreção abundante das lágrimas.
Assim, um homem é músico não porque seu corpo seja propenso à musicalidade, mas porque seu espírito é musicista.
Como podemos perceber, a ação do espírito sobre o corpo físico é tão evidente que uma violenta comoção moral pode provocar desordens orgânicas.
Quando sofremos um susto, por exemplo, logo em seguida vem a sudorese, o tremor, a diarréia, etc. Outras vezes, um acesso de ira pode provocar dor de cabeça, taquicardia, e até mesmo deixar manchas roxas pelo corpo.
Quanto às disposições para a preguiça, a sensualidade, a violência, a corrupção, igualmente não podem ser lançadas à conta da carne, pois são tendências radicadas no espírito imortal.
Se assim fosse, seria fácil, pois não teríamos nenhuma responsabilidade pelos nossos atos, desde que, uma vez enterrado o corpo, com ele sumiriam todas as fragilidades e os equívocos cometidos.
Toda responsabilidade moral dos atos da vida fica sempre por conta do espírito imortal, e não poderia ser diferente. Assim, quanto mais esclarecido for o espírito, menos desculpável se tornam as suas faltas, uma vez que com a inteligência e o senso moral nascem as noções do bem o do mal, do justo e do injusto.

Todos nós, sem exceção, possuímos na intimidade a centelha divina, a força capaz de conter os impulsos negativos e fazer vibrar as emoções nobres que o Criador depositou em nós. Fazendo pequenos esforços conquistaremos a verdadeira liberdade, a supremacia do espírito sobre o corpo. E só então entenderemos porque Jesus afirmou: "vós sois deuses, podereis fazer o que eu faço, e muito mais."



Equipe de Redação do Momento Espírita.


PAZ E LUZ

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A Civilização do Futuro





Desde o final do século XIX, houve um grande avanço tecnológico. Isso ninguém pode contestar. O homem venceu os espaços e chegou à lua. Construiu máquinas capazes de reduzir as distâncias entre os continentes, entre as nações. Descobriu a cura de enfermidades até então tidas como incuráveis. Conseguiu erradicar da face da Terra doenças que dizimavam vidas. Embora todo o progresso tecnológico conseguido, o homem não logrou sequer minimizar a saudade, preencher a solidão, acalmar a ansiedade, evitar a dor, a doença e a morte. Conquanto a humanidade avance a passos largos na conquista de melhores condições de vida, de descobertas científicas, de aperfeiçoamento na produção de alimentos, de vestuário, de outras tantas conquistas, não consegue deter a onda de violência que apavora os seres. Não consegue erradicar o preconceito do coração do homem, a revolta dos povos vencidos, as catástrofes de toda ordem que assolam as nações. É de nos perguntarmos: Porque? Porque tanta miséria moral diante de tantas conquistas intelectuais? A resposta é simples: que o progresso intelectual engendra o progresso moral, mas o moral nem sempre o segue imediatamente. É preciso que os povos se tornem civilizados, e não apenas povos esclarecidos. Na busca desenfreada de melhores condições de vida, no campo material, o homem esqueceu de voltar a sua atenção para ele mesmo, enquanto figura principal dessa engenharia toda. São importantes as conquistas intelectuais porque as morais devem vir depois. Homens intelectualmente desenvolvidos podem melhor compreender o bem e o mal, e optar pelo bem. Basta que uma virtude brote no coração do homem: a piedade, que é o embrião da caridade. Quando o homem se detiver diante do sofrimento alheio, e lutar por solucioná-los, então, ele descobrirá naturalmente o caminho que o conduzirá à felicidade. Só lograremos a nossa própria felicidade fomentando a felicidade do próximo. Se somos todos irmãos, não podemos admitir que sejamos felizes, vendo os demais padecendo fome e frio. Sem possibilidades de educação, de crescimento, de um lugar ao sol. Numa sociedade verdadeiramente civilizada, nada faltará à ninguém. Todos terão pelo menos o necessário para viver.
Você sabia que a inteligência é poderoso instrumento para fomentar o progresso da humanidade? Deus quer que as pessoas inteligentes usem essa inteligência para o bem de todos, e não para esmagar os mais fracos. E você sabia que por mais inteligente que seja o homem da Terra, seu saber tem limites muito estreitos e restritos ao nosso planeta? Por esse motivo, ninguém tem o direito de envaidecer-se pela inteligência, pois a Terra representa um grão de areia diante do universo infinito.




Redação do Momento Espírita.




PAZ E LUZ!