Vivemos uma fase de
grandes transformações sociais e planetárias. Claro que tanto a humanidade
quanto o planeta sempre estão em constante mudança.
São
avanços sociais que, apesar de gradativos, mudam nossos valores e crenças, e
estes, por sua vez, acabam influenciando nossas leis e relações humanas;
descobertas científicas que nos permitem compreender de forma mais clara e
ampla a natureza e o mundo em que vivemos; além disso, temos a arte e a cultura
de cada povo, cada vez mais dinâmicas e abertas a novas influências. Isso tudo
é um processo gradual, lento, mas que em determinadas fases se amplia e
acelera. É o que atualmente está ocorrendo.
Os avanços tecnológicos que aprimoraram os veículos de comunicação
em massa, como a televisão e o cinema, provocaram um entrelaçamento cultural
nunca antes atingido. Hoje, com a internet, a força com que influenciamos uns
aos outros é ainda maior, e com o grande diferencial: desta vez não dependemos
de uma elite dominante para ditar o que deve ou não ser massificado em nossa
cultura. Todos têm condições de se expor e interagir com o meio de forma mais
autônoma.
Mas, apesar de todas as mudanças pelas quais estamos passando,
ainda não conseguimos solucionar velhos problemas sociais e, obviamente, outros
desafios em nível global têm surgido, exigindo-nos um novo modo de viver e
entender a vida.
Pobreza, violência e números alarmantes de pessoas doentes;
colapso financeiro de grandes potências econômicas, altas taxas de
desemprego... tudo isso são velhos problemas que a humanidade enfrenta, mas,
que ainda persistem. Sem contar o que estamos fazendo com o planeta, desmatando
e poluindo de forma descontrolada e inaceitável, causando mudanças climáticas e
ambientais que nem sempre serão previsíveis. Com certeza, os resultados serão
catastróficos.
Será o nosso fim? Não acredito. Ao contrário, penso que precisamos
pôr um fim em certos paradigmas, em certos modelos e crenças que seguimos, para
que realmente uma nova era surja.
De que adianta a internet, se grande parte das pessoas que navegam
na rede mundial de computadores só espalha a própria miséria consciencial em
que vive? Em vez de aprenderem novos valores, de usarem essa ferramenta de
forma produtiva, muitos preferem ficar no comodismo da própria ignorância.
Portanto, os avanços materiais têm ocorrido em grande escala, mas,
para que avancemos realmente como humanidade, precisamos amadurecer
espiritualmente, aprendendo a lidar com nossas emoções de forma madura e
consciente. Precisamos nos relacionar de forma responsável, enxergando no outro
não alguém que possa nos servir, mas um ser humano que é a nossa extensão;
somos interdependentes.
Sem o verdadeiro espírito fraterno e de união não seremos uma
humanidade “interconectada”. Podemos nos conectar por meio da tecnologia, mas a
verdadeira união deve partir de princípios e valores que aproximem as pessoas
por meio do sentimento, respeitando as diferenças.
Para vivermos os “novos tempos”, é preciso que cada um faça a sua
parte, buscando, a partir de um processo de autoconhecimento e mudança
interior, sanar suas próprias feridas internas, para vivermos com mais harmonia
entre nós e em relação ao planeta.
Victor Rebelo
PAZ E LUZ!