Se vivenciarmos um estado de baixa energia psíquica, sentiremos desânimo, tendência à tristeza e ao pessimismo, baixa autoestima, suscetibilidade ao estresse (baixa resiliência) e vagos sentimentos de desconforto e desprazer.
Tais sentimentos e sensações constituem os pródromos de variadas doenças psíquicas, que vão da depressão aos transtornos psíquicos de todos os matizes, passando pelos transtornos de ansiedade como fobias, síndrome do pânico e ansiedade generalizada.
Mas, o que é energia psíquica, finalmente? Não é impulso ou capacidade física, simplesmente, ou a adrenalina que consumimos no dia a dia. Energia psíquica é uma energia especial que nos traz entusiasmo, jovialidade, alegria genuína e expectativa otimista. É vivacidade mental, felicidade no coração e espírito fortalecido na fé e na esperança.
A energia psíquica provém de 30% de fonte física ou bioquímica e 70% de fonte psicoemocional. O balanço entre a formação desta energia e o seu gasto vai determinar nossos estados emocionais de alegria de viver ou de infelicidade.
Se nos sentimos desenergizados, a primeira providência é diagnosticar as razões de nosso maior dispêndio de energia psíquica, que frequentemente estão relacionadas às nossas atitudes mentais frente a determinados eventos da vida, fatores de personalidade e fatores espirituais vulnerabilizadores.
De nada adiantará recorrermos somente às fontes físicas e bioquímicas da nossa psicoenergia, ingerindo antidepressivos, estimulantes e fatores neurotróficos, como suplementos nutricionais e hormônios. É essencial efetuar mudanças em nós mesmos, em nossos valores e na forma de encarar a vida, até desenvolvendo a religiosidade, se for o caso.
As concepções que temos da vida, de nós mesmos, das outras pessoas e dos valores mais importantes, constituem as crenças centrais de nosso ego, que irão definir os nossos pensamentos, estados de humor e comportamentos e a conseqüente resposta do ambiente. Se a nossa energia psíquica está esvaindo-se é porque alguma coisa não está certa nestes fatores. Há alguns “ralos” que precisamos identificar.
Um dos principais ralos psicoemocionais que existem é a perda de sentido da vida, sobrevindo uma sensação de estagnação ou vazio. É preciso compreender que a noção de propósito de vida é por nós construídas e não cai em nossas cabeças como um raio ou graça divina. Mesmo na desesperança de um campo de concentração pode-se ter um sentido de propósito, como nos ensinou o psiquiatra Viktor Frankl, quando devotou o seu tempo e a sua mente ao socorro dos companheiros de infortúnio.
O sentido da vida precisa ser renovado, reavivado e reorientado constantemente, estando muito ligado aos nossos valores mais profundos. Isto motivou Carl Gustav Jung, o criador da Psicologia Profunda, a relatar que não encontrou nenhum paciente, analisado por mais de 40 anos, cujo maior problema não estivesse ligado à religião e à religiosidade.
Outro importante ralo psicoemocional é estar sempre com medo de decepcionar as pessoas. É importar-se demasiadamente com o que os outros vão pensar de nós. Aqui é parar de aceitar e cumprir as expectativas que os outros têm a nosso respeito. É libertar-se, aceitar-se, ser o que é.
Não conseguiríamos enumerar todos os ralos psicoemocionais decorrentes de nossas personalidades frágeis e desadaptadas e de nossos valores equivocados.
É necessário esforço de análise e mudança. Contudo, permanece a esperança de que é possível resgatar nossas fontes energéticas e voltar a reencontrar a primitiva alegria de viver que um dia já experimentamos. Basta constatarmos onde, no passado, perdemos contato com a vida e com nossa natureza original.
Dr.Luiz Antônio de Paiva- AME-GOIAS.
PAZ E LUZ!
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