Muito do nosso sofrimento tem origem nas crenças que carregamos. Mas afinal, o que são crenças? Crença é aquilo que aprendemos desde criança e adotamos como verdade.
Evidentemente, algumas são verdadeiras, outras não. As crenças começaram através de histórias e costumes. Elas são transmitidas pela religião, educação, mas principalmente, por nossos pais.
Quando somos crianças, pequenas e dependentes, ouvimos sem questionar, acreditando cegamente em nossos pais e nos adultos mais próximos, como se fossem donos de toda a sabedoria e verdade, afinal, são nossas únicas referências.
Ou seja, aprendemos em casa com nossos pais, irmãos, avós...
Depois, conforme vamos crescendo, aprendemos na escola, com a televisão, mídia, internet...
Enfim, são infinitas as mensagens que recebemos diariamente das mais diversas fontes.
Muitas são captadas sem percebermos e ficam registradas em nossa mente.
Quantas são as crenças que ainda fazem muitas pessoas sofrerem? Cada um tem que identificar aquilo que um dia aprendeu e que continua acreditando como sendo verdade absoluta, apenas seguindo como se fossem regras impostas, sem questionamentos.
Quem nunca ouviu: “Homem que é homem não chora?”.
E vemos tantos engolirem suas lágrimas, como se o fato de terem sensibilidade e sentimento os fizessem menos homens.
Quantas pessoas ainda hoje acreditam que ser homem é apenas ser o provedor e a mulher é quem cuida da casa e dos filhos? Quantas mulheres que ainda não casaram se culpam pela excessiva cobrança da família, e o pior, de si mesmas?
Além da culpa, ouvem constantemente piadinhas constrangedoras insinuando que irão ficar para “titia.
Sabemos que a lista é infinita, estes são apenas simples exemplos que devem ser banidos de nossa vida, pois de nada nos servem.
Há ainda crenças supersticiosas que geram as conhecidas crendices, como por exemplo, a crença de que é má sorte um preto atravessar o caminho; que ao passar por debaixo de uma escada terá azar; que ri muito chora depois...
As crenças também são a origem de infinitas culpas que carregamos. Muitas crenças nos fazem acreditar que se não a seguirmos, estaremos errados, e assim nos culpamos.
Muitas crenças agem de forma a limitar as pessoas; por isso; é preciso identificar quais são as crenças que ainda carregamos dentro de nós, e das quais queremos, continuar a ter.
Muitas são crenças distorcidas que fazem parte apenas de um passado e que muitos trazem para o momento presente.
Sempre buscamos uma justificativa naquilo que um dia aprendemos, só que infelizmente, não reavaliamos se tal crença ainda nos serve.
Ou seja, as pessoas não atualizam suas crenças, a verdade que um dia acreditaram como absoluta.
Tudo muda, não podemos ser rígidos e inflexíveis em nossos pensamentos, pois eles refletirão em nossas atitudes nos fazendo sofrer.
Não posso afirmar que todo nosso sofrimento provém de crenças, mas a maioria deles.
Outra fonte de sofrimento é a ilusão, onde ficamos esperando que o outro nos dê aquilo que não tem, não pode ou não quer nos dar.
Tudo o que ouvimos, lemos e vemos deve ser analisado, e não apenas aceito passivamente.
Devemos sim, buscar orientação e informação. Porém, a decisão final sempre caberá a cada um de nós.
Busque a tão almejada paz interior por meio do constante exercício de reflexão e diálogo interno.
Nossos sentimentos são os sinais do nosso mundo interior e exterior. Avisam-nos o que devemos ou não fazer.
Por isso, pare por alguns segundos e perceba o que está sentindo. O que seus sentimentos podem estar revelando? O que seu corpo, através de sintomas ou doenças, pode estar manifestando?
Quando sua própria voz for ouvida, é certo avaliar se está contaminada por crenças antigas e que podem, e devem ser reavaliadas e atualizadas, sem mais permitir que conduzam sua vida, mas considerando suas próprias verdades e necessidades mais intimas.
Conduzir nossa vida perante aquilo que esperam de nós ou nos fizeram acreditar é o caminho mais curto para o sofrimento. E esse, creio, você não quer mais.
Revista Cristã Espitirismo nº 45
PAZ E LUZ
Um comentário:
Olá Beto,
Todas nossas crenças e nossas experiências devem ser sempre levadas a luz da razão para analisarmos as suas reais repercusões.
Abraço
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