domingo, 24 de maio de 2009

LIBERDADE PARA PENSAR


Todos nós temos direito à liberdade de agir, pensar, refletir, tomar decisões que consideramos oportunas e necessárias para o bom encaminhamento de nossas vidas.
Ser livre é prerrogativa concedida pela própria vida, afinal, nascemos para viver em paz, evoluir e encontrar uma razão para ser feliz. Claro que não podemos nos esquecer de abraçarmos objetivos que enobrecem a razão de nossa existência, fazendo o que melhor pudermos.
Com a liberdade vem a tolerância que devemos ter com o nosso próximo, principalmente, no livre direito de pensar, de entender a vida, de tecer comentários, afinal, se assim não fosse não haveria evolução de todos nós.
Evoluímos de acordo com a maneira que entendemos os fatos, de acordo com as nossas observações e estudos, caminhando em direção a Luz.
Sabem bem os filósofos o quão é importante pensar, dialogar, encontrar soluções, buscar as verdades através da dialética, do empirismo e da Ciência.
Não há duas pessoas idênticas na face da Terra, por conseguinte, não há duas pessoas que pensem exatamente iguais em relação a determinado assunto complexo e de difícil entendimento. Cabe-nos encontrar a verdade através da imparcial reflexão, do ato de inquirir, de analisar metodicamente aquilo que nos propormos a estudar.
No Espiritísmo, acredito que seja assim, afinal, temos o direito ao livre exercício do pensamento e isso é evolução, manifestação inteligente, um facho de luz que ilumina as mentes pensantes.
Vivemos em uma sociedade de valores pensados por terceiros, de cultura sedimentada no passar dos tempos e praticamente aceitamos tudo como verdade. Mas, não deveria ser assim. É preciso repensar valores, costumes e idéias – principalmente, idéias, reavaliar o que já foi pensado, apresentado como algo pronto e acabado, ler nas entrelinhas o que esta referenciado em mensagens e estudos.
Por isso, entendo que o ser humano deve exercer o ato de pensar, de tecer comentários, de argüir sempre que necessário em busca da verdade. A verdade é conquista de todos que insistem em encontrá-la.
O brasileiro não tem muito o hábito da indagação, afinal, anos de rigor em regime ditatorial feneceu a iniciativa da indagação.
Não é possível, não é plausível aceitar tudo que lemos ou aprendemos nas escolas sem argumentação, sem indagação. A informação está ao redor de todos nós. Importante é sabermos encontrá-la, entendê-la para compreendermos o mundo e as verdades como devem ser rigorosamente compreendidos.
Imaginem um professor ministrando aula, discernindo sobre determinada matéria e objeto de estudo e, posteriormente, faz a conhecida e velha pergunta: “-Alguma dúvida?”. Como resposta, o silêncio absoluto em sala de aula. Deduzirá, naturalmente, que todos entenderam o que fora ensinado ou, na verdade, não se interessam pela matéria e, consequentemente, nada assimilaram.
O bom aluno é arguto, sabe questionar, percebe nas entrelinhas o que pode ser debatido, contestado, afinal, a inteligência lhe permite esse direito, deixando-o à frente daqueles mais acomodados que aceitam tudo que lhes é ensinado como verdade inquestionável e irrefutável.
Não há Ciência sem indagação. Temos que indagar sempre, exaustivamente, até encontrar a solução.
Nas escolas, por exemplo, ensina-se matemática e suas complexas equações. Mas, não se ensina como o matemático encontrou o caminho a chegar àquela equação, o árduo trabalho de pesquisas, o esforço intelectual, a trajetória seguida para encontrar a razão de seus estudos.
Penso, sinceramente, que a argüição é indispensável para compreendermos tudo aquilo que nos propormos estudar cautelosamente, proficuamente, em busca de nossas respostas. Assim, deve ser o Espiritísmo, pelo menos assim entendo! Aceitamos tudo pronto, meditado, refletido, sem indagar como se chegou àquelas conclusões. É preciso mais reflexão, afinal, quem estudou filosofia sabe bem que nada passa incólume, sem o crivo da isente e necessária indagação.
Isso não é ofensa ou descrédito ao que é ensinado, ao contrário, dá mais embasamento e depura muito mais a verdade que é ensinada. O único empecilho talvez seja a vaidade excessiva ou a soberba daqueles que não permitem a indagação.
Há pessoas que não suportam a indagação, o diálogo, entendendo apenas o monólogo, de preferência, o deles próprios.
Não estou afirmando que esta falha exista dentro das salas espíritas. Mas, pode existir nas imperfeições humanas, afinal, somos todos imperfeitos por natureza.
Precisamos avançar em nossos estudos, indagar sempre para não pairar dúvidas em nossos aprendizados. A teoria da relatividade estudada pelo grande mestre, professor e físico Albert Einstein não surgiu da noite para o dia. Foram anos a fio de estudo, de reparos em suas equações, de reinterpretações de suas repostas, afinal, para o cientista não pode haver dúvidas.
O objetivo é o conhecimento, o que demanda anos a fio de persistentes estudos.
No Espiritísmo, o estudo precisa ser permanente. Aduzo a estas palavras que é preciso dar-se chance a quem deseja ser útil, por mais insignificante que seja as suas palavras. Precisamos escutar a quem se propõe a falar com equilíbrio e sensatez.
O ser humano é inteligente, indagador por natureza, afinal, a inteligência é um atributo divino e, consequentemente, energia que precisa ser bem aproveitada.
Hoje, a Física Quântica é um instrumento importantíssimo para entendermos a complexidade do espírito e a quarta dimensão. Quantas perguntas e respostas estarão embutidas nestes estudos para dimensionar-se o real, separando-o do imaginário?
Em síntese, somos livres para pensar e quem pensa precisa ser respeitado. Daí vem a tolerância para com o próximo, afinal, a ninguém ainda foi dado o privilégio, o apanágio de ser o único detentor de verdades e conhecimento. A divergência saudável e educada leva ao progresso e faz bem aos nossos estudos. Vai ao encontro da Luz.


Gilberto Pinheiro – RCE 65



PAZ E LUZ!

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